Megadeth: mais direto, impossível
Resenha - United Abominations - Megadeth
Por Luigi Giovanni Medori (Delfos)
Postado em 06 de julho de 2007
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Megadeth sempre tratou de temas polêmicos em suas músicas e grande parte de seus fãs sequer dá importância a isso, mesmo estes temas aparecendo muito claramente em clássicos como: "Peace Sells... But Who’s Buying?", "Hook In Mouth" e "Holy Wars.... The Punishment Due". Mais uma vez, Dave Mustaine faz questão de atacar o sistema que falhou.
Matéria originalmente publicada
no site Delfos – www.delfos.jor.br
Os fãs aguardam, desde o contestado "fim" do Megadeth em 2002, um álbum com o mesmo "punch" e características do começo de carreira (cinco clássicos seguidos não são pra qualquer banda). O último álbum, "The System Has Failed", trazia uma mistura de Thrash com Heavy Metal de primeira linha, que segue neste novo álbum.
Dave Mustaine (vocal e guitarra) vem acompanhado de Shawn Drover (bateria), James Lomenzo (baixo) e Glen Drover (guitarra), praticamente a mesma formação que passou pelo Brasil há pouco mais de um ano, com exceção do baixista.
"Sleepwalker" começa suave até dar passagem a um riff básico e impactante, abrindo caminho para a pancadaria tradicional, com um refrão mediano, uma ponte empolgante e um bonito (e rápido) solo. Boa escolha para abertura do álbum, apesar de um tema bobo: Mustaine disse querer assustar alguns jornalistas que só falam bobagens pela internet.
"Washington Is Next!", a primeira música revelada aos fãs, já começa rápida e vai levando seu ritmo cavalgado, cantada por Mustaine de forma revoltada. Sua letra aparentemente narra uma "queda" de Washington (leia-se todos os EUA) pelos mesmos mecanismos que usou para derrubar nações. Tem um solo inspirado, relembrando os tempos de "Countdown To Extinction" e tem uma batida tribal seguida de um barulho deveras irritante encerrando a música.
"Never Walk Alone ...A Call to Arms": (lembrei do Manowar por causa do título) essa inicia com um riff bem heavy tradicional levando a um refrão bem melódico, o solo dessa música... ah o solo! São daqueles que emocionam (nada meloso, só um discreto feeling mesmo) no começo e disparam de vez no final. Questão de segundos, mas que deixam a música mais legal.
"United Abominations": a faixa título já vem com aquelas vozes de rádio/tv (aparece durante toda a música) levada a uma batida empolgante e cada vez mais rápida, dando em um refrão simples e ritmado que me lembrou "Symphony of Destruction" e um solo digno do Thrash do auge da carreira.
"Gears of War": uma das primeiras músicas ouvidas ao vivo, começa em um solo com clima sombrio (huuuuu) e dá-lhe rifferama! "Gears of War", "Gears of War", "Gears of War" repetido à exaustão, um solo bonito e progressivo (progressivo no sentido de evoluir e não de se parecer com Pink Floyd).
"Blessed Are the Dead": Aquele clima de palmas, só na bateria e baixo, para os shows vai evoluindo para um riff pesado e básico. Esta é uma música com clima "descontraído", com parada pro refrão e continua bem. Solos inspirados.
"Pray for Blood": riff inicial com a cara do Pantera (pode até ser uma homenagem a Dimebag Darrel), baixo marcante, solos levemente viajantes e riffs nervosos (que expressão vééééia!), percebe-se alguns teclados ao fundo da música. É curta, mas chama atenção pela sua agressividade e objetividade.
"A Tout le Monde (Set Me Free"): se você já ouviu falar em Megadeth, você conhece essa música. Ela foi lançada em 1994, no álbum "Youthanasia", só que nessa regravação conta com um delicioso diferencial, a participação da bambina Cristina Sccabia (vocalista do Lacuna Coil) e com direito a novo videoclipe e tudo mais, a música ficou mais acessível que a original, porém sem grandes modificações. (Nota: a música original chamou muita atenção da mídia em setembro passado por ter sido usada como mais um caso de ‘inspiração’ para uma chacina em Montreal, Canadá).
"Amerikhastan": com um começo diferente, Mustaine praticamente declamando os versos da música. Um riff agradável e melódico vai levando a canção. A temática, como o próprio nome diz, é sobre todo o circo envolvendo a obsessão estadunidense com o Oriente Médio. Fecha com um solo matador.
"You’re Dead": começo bem pesado, numa melodia envolvente. Essa música tem quebradas de ritmo evidentes, prendendo o ouvinte até chegarem os solos. Rápida e energética, leva ao delírio quem gosta de Heavy assim, alternando momentos rápidos e cadenciados no final.
"Burnt Ice": encerra o disco de forma pesada, com um bom riff, levada constante, solos maníacos e partes rápidas, lembrando a ótima "She Wolf". Uma performance competente da banda toda, enfim disparado o ultimo petardo na cabeça!
Olhando a capa do disco, que foi mostrada há algum tempo, ela como sempre tem a ver com a idéia do álbum, porém não é tão chamativa como as antigas (com exceção da capa do estranhamente diferente "Risk"). Achei a capa do promo muito mais significativa e legal, apesar de ser simples.
Enfim, este é um álbum bem homogêneo e bem agradável de se ouvir. Provavelmente não será o último do Megadeth, como Mustaine tem declarado e é uma evolução em relação aos anteriores. Se você não gostou tanto deles, confira este, pois você pode mudar de idéia sobre a nova formação. Só não aguarde um novo "Rust In Peace".
Número de faixas: 11
Duração: 48 minutos
Gravadora: Roadrunner (Hellion no Brasil)
Ano: 2007
Outras resenhas de United Abominations - Megadeth
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



As músicas do Iron Maiden que Dave Murray não gosta: "Poderia ter soado melhor"
Inferno Metal Festival anuncia as primeiras 26 bandas da edição de 2026
A música favorita de todos os tempos de Brian Johnson, vocalista do AC/DC
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
Os 5 melhores álbuns do rock nacional, segundo jornalista André Barcinski
A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
Guns N' Roses é anunciado como headliner do Monsters of Rock 2026
A banda brasileira que está seguindo passos de Angra e Sepultura, segundo produtor
O músico que Neil Young disse ter mudado a história; "ele jogou um coquetel molotov no rock"
A música inspirada em Ozzy Osbourne que "surgiu do nada" e mudou a história do Ghost
A banda que deixou o Rage Against The Machine no chinelo tocando depois deles em festival
Adeus Megadeth! Último disco será lançado no Brasil em janeiro de 2026
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
Kirk Hammett cita os fatores que impediram o Exodus de ser maior



Dave Mustaine diz que som da guitarra do Metallica mudou o mundo
Mustaine acha que versão do Megadeth para "Ride the Lightning" ficou tão boa quanto a original
Por que Dave Mustaine escolheu gravar justo "Ride the Lightning", segundo o próprio
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


