Resenha - Tá Tudo Mudando... Mas Nem Sempre Pra Melhor - Mustang
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 12 de abril de 2006
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O rock não vem se tornando apenas careta e politicamente correto (o que significa, na verdade, apolítico) mas comportado em demasia e, principalmente, covarde. No rock estritamente tupiniquim, e em português, então, nem se fala. A crítica é sempre adaptada para que não ultrapasse os limites da tv, do que é "aceitável", do que não choca, não desperta sentimentos genuínos. E é por isso que há um grande significado em termos "Geração Perdida" como faixa introdutória e música símbolo deste trabalho. Sonoramente, um estrondo. Impõe-se sem a menor cerimônia e toma o ouvinte para si. Como letra, esta é a música que deveria ser hit nas rádios de todo o país. Fala o óbvio sem ser comum, cita o trivial com deboche e inteligência, aproveita o momento mas não se condiciona a ele, é aplicável a uma série de coisas. E quando Carlos Lopes canta "Eu sou da geração perdida, que ainda pensava" sua língua ferina não atinge poucos, mas muitos.

É assim que "Tá Tudo Mudando... Mas Nem Sempre Pra Melhor", terceiro CD do Mustang, começa a, lentamente, revigorar o rock brasileiro, musical e liricamente, em sentimento e atitude. Antes de tudo, é uma banda que não tem vergonha nenhuma de suas influências, que não tenta se impor como original porque sabe que isso não leva a nada. Não é parodiando o que é ruim, mas reinventando o que é bom, reunindo o que existe de melhor em cinqüenta anos de roquenrou que o Mustang consegue isso. Logo, o óbvio clima retrô que permeia o disco (principalmente na arte gráfica, passando por Beatles, Rolling Stones e Elvis Presley), além de um sem número de referências a ícones passados, no mais diversos campos possíveis, soa como um resgate e uma reflexão.
"Febem", por exemplo, é inexplicavelmente punk, blues, hard rock e rockabilly. Os riffs são dançantes, o baixo é vigoroso e participa ativamente das composições, um trabalho fenomenal de Wlad Vieira, além de todo o swing classudo de Américo Mortágua na bateria. Carlos Lopes capricha tanto nas bases e nos riffs como nos solos, sendo admirável em todos eles, o que é raro.
A riqueza musical presente aqui impressiona. Nenhuma música é igual a outra. Nada cheira a requentado, reaproveitado, recortado e colado ou sem necessidade. Eles passeiam magistralmente por uma gama de influências que lembram John Coltrane, The Kinks, Jimi Hendrix, Grand Funk Railroad, Marvin Gaye, Jeff Beck, MC5, The Who, AC/DC e Santana até outros ícones do punk, funk e hard. Você tem que descobrir cada música por si só, apreciar o que cada uma lhe oferece. É por isso que não dá pra destacar "Janis Joplin", "Cinco Contra Um" e "Inferno" sem falar de "Cueca e Meia" (genial), "Outro Lugar" e "Rock N Roll City".
"Tá Tudo Mudando... Mas Nem Sempre Pra Melhor" não é um álbum fácil de ser ouvido, não pela complexidade (embora não seja nada fácil reproduzir certas partes dele), mas pela diversidade intrincada que ele exala. Desconfio até que se fosse uns dez minutos mais curto vislumbraria a perfeição. O Mustang é uma banda para de descobrir. Um grupo que não se restringe a apenas um tema ou uma sonoridade, mas explora várias facetas do rock n’ roll. Não espere a grande mídia descobri-los, faça isso por você mesmo!
Formação:
Carlos Lopes (Vocais e Guitarra)
Américo Mortágua (Bateria e Percussão)
Convidados Especiais:
Wlad Vieira (Baixo)
Rotieh Ortseam (Teclados e Arranjos de Cordas)
Site Oficial: www.mustangband.com.br
Ouça o Mustang em: Trama Virtual (www.tramavirtual.com.br).
Monstro Discos – Nacional – 2006.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Dave Grohl elege o maior compositor de "nossa geração"; "ele foi abençoado com um dom"
Após fim do Black Sabbath, Tony Iommi volta aos palcos e ganha homenagem de Brian May
Rush confirma primeiros shows da turnê de reunião na América Latina
O melhor disco do Kiss, de acordo com a Classic Rock
PETA pede que Robert Plant mude de nome para promover causa animal
A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
A piada de Humberto Gessinger sobre Porto Alegre que muitos acharam bairrista
Guns N' Roses explica por que Axl Rose deu chilique em show na Argentina
Os dois maiores discos do rock nacional, de acordo com Sérgio Britto, do Titãs
Iron Maiden anuncia turnê norte-americana com Megadeth e Anthrax
Novo álbum do Blind Guardian será mais "melódico das antigas", diz Hansi Kürsch
Novo disco do Soulfly tem música dedicada a falecido ícone do metal extremo
O indicativo de que Foo Fighters e Queens of the Stone Age podem vir ao próximo Rock in Rio
Iron Maiden anuncia shows na América do Norte e fãs brasileiros se empolgam
O que Metallica aprendeu sobre compor com Soundgarden, segundo James Hetfield

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


