Resenha - Mais Um Dia, Mais Uma Guerra - Reatores
Por Fábio Faria
Postado em 13 de agosto de 2005
Nota: 8
É sempre bom notar que bandas oriundas do interior do estado - seja ele qual for - têm chances de se sobressair no cenário rockeiro quando investem no profissionalismo. Esse é o caso da banda REATORES, de São José dos Campos (SP), formada por Thunder (voz e guitarra), Glauber (baixo e voz), Adriano (guitarra) e Fabiane(bateria), e seu álbum de estréia, que os levou a abrir shows de bandas importantes como GBH e Garotos Podres.
Lançado pela renomada gravadora Ataque Frontal em 2004, ‘mais um dia, mais uma guerra...’ mostra que o punk rock do quarteto é competente, honesto, direto e contagiante. A produção ficou a cargo da própria banda e de Marcelo Dangelo, e as gravações, mixagem e masterização foram realizadas no estúdio joseense Hocus Pocus.
É praticamente impossível não se animar logo na faixa de abertura ‘Reatores Ativados’ e sair chutando tudo que se vê pela frente; letra curta com um refrão que conclama a união do undergound contra as mazelas da sociedade. Em seguida, uma das melhores do CD: ’A Entrevista’; qualquer um que enfrentou uma entrevista para emprego vai se identificar com a letra.
O CD todo segue mantendo um nível positivo, no entanto vale destacar algumas canções: ‘Satanás Adorou O Vaticano’ ataca sarcasticamente a hipocrisia da Igreja Católica e tem no instrumental destaque para as linhas de baixo. As próximas são ‘Guerrilheiros Das Fábricas’ – aponta a ironia vivida pelo operário que muitas vezes não tem dinheiro para comprar o que produz – e ‘O Colecionador de Insetos’ – faz uma estranha alusão há um relacionamento mal resolvido. Ambas têm na melodia do refrão o destaque, da vontade de cantarolar mesmo que a letra não esteja bem decorada.
A porrada volta a rolar solta em ‘Pássaros Nucleares’, que conta a história de Sadako Sassaki e a bomba de Hiroshima. Já nas três faixas finais – ‘Na Lua não tem Vento’, Rock ‘n’ Hell e ‘Ramones no bar do Ico’ - a influência dos Ramones é explicitamente latente produzindo ótimos momentos. Outro destaque é o cover que vem "escondido" para ‘D'yer Mak'er’ do Led Zeppelin, que foi transformada numa canção rápida e perfeita para abrir rodas durante os shows.
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