Resenha - Slick Chick - Lee Aaron
Por Thiago Sarkis
Postado em 21 de setembro de 2004
Nota: 8
Foi com grande surpresa que recebi a notícia do lançamento de "Slick Chick", de Lee Aaron, no Brasil. Eu havia escutado e gostado de algumas partes do trabalho, mas nunca pensei que o material chegaria à distribuição em nossas terras. É corajoso e inteligente investir na cantora como fez a Hellion Records.
Para aqueles que ainda não a conhecem, Lee Aaron é uma musicista de histórico vasto, tendo causado imenso impacto na cena do hard rock / metal dos anos oitenta. A canadense, de alguma forma, rompia o legado machista do estilo na época, porém, com sabedoria, respondendo na moeda do "sex appeal", tanto na auto-imagem quanto nas letras.
Os conterrâneos se derretiam aos pés de Aaron, e assim outros países ao redor do mundo foram contagiados. Helix, Triumph e Kick Axe figuravam entre seus admiradores.
Quase duas décadas depois ela tem um retorno ao nível de seu debute de 1982 e também de discos como "Metal Queen" (1984) e "Call Of The Wild" (1985). Todavia, seguindo uma vertente totalmente diferente daquela escolhida para seus primeiros anos de carreira; manteve somente sua imagem de símbolo sexual intacta, e explora bem este aspecto nas letras e interpretações de músicas próprias de jazz, blues / swing, que apresenta em seu mais novo disco.
As treze faixas trazem qualidade vocal, talento interpretativo, propostas interessantes no instrumental. Apesar disto, são raras as variações, e a repetição temática prepondera.
Repudio qualquer crítico que encare uma artista mulher e, desengonçado em seu próprio saber, despeje adjetivos como "maravilhosa, enxuta, gostosa". De qualquer forma Lee Aaron & The Swingin’ Barflies deixam poucas saídas em títulos sugestivos como "Why Don’t You Do Right", "Slick Chick", "Twisted" e "Teach Me Tonight". Além de haver este ‘apelo’ lírico e visual, o clima criado no instrumental, bem caprichado e competente, já ressaltado anteriormente, colabora para que o imaginário vá longe. As interpretações de Lee Aaron então... nem se fala.
A audição pode tornar-se maçante por instantes, mas tende, num contexto geral, ao prazeroso, enigmático, e ousado.
Material cedido por:
Hellion Records – http://www.hellionrecords.com
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