Resenha - Music That Died Alone - Tangent
Por Ricardo
Postado em 28 de janeiro de 2004
O renascimento musical!!! Bem, antes de me alongar, devo começar, dizendo que o cenário do rock progressivo atualmente se encontra numa séria deficiência criativa, visto os últimos trabalhos do Dream Theater, Planet X e algumas outras bandas. Porém sempre há aqueles que nos reservam boas surpresas de tempos em tempos. É o caso do King Crimson, com "The Power To Believe", excelente do início ao fim, ou do Magellan, com "Impossible Figures", uma obra-prima, quem tiver a chance, ouça, ou mesmo do O.S.I., com o excelente "Office Of Strategic Influence". E, definitivamente, é o caso do The Tangent, e seu disco de estréia, "The Music That Died Alone".

Porém, apesar do título do disco, a música contida nele está longe de morrer sozinha! A banda-projeto é formada pelos Flower Kings Roine Stolt (guitarra/vocal, também do Transatlantic), Jonas Reingold (baixo) e Zoltan Csórsz (bateria), o ex-Van der Graaf Generator, David Jackson (sax) e os integrantes do Parallel or 90 Degrees, Andy Tillyson (teclado/vocal), Sam Baine (teclado) e Guy Manning (guitarra). Essa é a seleção vencedora dessa mais do que obra-prima.
Misturando influências do rock progressivo, cavucando na praia de bandas como Yes, Pink Floyd, e ao mesmo tempo misturando influências do jazz modal e influências latinas como Carlos Santana e a nossa boa e querida MPB (olha onde os caras vieram buscar influências!), este é um trabalho enxuto, riquíssimo em detalhes e beleza harmônica, executado por músicos do mais alto calibre.
É basicamente, um trabalho conceitual, formado de três suítes e uma faixa individual. Aí vai a análise separada de cada uma delas:
I. In Darkest Dreams
1. Prelude - Time for You
2. Night Terrors
3. The Midnight Watershed
4. In Dark Dreams
5. The Half-light Watershed
6. On Returning
7. A Sax in the Dark
8. Night Terrors Reprise
Esta primeira suíte de oito partes, com aproximadamente 19:55 min, que já abre com uma intro de teclados matadora em "Prelude - Time For You", conta com claras influências do Yes (principalmente em "Night Terrors" e "The Midnight Watershed") com muito groove, linhas de teclados bem executadas, muitas referências à música jazz, como em "The Midnight Watershed" e "In Dark Dreams", misturado com influências de Pink Floyd, linhas de baixo fretless, sax e violão belíssimas em "A Sax In The Dark" (Kenny G?), e "Night Terrors Reprise", fechando essa primeira suíte com chave de ouro, e belíssimo coro vocal.
II. The Canterbury Sequence
9. Cantermemorabilia
10. Chaos at the Greasy Spoon
11. Captain Manning's Mandolin
Segunda suíte, com aproximadamente 8:03 min, já abre em "Cantermemorabilia" com claríssimas influências de nossa MPB, com belíssimos coros vocais que me lembram Os Cariocas e uma harmonização bem jazz-bossa, com flauta, baixo e bateria primorosos! As influências de Santana são claríssimas a partir de "Chaos at the Greasy Spoon", frisando bem o jazz primoroso, executado nos teclados. Uma passagem meio fora dos padrões nos leva a navegar pelo mar harmônico de "Captain Manning's Mandolin", com guitarra primorosa e teclados tecendo um clima bem viajante e latino.
III. 12. Up-Hill From Here
Essa faixa individual de 7:10 min, nos leva novamente a cavocar na praia do rock progressivo do Flower Kings, com pitadas de Pink Floyd e mais velocidade e ritmo, com um show de cada músico, realmente um primor! Quem é fã de prog não pode deixar de conferir! Virtuosismo e feeling aplicados na medida certa fazem com que essa música soe extremamente agradável, acessível, poderosa, e não uma coisa maçante, com virtuosismos exagerados ou passagens deslocadas. Resumindo, um som espetacular, do começo ao fim!
IV. The Music That Died Alone
13. A Serenade
14. Playing On...
15. Pre-History
16. Reprise
A última suíte do disco, a título, de aproximadamente 9:45 min, já começa bem com uma belíssima intro de piano em "A Serenade". Vai tocar bem assim, lá longe!!! Simplesmente um deleite sonoro! Segue a linda e introspectiva "Playing On...", a ótima "Pre-History", um jazz-rock extremamente bem executado e de um raríssimo bom gosto, e para encerrar esta suíte e o disco, a linda e ótima "Reprise". Chave de ouro é pouco para essa pérola!
Resumindo, "The Music That Died Alone" já pode ser considerado como o lançamento prog do ano, um clássico imediato, que nos brinda com músicos excelentes, e músicas ídem, um trabalho realmente para quem gosta de música rica, inovadora e bem feita. Nota mil para esse projeto. Tomara que os caras pensem em um segundo disco. Se você é fã de prog, ou simplesmente boia no estilo, não tem problema, pegue esse clássico imediato de qualquer maneira! Você não vai se arrepender!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Guns N' Roses é anunciado como headliner do Monsters of Rock 2026
Os 5 melhores álbuns do rock nacional, segundo jornalista André Barcinski
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
Inferno Metal Festival anuncia as primeiras 26 bandas da edição de 2026
"Entrei na turnê de despedida do Judas e ainda estou aqui 15 anos depois", diz Richie Faulkner
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
A música sobre melancia e infância que fez Ricardo Confessori voltar ao Angra
Rush: a atração principal que fez Geddy Lee ir embora após abertura do Genesis
O significado de "Migalhas dormidas do teu pão" que Cazuza canta em "Maior Abandonado"
Há quem goste: As 10 bandas mais odiadas do universo


Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental



