Resenha - Empires - Jimi Jamison's Survivor
Por Ricardo
Postado em 11 de dezembro de 2003
Ser ou não ser Survivor, eis a questão! O nome acima lhe parece estranho, caro leitor? Pois é exatamente isso que representa esse polêmico disco de 1999, Empires. Trata-se de um "quase" retorno de uma das melhores bandas dos anos 80, o Survivor. Por que quase? Explico: estamos em 1999. A 11 anos atrás que o Survivor não lança material inédito, somente coletâneas e mais coletâneas, com alguma aparição ocasional, ninguém sabe ao certo se a banda encerrou atividades ou não, desde a separação dos membros da formação pioneira, Stephan Ellis e Marc Droubay, que permitiu que Jimi, Jim e Frankie lançassem a obra-prima Too Hot To Sleep em 1988. Muita gente apostou numa possível reunião dos rapazes, o que não acabou acontecendo, por isso, Jimi Jamison, após uma investida solo com seu disco de 1991, When Love Comes Down, resolve juntar bons músicos e fazer uma pseudo-volta da banda, o que claramente resultou em polêmica, com Jamison sendo processado por seus próprios ex-companheiros de banda. O resultado pode ser conferido já na cover, com o nome do disco "Jimi Jamison's Survivor". Porém há duas coisas a se considerar sobre isso:
1) O processo certamente deu em pizza, pois se acessar o site da banda, www.survivormusic.com, verá que Jamison está junto de seus companheiros e fazendo shows por aí, resta ficar na expectativa se isso significa ou não um retorno da banda, porém,
2) Pelo jeito a banda não considera esse mesmo um disco do catálogo do Survivor, visto que na sessão Discography, não existe ele ali. Porem, existe em www.jimijamison.com.
No entanto, muitos dos fãs da banda (incluíndo eu) o consideram como um disco da banda, mesmo que a contra-gosto da mesma, e não é pra menos, pois está tudo ali! O bom e velho som a lá anos 80 que o Survivor sempre soube fazer é totalmente reproduzido, tal e qual como seria se Jim e Frankie estivessem ali. Por isso o nome do disco. Significa o que seria o Survivor segundo Jamison, ou seja, do Vital Signs ao Too Hot To Sleep. E digo mais uma coisa: se fosse incluído hoje, no catálogo da banda, ele estaria, sem exageros na posição de segundo melhor disco que a banda já fez, ficando só atrás de Too Hot To Sleep. O disco em si é perfeito, e muito bem produzido, e as músicas são excelentes, mostrando o melhor que Jamison tem a oferecer. Mas chega de conversa, e vamos ao review.
Ao iniciar o disco, já nos deparamos com uma quase balada "Cry Tough", que remete bem ao som antigo da banda, a velha fórmula de sinths e guitarra está lá. Jamison mostra que não envelheceu sua voz nem um pouco, mostrando-se excelente como sempre. Bela música de introdução. A seguir temos "Run From The Thunder" o bom estilão rock lento forte e compassado que sempre foi a marca registrada do Survivor, desde Eye Of The Tiger. Belos riffs de guitarra de Chris Adamson, com Jamison mostrando que não perdeu a forma, e voltou com uma vingança! Mas isso é pouco, perto do que está por vir! A bela composição que Jamison gravou para a série Baywatch Nights (lembram do astro de Supermáquina e da siliconada Pamela Anderson?), "I'm Always Here" prova isso, é uma belíssima canção que te faz sentir de volta aos anos 80, época de belas canções, como eu já falei. Uma daquelas músicas que dá aquele up, com os pianos fazendo a festa e belas passagens. A guitarra dessa vez funciona limpa, e como um pano de fundo para o belo solo de piano. Ponto para Jamison, que inovou seu som. A seguir, uma balada, aliás, uma das mais belas canções que Jamison já compôs, a mais que belíssima faixa título "Empires", com direito a dueto de Jamison com a convidada especial Lisa Frazier, como canta essa mulher, bela voz! Início com pianos, e um belo solo de guitarra lá pelos 3:06 minutos, logo pianos e guitarra voltam a ficar lado a lado. Eu disse que todas as qualidades impressas no som do Survivor estavam presentes nesse album, não disse?
Em seguida, um começo lento, e logo somos novamente brindados com "First Day Of Love" um vigoroso e cru hard rock setentista com riffs sensacionais, vocais de Jamison fantásticos e o inevitável e sempre bem vindo solo de guitarra, com os sinths apenas como pano de fundo pra guitarra deitar e rolar. Segue-se uma intro de guitarra, um riff matador, a voz de Jamison introduzindo para cair no violão, um belo começo para o que está por vir, "Have Mercy", o que com certeza Jamison não teve ao fazer esse hard rock oitentista forte e poderoso, que cativa, ao mesmo tempo quem empolga. O ritmo compassado, as guitarras rufando, dão o tom da mágica que é essa música, seguida do ótimo e bem colocado solo de guitarra. Parece Survivor, não? Mas é Jimi Jamison's Survivor! Ao que você me retruca "não estraga, pô!" :) Bem, a seguir... sim... la vem ela! A balada mela-cueca, "Just Beyond The Clouds"! Porém, da pra colocar no carro, com a namorada! Já pensou no clima que rola? He, he, he!! ;) É só falar isso que qualquer mela-cueca passa a ser boa! Com certeza, é uma música muito bonita, mesmo, e não é cansativa. Mas logo a situação melhora novamente com "A Dream Too Far", ótima música, com um excelente refrão, guitarras rufando e um excelente solo, pra fechar a cozinha.
A seguir, temos a alegre e funkeada "Love Is Alive", algo inédito até o refrão, que se parece com o que o Survivor fez nos anos 80. Solo e riffs de guitarra impecáveis e Jamison em grande forma. A seguir mais uma balada, "November Rain", sem nenhum grande destaque, porém, bela composição. Pra terminar temos a excelente e patriótica (por motivos óbvios) "Calling America", mas como já foi dito anteriormente, sem grandes exageros, lembre-se da inocente história com a palavra inserida, talvez pra recriar algo que o Survivor tinha feito no começo, na era Dave Bickler. òtima música, bem empolgante, porém sem nenhuma novidade. Para fechar o disco, versões ao vivo de "Burning Heart", que ficou idêntica, e uma belíssima recriação do clássico "Rebel Son" ao vivo, fechando com chave de ouro.
Resumindo, sendo Survivor ou não, não importa, vale muito a pena ir atrás desse lançamento. O futuro do Survivor ainda é uma incógnita, porém, seria muito legal se eles pensassem num retorno de verdade.
Membros
JIMI JAMISON(Vo)
CHRIS ADAMSON(G, Back Vo)
HAL BUTLER(Key, Vo)
KLAY SHRONEDEL(Dr)
Músicos adicionais e participações especiais
JORGEN CARLSSON(B)
LISA FRAZIER(Vo - Track 4)
RUDY RICHARDON(Piano, Key, Strings, Horns)
PETE MENDILLO(Dr)
MICHAEL SEMBELLO(Key)
PETER TOBERTS(G, Back Vo)
BOBBY KIMBALL(Back Vo)
LANCE BINDER(B, Back Vo)
PAUL BROWN(Key, Back Vo)
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