David Gilmour sobre o Live 8: "Nós éramos o Pink Floyd; Roger Waters era nosso convidado"
Por André Garcia
Postado em 11 de dezembro de 2023
Um dos mais grandiosos e ambiciosos eventos musicais de todos os tempos, o Live Aid em 1985 foi um divisor de águas. Em 2005, para comemorar os 30 anos de sua realização, Bob Geldof e companhia aproveitaram o dinamismo do mundo pós-internet para fazer uma versão ainda maior, o Live 8.
Entre as maiores atrações do festival estavam a reunião do Pink Floyd com Roger Waters — que saiu da banda exatamente no ano em que aconteceu o Live Aid. A apresentação foi ótima. Eu assisti ao vivo (pela televisão, mas ao vivo), e chorei feito uma criança.
Em entrevista de 2015 para a Classic Rock, David Gilmour relembrou a participação deles no evento.
"Eu realmente gostei [de tocar no Live 8], embora tenhamos tido alguns dias de ensaios muito tensos. Não nos falávamos há anos.
Quanto à escolha do repertório, ele contou: "Fizemos nossas sugestões e Roger fez as sugestões dele, mas eu não gostei das sugestões de Roger. No final das contas, pensei que, na verdade, nós somos o Pink Floyd e ele é nosso convidado; ele que faça como dizemos ou então vá à m*rda. Ele queria tocar 'Money' — que tocamos mesmo —, e 'Another Brick In The Wall' e 'In The Flesh'."
Se nos bastidores a relação entre Roger Waters e o Pink Floyd foi tensa, sobre o palco a coisa fluiu como nos bons e velhos tempos:
"Foi mágico. Estávamos descontraídos e curtimos. Fizemos uma passagem pelo set na noite anterior sem plateia no parque e foi ótimo, nos ajudou a ficar descontraídos e confiantes. Foi muito bom."
O resultado foi tão bom que muitos fãs torceram por uma reunião para uma turnê e, quem sabe, até mesmo um álbum. Mas Gilmour confessou que aquilo jamais passou pela cabeça dele: "Já passamos por isso. Obviamente, aceito que há pessoas que querem ver e ouvir essa lenda que foi o Pink Floyd, mas, infelizmente, isso não é minha responsabilidade. Para mim, [Pink Floyd] é apenas duas palavras que unem o trabalho que quatro pessoas fizeram juntas. É apenas uma banda pop. Eu não preciso disso. Não preciso ir por esse caminho. Não estou sendo evasivo ou difícil, apenas acho que, na minha idade, devo fazer o que realmente quero na vida."
"Fico emocionado que cada nova geração se apegue a nós, e ganhamos novos seguidores e ouvintes com o passar dos anos. Por mais que eu não saiba ao certo o que fez isso funcionar para nós, enquanto não aconteceu para tantos outros."
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