Resenha - Snow - Spock's Beard
Por Guilherme Vignini
Postado em 15 de novembro de 2002
Nota: 8 ![]()
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Snow é o novo trabalho da maior banda de rock progressivo atual, o Spock’s Beard. Foi anunciado com longa antecedência e os fãs puderam acompanhar via web todo o processo de gravação, pois Neal Morse, o idealizador do projeto, atualizava regularmente um diário das gravações com comentários e fotos.

"Snow" era para ser o "The Lamb Lies Down on Broadway" do Spock’s Beard. E a trajetória do garoto albino chamado Snow, tomaria o lugar de Rael do emblemático disco do Gênesis. Um duplo conceitual com uma arte gráfica fantástica, os músicos mais entrosados que nunca. O clima era totalmente favorável para se tornar um marco na história do rock progressivo.
Aí saiu o CD, e logo depois Morse anuncia que Jesus havia aparecido para ele e mandado ele sair da banda e aguardar instruções. Isso jogou um tremendo balde de água gelada no público, pois Morse era o líder da banda e principal compositor. Traçando um paralelo é como se o AC/DC perdesse o Angus. De uma hora para outra todas as atenções que estariam sendo dadas ao novo álbum foram direcionadas para as declarações de membros remanescentes e aos delírios de Morse, ficando o álbum com um enfoque secundário.
Isso não deveria acontecer. Não acho que o Cd seja um marco na história, nem sequer o melhor CD do Spock’s Beard, mas é um disco inegavelmente brilhante. "Made Alive / Overture" é a introdução perfeita para o álbum, excelente trabalho. Vêm depois músicas bastante diferentes. No primeiro cd por exemplo temos "Long Time Suffering" e "Welcome to NYC" que agradarão qualquer fã de música progressiva, alguns sons pesados como "Devil’s Got My Throath" e "The 39th Street Blues (I’m Sick)" e músicas com toques bem pops com refrões fáceis de decorar como "Open Wide the Flood Gates" , "Solitary Soul" e "Wind at my Back".
No segundo cd temos a ótima "Second Overture" que é seguida da progressiva "4th of July". Em seguida temos alguns sons pops como "I’m the Guy", "Reflection" e "Carie".
A pesada "Freak Boy" precede "All is Vanity", que tem um solo de teclado "a lá Tony Banks". Em "Devil’s Got My Throat Revisited", a espetacular "Snow’s Night Out" que é exatamente o que me faz gostar de progressivo, que ainda por cima é emendada com "Ladies and Gentleman, Mister Ryo Okumoto on the Keyboards", onde Ryo faz um solo avassalador, lembrando Keith Emerson, na fase do "Pictures at Exibition". "I Will Go" e "Made Alive Again / Wind My Back" encerram o cd.
Como falei é um grande cd, mas não é um álbum de progressivo puro, pode-se encontrar várias referências que podem desagradar os puristas do estilo, mas por outro lado mostra a versatilidade da banda. É algo que o Yes, Marillion, IQ e outras bandas progressivas exploram muito bem que é aquela música que parece pop, mas que tem uma bateria sempre em um contratempo esquisitíssimo, um solo que "parece fácil", mas não é e umas viradas quebradas onde em 5 segundos ele exploram mais recursos que em toda a discografia das bandas Pop convencionais.
Se você se considera um fã de progressivo xiita, pode se decepcionar com algumas músicas, mas se você é simplesmente fã da banda ou apreciador de música de bom gosto, vale a pena conferir a história do albino Snow, enquanto torcemos para que a banda se recupere rapidamente da saída de Morse (ou esperar que Jesus dê uma telefonadinha pra ele pedindo para ele voltar pra banda).
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