Resenha - Dust - Screaming Trees
Por Fabrício Boppre
Postado em 05 de abril de 2000
Nota: 8
O Screming Trees é uma das bandas pioneiras do grunge, mas, dentre as principais bandas de Seattle, é uma das menos conhecidas do grande público, mesmo sendo uma das mais antigas e com mais discos lançados. O Trees iniciou a carreira em 1985 e já lançou 8 excelentes álbuns, e dentre estes destacam-se os dois últimos: "Sweet Oblivion", lançado em 1992, e "Dust", de 1996. Foram eles os responsáveis por fazer o Trees começar a receber o reconhecimento que merecem. "Dust" foi o que colocou a banda mais em evidência, devido à melhor divulgação e a qualidade do disco em si, que é sem dúvida um dos melhores da banda.
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As músicas de "Dust" mostram a banda mais madura e competente com relação ao que eles já haviam feito antes. A produção, a cargo de George Drakoulias (que já produziu o Black Crowes), está muito boa e deixa bem evidente a qualidade dos instrumentistas, que realmente são acima da média. Pode se dizer também que o som está mais acessível para o grande público, mas sem que a banda tenha mudado a essência de suas músicas: excelentes canções com bastante melodia e inspiração, cozinha com muito feeling e harmonia (com destaque para a guitarra do excelente Gary Lee Corner) e os belos vocais de Mark Lannegan, sem dúvida um dos melhores que saíram de Seattle nas prósperas décadas de 80 e 90. O hard-rock da banda está um pouco mais cadenciado, sem a energia e o peso dos primeiros discos, acentuando mais as melodias e os arranjos. Mas isso não significa que as guitarras estão menos participativas, muito pelo contrário: o trampo de cordas do álbum está excelente, sempre com bases, solos e riffs muito bons. Todas as 10 músicas são muito boas, com destaque para "Look At You" (escrita em homenagem à Kurt Cobain, que foi um grande amigo do pessoal do Screaming Trees), a belíssima "Sworn and Broken", "Witness" (possivelmente a mais alegre e pesada do disco), a melancólica "Traveler" e a que fecha o álbum, "Gospel Plow", que possui um excelente trabalho instrumental. Por fim, destaque para a empolgante "Dying Days", que possui solo de guitarra tocado por Mike McCready (Pearl Jam). No final das contas, um belo disco dessa que é uma das mais injustiçadas bandas de Seattle.
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