Resenha - By The Way - Red Hot Chili Peppers
Por Bruno Romani
Postado em 27 de julho de 2002
Nota: 7
O Red Hot Chili Peppers sempre teve sua base apimentada nos vocais cuspidos e melódicos de Anthony Kiedis, e no baixo mais do que onipresente de Flea. Após uma primeira audição, porém, do novo disco "By The Way", fica nítida a impressão de que os californianos trocaram o tempero apimentado por algo mais suave, como ervas finas por exemplo.
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Influenciados, talvez, pelos ataques terroristas, ou pelo término de romance de Anthony Kiedis, o disco demonstra muita leveza e sutileza. O baixo destruidor de Flea deu lugar a violões, pianos e até mesmo a um solo de trompete na música "Tear". Os vocais de Kiedis, outrora rápidos e incessantes, agora deram lugar a back-vocals no estilo "Californication". Nesse ponto é tentador especular se essas mudanças tiveram alguma ligação com o tremendo sucesso da banda alcançado no álbum antecessor.
Porém, não deixa de ser menos tentador imaginar que essas mudanças tiveram ligação com o crescimento de muitas bandas comerciais que fazem o estilo "Rap-Rock". As mudanças podem ser atribuídas também ao explícito crescimento de John Frusciante dentro da banda; músicas como "Universally Speaking" e "Midnight" são apenas alguns exemplos que ilustram o novo grau de envolvimento do guitarrista.
O melhor, porém, de "By The Way", é trazer um RHCP flertando com outros estilos musicais. "Cabron", uma deliciosa música espanhola, e "On Mercury", um ska no melhor estilo Los Hermanos, estão com certeza entre os melhores momentos desse disco. A dançante "Throw Away Your Television" e "The Zephyr Song", que traz uma batida semi-eletrônica, carregam o selo "momento curioso".
Para os mais fundamentalistas, o funk ainda continua presente, embora numa forma mais sútil e discreta. "By The Way", "Can’t Stop" e "Minor Thing" são as três que carregam o DNA dos Chili Peppers, e, ironicamente, são com certeza os maiores hits do álbum.
O tempero apimentado e aquela sensação de festa eterna na praia que caracterizavam o RHCP é, pelo menos momentaneamente, coisa do passado. É chegada a hora para os Chili Peppers de devanear sobre a mulher amada, nesse disco que, ao menos, ganha o título de mais experimental da carreira dos californianos.
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