Queen: dissecando a veia hard/heavy de Brian May
Por Herick Sales
Fonte: Herick Sales Guitar
Postado em 17 de dezembro de 2018
Phil Alnselmo, Jeff Loomis, Metallica, Dream Theater, Nuno Bettencourt, Slash. A lista de lendas do hard rock e heavy metal que citam o Queen e Brian May é muito maior do que se imagina. Lembro-me bem de ter minhas revistas de guitarra, e uma em especial continha uma entrevista com May, e dizia que o Queen podia ir de algo suave com nuances de Beatles até algo tão pesado quanto o Black Sabbath, e essa afirmação é verídica. Sei que muitos que não conhecem a obra da banda com mais detalhes, ou quem tomou contato com eles agora devido o sucesso do filme, pode achar isso muito estranho, mas convido-os a virem comigo nesses 10 exemplos detalhados, de quanto esse lado porrada do Brian May influenciou o gênero.
Focando nos anos 70, trago de cara, a canção Keep Yourself Alive! Note que de começo, temos uma introdução com rítmica diferente para época, quase cavalgada, algo que bandas como Ufo começavam a fazer vez por outra, e seria usado a exaustão anos depois por bandas como Iron Maiden! Note os riffs com acordes pesados no refrão, mas também linhas melódicas como arranjo/riff, algo que você vê bastante nos riffs do Metallica, por exemplo.
Ainda no primeiro álbum, uma das mais pesadas da banda: Son And Daughter.
Abrindo já com seus experimentalismos vocais, que permeariam a discografia da banda, a música deságua num riff muito pesado, grave, que lembra muito a estética sonora de bandas como Led Zeppelin e Black Sabbath. Note que até os vocais e a bateria estão mais agressivos que o normal.
A primeira música do álbum II (o favorito de um tal de Steve Vai), é Father To Son, que já começa um pouco densa, porém com belas melodias e aos poucos vai encorpando mais e mais, até chegar no ápice (por volta de 2:07 min): uma porradaria com riff grave, pesado, solos sobrepostos e tudo que se tem direito. Essa canção e esse trecho principalmente poderia estar tranquilamente no álbum Sabotage, do Sabbath. Obs: já notou que intro dela, é muuuuuuito parecida com a intro de Surrounded, do Dream Theater?
Ainda no Queen II, temos Ogre Battle, que possui uma introdução ao contrário, que depois entra no eixo com um riff pesado e bateria moendo tudo! Ouça essa intro, e me diga quantas vezes você ouviu algo assim anos depois. Fora as frases com convenções no meio, que me fazem suspeitar que o Iron Maiden ouviu esse álbum na hora de compor músicas como Phantom Of The Opera...
Vinda do álbum Sheer Heart Attack, a música Flick Of The Wrist é bem diferente do que a banda costumava fazer: é tensa, com um arranjo meio soturno até. Há uma combinação de notas no riff que ficam brincando, em tensão e resolução, e causam um clima que anos depois ouviríamos muito em várias vertentes do metal, fora o solo cheio de ligados do Brian May. Obs: Atenção ao trecho de 1:54 min em diante!
Do mesmo álbum, a conhecida Stone Cold Crazy, já coverizado pelo Metallica. Aliás, desde a concepção de seus riffs até os solos, lembram bastante muitas coisas do Metallica. Um fator interessante é que se você procurar sobre a origem do thrash metal, vemos a citação de 4 músicas: Exciter (Judas Priest), Symptom Of The Universe (Sabbath), Fast As A Shark (Accept) e a citada Stone Cold Crazy.
Em 1975 o Queen lançava seu clássico maior, A Night at the Opera e nele contém uma joia com ares de Black Sabbath, arrastada e pesada, que estava na frente de tudo da época na sua afinação: o bordão era afinado em D, algo conhecido como Drop-D. Anos depois guitarristas como Eddie Van Halen, Zakk Wylde e Jerry Cantrell usariam tal recurso com muita frequência. E essa música é The Prophet's Song!
No álbum seguinte, A Day At The Races, após a doce e icônica Somebody To Love, vinha a música White Man, com a guitarra de Brian May rouca e a voz de Freddie com drives mais fortes. Sua levada rítmica remete ao blues, porém é bem mais pesada e climática.
O álbum News Of The World foi concebido no meio do surgimento do punk, e com isso, o Queen compôs algumas músicas um pouco mais diretas, e uma veio do batera Roger Taylor que inclusive, tocou as guitarras da gravação! Mas deixarei aqui a versão ao vivo do álbum Live Killers, e algo me faz sentir que se estivesse num álbum do Judas Priest do anos 70, não faria feio...
Por último, trago a música Let Me Entertain You, sexta faixa do álbum Jazz, com bastante peso e agressividade, tendo seu riff acompanhando o vocal, e até mesmo um lick bluesy no riff. Quebradeira de bateria, riffs e mais riffs, alavancadas, tudo soa como uma escola de hard/heavy nessa música.
Espero ter ajudado a você ter uma nova visão sobre o Queen e o guitarrista Brian May, que é uma das minhas principais influências. Se você é do Rio de Janeiro, e quer entender melhor o que expliquei acima, evoluindo na guitarra de uma forma coesa e aprendendo a compor e improvisar melhor, venha para HS GUITAR SCHOOL! Tel: (21) 99120-1660
Visite a page:
http://www.facebook.com/HerickSalesGuitar
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O único guitarrista que, para Lindsey Buckingham, "ninguém sequer chega perto"
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
Fabio Lione e Luca Turilli anunciam reunião no Rhapsody with Choir & Orchestra
O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original"
Mike Portnoy comemora maior turnê do Dream Theater e indica novidades para 2026
Dave Grohl elege o maior compositor de "nossa geração"; "ele foi abençoado com um dom"
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"


O disco do Queen que Régis Tadeu considera constrangedor - mesmo tendo um hit atemporal
O clássico do Queen que Elton John achou título péssimo: "Vocês vão lançar isso?"
A clássica canção do Queen que Elton John detestou e achou o título "absolutamente ridículo"
3 bandas clássicas que felizmente mudaram de nome antes de fazer sucesso
Como "uma das maiores bandas de heavy metal" serviu de base para o Queen, segundo Freddie
Pattie Boyd: o infernal triângulo com George Harrison e Eric Clapton
Black Sabbath: os vocalistas misteriosos da banda


