George Michael: o homem da vida do cantor foi um brasileiro
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 26 de dezembro de 2017
George Michael praticamente finalizara o documentário Freedom, quando surpreendeu com sua morte, no Natal do ano passado.
Os 90 minutos são recheados de estrelas da música e da moda, elogiando-o. Como em The Story Of Kate Bush (link para a resenha ao fim desta), entrevistados ouvem canções e as comentam e reagem. É meio estranho ver as caras do pessoal ouvindo as canções. Nile Rodgers chora; Liam Galagher simula karaokê, enquanto compara Michael a John Lennon e pragueja; Elton John confessa inveja por não ter composto a abertura de Freedom.
Muito competente e elegantemente controlado pelo artista, Freedom não revela "podres", como a prisão por solicitação sexual em Hollywood. George saiu do armário porque estava pronto, não porque foi puxado por um escândalo. Então, tá.
Também discorre muito sobre o processo movido contra a Sony, porque o artista se considerava escravo (bilhões discordariam de você, Georgy Porgy!). Há que se notar a eloquente ausência da outra metade do Wham!, Andrew Ridgeley. Será que o "melhor amigo" não é tão A-lister como Mark Ronson ou Steve Wonder? One wonders.
Mas, no que foca, Freedom o faz com gosto e sensibilidade, confessando sem pudor que George Michael sempre sonhou em ser superestrela, mas quando isso ocorreu, não imaginava que seria em proporções de supernova. Faith, seu torpedo pop soul, de 1988, papou até os mais cobiçados prêmios da música negra e isso não passa impune. O cara tinha talento, isso não dá para negar.
George Michael escolheu a estrutura narrativa da diva solitária, abatida por tragédias e descontente com a fama, que resolve afastar-se dos holofotes, daí a ausência de promoção do álbum Freedom.
Essa escolha narrativa possibilita a tocante sinceridade de Freedom, porque o músico dedica generosa porção a seu namorado brasileiro Anselmo Feleppa, falecido em 93 devido a complicações pelo HIV. Admitido como o amor de sua vida, Michael sequer pôde expressar sua dor publicamente, porque ainda faltavam anos pra que assumisse publicamente sua homossexualidade. Sua raiva então foi canalizada para o processo contra a Sony e rendeu uma de suas performances ao vivo mais reconhecidas, o tributo a Fred Mercury, também morto devido ao HIV. Imagine saber que você pode ser portador de um vírus letal, perder o namorado e depois a mãe, de câncer.
Freedom serve muito para as novas gerações conhecerem o auge desse superastro. Também faz quem acompanhou seu apogeu rememorar.
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