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Black Sabbath: Tony Iommi, o mestre dos riffs

Por Ivison Poleto dos Santos
Postado em 26 de julho de 2017

Primeiramente acho que esse negócio do Black Sabbath ser a primeira banda de Heavy Metal da história é coisa de jornalista da VH1 e não de historiador. As coisas não surgem assim do nada, não existe esse negócio de geração espontânea. O materialismo histórico explica isso. Aconteceu todo um processo de formação do gênero. Porém, concordo plenamente que o Sabbath foi uma das bandas a auxiliar enormemente nesse processo de montagem do gênero da maneira como o conhecemos atualmente. O Sabbath é uma banda muito importante e influente, mas não 'a' mais importante. Retornarei a isso um dia, quem sabe.

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Mas vamos a Toni Iommi que é realmente o assunto. Bem, vamos encarar, tecnicamente falando ele não é um prodígio, um virtuoso. Entretanto, ele pertence uma raça única de guitarristas que são reconhecidos pelos primeiros toques na guitarra. E isso conta muito. Iommi não usava pedais ou efeitos extravagantes, muito menos alavancas ou estruturas harmônicas desconhecidas, era muito menos um guitarrista rápido. Usava simplesmente uma guitarra Gibson SG plugada em um amplificador Orange valvulado e quanto muito um pedal de compressão para dar maior peso e ataque na guitarra. Nada mais. E então, qual é o segredo do cara? O que o fez tão influente?

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A resposta é tão simples quanto ele: simplicidade e complexidade nos riffs da sua guitarra.

Tony Iommi, como muitos da sua época, é um guitarrista oriundo da escola do blues inglês. É com ela que ele aprendeu a tocar, é a música que ele tocava antes de montar o Black Sabbath em uma banda chamada Earth. Isso é muito importante porque explica as suas influências iniciais que ele aplicou ao seu jeito de tocar guitarra, além do acidente que decepou a ponta dos seus dedos e o obrigou a adaptar a sua técnica.

O Black Sabbath é derivado de uma banda chamada Earth, porém por alguma razão, durante os shows, os músicos perceberam que ninguém estava muito interessado no blues que eles tocavam. Então eles iam aumentando o volume, e mais e mais até conseguir aquela distorção natural dos amplificadores valvulados. E o público gostou do resultado e eles também. Toni, então, deve ter pensado: "Hum, eu posso usar isso!". É o início do seu legado. Agora podemos falar da sua técnica.

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As músicas da fase clássica do Black Sabbath são harmônica e tecnicamente muito simples. Vamos resumir assim: uma construção harmônica de blues sobre a escala pentatônica, afinação padrão, volume muito alto e por isso muita distorção natural do amplificador, solos improvisados, um cantor insano com a voz de uma bruxa, o baixo em convenção com a guitarra na maioria do tempo e um baterista muito bom e criativo que descia mão sem piedade. Isso é tudo? Claro que não. E então, onde está a pegada?

Nos riffs de guitarra!

OS RIFFS DE TONY IOMMI

Os riffs de Tony Iommi são únicos. Com certeza. Ele aprendeu como lidar com a distorção e como tirar um resultado satisfatório dela, musicalmente falando. E como foi isso?

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Vou colocar dessa forma: escalas pentatônicas com bicordes.

Iommy percebeu que se ele corresse a sexta corda (E) aplicando a escala pentatônica, ao invés de usar outras cordas seguindo a escala, o resultado ficaria mais pesado. E quanto mais ele destacasse a nota, melhor. As músicas do Sabbath mostram uma rifagem bem clara. Ele fazia isso aplicando a escala pentatônica na sexta corda (E) basicamente. "Electric Funeral" é o melhor exemplo disso. Perceba como ele destaca o compasso nas primeiras notas no riff principal e como ele desce a sexta corda (E).

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Há outro detalhe, mas eu não tenho certeza se o Iommy foi o primeiro guitarrista a montar riffs com bicordes, mas certamente foi dos que obtiveram os melhores resultados. Ele usava a mesma técnica: descer a sexta corda (E) com e escala pentatônica, mas montando bicordes para dar um efeito mais poderoso.

"Iron Man" mostra isso claramente.

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A IMPROVISAÇÃO DE TONY IOMMI

Diferentemente dos guitarristas da sua época, que construíam frases de guitarra montadas em camadas de notas nos solos para montar uma 'história', excetuando é claro Jimi Hendrix, Iommy improvisava nos seus solos. Mas existe uma pegada aí. Esses improvisos eram derivados da sua técnica de tocar. Eram aparentemente improvisos, mas mas na realidade um modo de correr a escala pentatônica com licks criados por ele. Há uma pegada em relação à escala pentônica: Tony costumava trocar o primeiro modo, que seria o natural dado ao tom da música, pelo quinto modo, e era isso que dava a sua sonoridade característica. Perceba que o Tony raramente usava as notas acima no braço da guitarra. Isso dava aqueles 'gritos' tão característicos. Além disso, por causa das próteses que ele construiu para os seus dedos, ele não fixava na nota referente a eles, mas sim dava aquele efeito de tremolo, aquela passagem rápida pelas notas tocando-as algumas vezes como repetição, o chamado tremolo de dedo.

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E a fórmula foi usada satisfatoriamente (e como!) por toda a fase clássica do Sabbath, mudando somente na fase Dio quando Toni evolui sua forma de tocar para acompanhar a evolução do gênero.

É isso!

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Sobre Ivison Poleto dos Santos

Veterano das guerras metálicas. Pesquisador, escritor, resenhista, músico frustrado (por isso tudo o anterior). Ao contrário da opinião comum, acho que o melhor do Metal ainda está por vir e que existem grandes bandas novas por aí. Só procurar. No meu caso elas vêm até mim.
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