Chris Cornell: Afinal de contas, quem foi Chris Cornell?
Por Diego Jesus de Souza
Fonte: chriscornell.com
Postado em 18 de maio de 2017
17/05/2017, um dia triste na história do rock mundial, para fãs de boa música e, principalmente, para os saudosistas do movimento Grunge, este que ainda luta para permanecer vivo já que suas estrelas estão, a cada ano que passa, nos deixando, e passando para novos planos, ou como preferir com suas crenças pessoais. Kurt Cobain, Layne Staley, Mike Starr, Andrew Wood, Jonathan Melvoin, Scott Weiland, infelizmente, a última vítima, Chris Cornell, são tantos e tantos, e as causas? Seriam os próprios estilos de vida? Quem sabe? Não cabe a este autor comentar, muito menos julgar!
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Porém, como amante da música, metal, rock e suas vertentes, não posso deixar de lembrar, o grande músico, compositor, vocalista e multi-instrumentista que foi a última das vítimas, Chris Cornell. Mas quem foi Chris Cornell? E pelo grande músico que foi, já aviso, o texto é longo. Bem longo!
Filho de Seattle (nascido em 20 de julho de 1964), berço do movimento Grunge, Chris começou cedo na música, pode-se dizer que, desde seus 9 anos de idade, quando era viciado em BEATLES e quando florou o interesse por aulas de piano. Desde lá, sua professora, nas aulas de piano, já se impressionara devido às capacidades de aprendizado, e principalmente, de composição do jovem garoto. Na adolescência, Chris se interessou também, pelos batuques, se tornando bateristas de várias bandas na cidade de Seattle, dentre elas THE SHEMPS, e foi aí que ele conheceu Hiro Yamamoto e Kim Thayil, ambos com passage pelo SOUNDGARDEN, sendo que Thayil ainda ruge sua guitarra na banda. Nesta fase da vida, Cornell também passou por uma profunda depressão, largou escola e praticamente não saía de seu quarto (conforme artigo publicado no The Guardian [2]). Segundo este mesmo artigo, o garoto só saiu deste estado de depressão com a formação de sua banda SOUNDGARDEN, em 1984, junto com aqueles dois cabras citados acima, Yamamoto e Thayil. Nos primórdios colossais dessa incrível banda (no meu ponto de vista) Cornell tocava bateria e cantava, tarefa nada fácil. Porém, após um curto período Scott Sundquist assumiu as baquetas (que posteriormente seriam passadas ao grande Matt Cameron), assim Chris fixou-se como vocalista e guitarrista de apoio.
A partir daí Cornell se dedicou tão fielmente e fortemente aos vocais que adquiriu técnicas e capacidades tão incríveis que o tornaram o astro mundial que acabaria sendo. A primeira gravação do então, SOUNDGARDEN, data de março de 1986, são 3 músicas "Heretic", "Tears to Forget" e "All Your Lies" que fazem parte do álbum "Deep Six" pela "C/Z Records", uma compilação de bandas de Seattle, com participação de bandas como, MELVINS, GREEN RIVER, MALFUNKSHUN, SKIN YARD e THE U-MEN. E meu amigo, se você ainda não escutou essa obra, eu recomendo fortemente, basta uma rápida pesquisa no YouTube que você achará o disco completo. Ali, Chris já mostra ao mundo seu potencial, seu vocal característico que ficaria mundialmente famoso (fiquei uma hora pensando em algo para definir o vocal, mas não achei palavras boas, desculpe!).
Um ano depois, Chris e o SOUNDGARDEN, assinaram com a "Sub Pop" e lançaram os dois EPs, "Screaming Life" e "Fopp", em 1987 e 1988, respectivamente. A banda passou a chamar a atenção de muita gente grande, muitas gravadoras de grande nome, assinaram com a "SST Records" e lançaram seu álbum de estreia "Ultramega OK" em 1988 (que vendeu, aproximadamente, 400 mil cópias). O álbum conta com uma intensa participação de Cornell na composição 10 músicas de 13 do álbum (seja na elaboração de letras ou arranjos), sendo que duas delas são covers de HOWLIN’ WOLF E JOHN LENNON. E logo de cara, os cabras do SOUNDGARDEN receberam uma indicação ao prêmio de melhor performance de uma banda de metal (vocal ou instrumental) no "Grammy Award" de 1990.
Do parágrafo acima, são dois os pontos que merecem uma atenção maior, principalmente, quando se fala em Chris Cornell, que são performance e composição, pois definem muito bem todos os trabalhos de Chris em todas as bandas que passou. No quesito apresentação, a energia no palco sempre foi intensa e bruta, o cara botava pra quebrar, de verdade! E o mais impressionante, sem perder intensidade vocal, o que é, em outras palavras, brilhante. Na questão, composição, é fácil, e a lista é longa, podemos citar alguns sucessos "Flowers", "Hands All Over", "Loud Love", "Rusty Cage" que depois teve uma versão feita por Johnny Cash (Johnny Cage... Hehehehe, trocadilho maroto), "Outshined", a polêmica "Jesus Christ Pose", "Fell on Black Days", "Spoonman", "Pretty Noose", a vencedora de inúmeros prêmios, música que, na minha opinião, vai tocar no exato momento em que o mundo estiver acabando, "Black Hole Sun" (essa que é, considerada, por muitos a "pazada" final da explosão Grunge, a tristeza em tons musicais post mortem de Kurt Cobain) e olha q Cornell comentou que escreveu essa música em, apenas, 15 minutos [3]!! Pode isso?!?!...A lista é muito longa, e olha q eu só citei SOUNDGARDEN, antes da pausa nos anos 90. Ainda pode ser citado, "Hunger Strike", "Say Hello 2 Heaven" e "Pushin Forward Back" em sua participação na banda TEMPLE OF THE DOG, na qual homenageia o amigo Andrew Wood e teve participação de nada mais, nada menos que Eddie Vedder. Tá cansado, amigo? Ainda tem "Cochise", "Show How to Live" e "Like a Stone" com o Audioslave.... É meu amigo, o cara era muito foda!!! (desculpem o linguajar). E olha que eu só citei algumas, deixei de fora, que me perdoem, a carreira solo!
Falando em carreira solo, juntamente com o guitarrista Alain Johannes, Chris começou a compor músicas em 1998 para o que seria o álbum "Euphoria Morning" lançado em 1999 e que, rendeu ao músico, outra de muitas, indicação ao Grammy Awards 2000, como melhor vocal performance masculino de rock. E não para por ai, em 2006 ele participou da composição da música "You Know My Name" da trilha do filme "Cassino Royale", em 2007 lançou seu segundo disco solo "Carry On", produzido por "Steve Lillywhite" e que tem como uma das faixas, uma versão slow blues, que eu diria, curiosa, de "Billie Jean" de Micheal Jackson.
Em resumo, Chris Cornell pode ser considerado como um inovador moderno que transcende o gênero. Segundo a biografia no site pessoal do músico [1], ele foi o principal arquiteto do movimento grunge dos anos 90 e uma das melhores vozes de rock de todos os tempos (concordo fortemente). Atingindo o sucesso multiplatina com três bandas lendárias - vendendo mais de 30 milhões de discos em todo o mundo - ele forjou sua própria identidade única ao longo de três décadas como um premiado por Grammy Globo de Ouro... Renomeado cantor, compositor, guitarrista, compositor e letrista....
Gente, a história de Chris Cornell é repleta de conquista e incríveis sucessos, esse pequeno texto, feliz ou infelizmente, não compreende 10% do que foi a carreira deste astro da rock mundial. Que, infelizmente, nos deixou na última quarta-feira 17. Aos fãs, como eu, ficaremos na lembrança, suas músicas, suas letras, sua enorme energia no palco.
Um abraço aos fãs, e que Chris descanse em paz. Gênio.
[1] http://www.chriscornell.com/bio/
[2] https://www.theguardian.com/music/2009/mar/13/chris-cornell-interview-soundgarden-audioslave
[3] http://web.stargate.net/soundgarden/articles/kerr_3-1-97.shtml
Morte de Chris Cornell
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