Slayer: A fase de ouro dissecada álbum a álbum
Por Fabio Reis
Postado em 13 de julho de 2014
O Slayer foi formado em 1981 em Huntington Park, Califórnia, pelos guitarristas Jeff Hanneman e Kerry King. Tom Araya, que já havia tocado com King em outra banda foi convidado a integrar o time que se completaria com a chegada de Dave Lombardo.
Pela profunda admiração de Kerry na NWOBHM, assim que a banda começou a tocar pela noite, o guitarrista acabou abarrotando o "set list" com músicas do Judas Priest, Iron Maiden, Venom e outros representantes do movimento.
Em um desses shows, reza a lenda que ao executar "Phantom Of The Opera" foram avistados por Brian Slagel, que havia recentemente fundado a Metal Blade Records. Impressionado com a forma agressiva que executaram a canção do Maiden, Slagel os convidou a gravar uma música para sua próxima coletânea, Metal Massacre III. Prontamente o Slayer aceitou e "Agressive Perfector" apareceu na compilação, gerando muito interesse em cima da banda que logo em seguida assinava com a própria Metal Blade para gravar o seu "Debut"
"Show No Mercy" (1983), é um dos álbuns de estréia mais reverenciados de todos os tempos e apesar de ser todo inspirado nas bandas mais tradicionais, já demonstra uma sonoridade mais crua, agressiva e obscura. As letras de cunho anti-religião e ligadas ao Satanismo dão um ar mais denso ainda ao registro. Faixas como "The Antichrist", "Die By The Sword" e "Black Magic" são totais destaques e se tornaram clássicos da banda.
Com o sucesso do "Debut", o Slayer lança o EP "Haunting The Chapel" (1984), onde as influências do Metal mais tradicional já ficavam um pouco distante, e o Thrash Metal é percebido com mais clareza em composições como "Chemical Warfare" e "Captor Of Sin".
Com a chegada do segundo registro de estúdio, o complexo "Hell Awaits" (1985) a banda já dava pistas que um álbum nunca seria igual ao outro. Este é o trabalho mais intrincado e de certa forma progressivo que o Slayer lançou até hoje, com faixas longas, mudanças constantes de andamento e introduções mais elaboradas. O destaque absoluto fica por conta do Hino "Hell Awaits" a faixa que dá nome ao álbum se tornou uma canção símbolo para a banda, sendo tocada a partir de seu lançamento em praticamente todos os shows subsequentes até os dias de hoje.
Após um registro técnico e trabalhado, ninguém em sã consciência esperaria o que viria a seguir. "Regn In Blood" (1986) é a fúria personificada na música. Esqueça longas faixas cheias de passagens instrumentais e mudanças rítmicas, o que temos aqui é agressividade pura. Com exceção das clássicas faixas de abertura e encerramento, "Angel Of Death" e "Rainning Blood" respectivamente, o que se ouve são um conjunto de músicas de pequena duração (Em média 2 minutos) onde a destruição sonora e o caos impera de forma arrebatadora.
"Reign In Blood" além de ser o álbum que consolida de vez o Slayer na cena, é um dos pilares absolutos do Thrash Metal e um dos melhores e mais importantes registros de metal de todos os tempos.
Como nem tudo são flores, na turnê de divulgação, Dave Lombardo resolve deixar o Slayer para ficar mais tempo com sua família sendo prontamente substituído por Tony Scaglione (Whiplash). Após vários meses afastado e com insistentes e diárias ligações dos companheiros de banda e seus empresários, Lombardo acaba sendo convencido a voltar.
Reconhecendo a qualidade e o poder de fogo de "Reign In Blood" e com a certeza de que nada que fizessem iria superar o trabalho, resolvem inovar e propositalmente compõe canções mais brandas e melodiosas. "South Of Heaven" (1988) é talvez o trabalho mais calmo e de menos agressividade de toda a carreira do Slayer. Os riffs são mais lentos, Araya canta de forma pausada e o álbum que teria tudo para desagradar os fãs mais xiitas, acaba se tornando outro êxito indubitável. Clássicos como "Mandatory Suicide" e "South Of Heaven" são obrigatórios em um show ao vivo.
Para o próximo trabalho, a única coisa que estava clara para os membros da banda era que precisavam fazer faixas velozes e agressivas novamente, quando "Seasons In The Abyss" (1990) foi lançado, o que se percebe é que toda a fúria destrutiva retornava, porém com doses de melodia e do "feeling" herdados do álbum anterior. Costumo dizer que o quinto álbum de estúdio do Slayer consegue captar tudo o que a banda havia feito nos outros 4 e ainda assim trazer características únicas e novas. Destaque para as ótimas "War Ensemble", "Dead Skin Mask" e "Seasons In The Abyss".
Com o lançamento do novo álbum e quase um década de serviços bem prestados ao Metal, a banda sai em uma longa e proveitosa turnê, que renderia o Ao Vivo "Decade Of Agression" (1991) que chega para marcar o fim de uma fase gloriosa e frutífera.
Encerro este texto com a certeza que independente do que aconteceu depois, não importando os caminhos seguidos pela banda, estes álbuns aqui mencionados são obras imortais de uma época que jamais será esquecida e merecem todo o nosso respeito, reverência e admiração.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
Os três clássicos do Iron Maiden que foram "copiados" do Michael Schenker Group
A melhor música de cada disco do Metallica, segundo o Heavy Consequence
AC/DC anuncia terceiro show em São Paulo; ingressos estão à venda
O "detalhe" da COP30 que fez Paul McCartney escrever carta criticando o evento no Brasil
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
A música do Yes que Mike Portnoy precisou aprender e foi seu maior desafio
A banda que mais pode repetir sucesso do Iron Maiden, segundo Steve Harris


A curiosa história por trás de uma das frases mais ofensivas da carreira do Slayer
Kerry King (Slayer) escolhe seu preferido entre Metallica e Megadeth
Kerry King (Slayer) trabalha nas letras para o segundo álbum solo
As 40 músicas que marcaram a vida do redator Mateus Ribeiro
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
As 10 melhores músicas do Slayer, segundo o Heavy Consequence
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
Iron Maiden: a tragédia pessoal do baterista Clive Burr
Lista: 12 músicas que você provavelmente não sabe que são covers


