Rei Lagarto - O Retorno
Fonte: Antonio Carlos Monteiro
Postado em 21 de janeiro de 2008
Foi ali por volta de 1997 que travei contato com a banda. O Rei Lagarto já existia há uns bons seis anos, mas estava entrando na fase mais profissional de sua carreira. Do início, em 1991, por obra do baixista e único membro original remanescente Yon Berry, até aquele momento, foram muitos shows e quase incontáveis mudanças na formação. No ano seguinte viria o primeiro disco, "Overdrive", repleto de boas idéias embaladas por um hard rock setentista.
Mas foi logo em seguida que o Rei Lagarto entrou na, digamos assim, fase de ouro de sua trajetória. Com Yon, Fabiano Negri (vocalista já estava na banda quando "Overdrive" foi gravado), James Twin (guitarra) e Roger Moonward (bateria), o grupo se tornou um verdadeiro ícone do hard rock na região de Campinas, fazendo shows memoráveis em diversas casas e bares. Influências que iam na maior sem-cerimônia de Guns N’Roses a Black Sabbath, passando evidentemente por The Doors, eram claramente notadas no repertório próprio do quarteto, que completava suas apresentações com alguns covers que viravam quase tributos pela personalidade própria que o quarteto imprimia a eles.
O passo seguinte seria a gravação de um novo disco. E aí acabei entrando de cabeça na história, já que fui chamado para produzir "Free Fall". Sim, foi tenso. Algumas inevitáveis desavenças vindo à superfície e o perfeccionismo aflorando de todos os lados resultaram num disco que até hoje – modéstia às favas... – se deixa ouvir com facilidade. Quem estava lá percebe muito da tensão que existiu naqueles dias, mas quem quiser ouvi-lo apenas pra se divertir vai ter farto material à disposição... O lançamento do álbum foi marcado por um memorável show no Delta Blues Bar, em Campinas, em outubro de 2001.
Os shows se sucediam até que começaram as primeiras mudanças na formação da banda: saiu Roger, entrou Victor Marcellus, que logo daria seu lugar para Ric Mattos. Ao mesmo tempo, o Rei Lagarto resolveu incluir um guitarrista-base e o escolhido foi Abel "Jungle" Mattos, irmão de Ric. Porém, quis o destino que, no início de 2003, Gustavo fosse tocar sua guitarra para aqueles que habitam um plano superior ao nosso. No mesmo ano, Fabiano resolve também sair da banda, sendo substituído por Ricardo Bocci, hoje vocalista da banda de heavy metal Viper – a essa altura, Daniel Britta já ocupava o posto de Jungle. Porém, a química já não era mais a mesma e a banda resolveu encerrar atividades. No final de 2005 ainda foram realizados em Campinas aqueles que seriam os derradeiros shows do grupo, com Fabiano, Ric, Yon e James nos palcos do Teatro de Arte e Ofício e do extinto Hangover Rock Bar.
Porém, as diferenças, já disse alguém, existem para que possamos aprender e amadurecer com elas. Assim, Fabiano, Yon, James e Ric resolveram deixar as insignificâncias de lado e voltar à ativa – agora com outro guitarrista-base, Brolezi. Os shows já estão sendo marcados em profusão: Campinas, Indaiatuba, Vinhedo, Sorocaba, Americana e Itatiba, algumas das cidades que tiveram oportunidade de ver o Rei em sua fase áurea, já correram para agendar shows com a banda. E muitas outras datas vêm aí, assim como o primeiro EP, que está quase pronto – e os planos indicam um CD de inéditas até o final do ano.
A boa música agradece que as diferenças tenham sido acertadas.
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