Russian Circles: uma verdadeira surra musical numa quarta-feira
Resenha - Russian Circles (Cine Joia, São Paulo, 03/04/2024)
Por Diego Camara
Postado em 15 de abril de 2024
Para os fãs de heavy metal e da música instrumental pesada foi realmente uma grande notícia a vinda inédita do Russian Circles para o Brasil. Com 20 anos de estrada, a banda ainda é uma novidade pela capacidade inovativa, sua bateria rápida e guitarras emocionantes, com um nível de dramaticidade muitas vezes inigualável. Vejam os principais detalhes do show abaixo, com as imagens de Fernando Yokota.
A banda de abertura foi o quarteto de post-rock E A TERRA NUNCA ME PARECEU TÃO DISTANTE. O nome realmente confere uma conexão clara com eles, afinal ele é igual as suas músicas: um instrumental intrincado, com guitarras arrastadas e bastante qualidade técnica. Eles tocaram para um público bem pequeno que chegou cedo ao Cine Joia. Novamente é importante frisar a importância da Powerline na escolha da banda de abertura: a conexão com o Russian Circles é evidente e isso aumenta muito a qualidade do espetáculo.

A banda principal veio logo em seguida, já para um público um pouco maior – mas ainda distante da lotação do Cine Joia. Fazer o show deste tipo numa data ingrata como uma quarta-feira é um grande desafio, tanto para a produção quanto para o público. O trio abriu com vontade tocando a música "Station", um instrumental prolongado puxado pela repetição ritmada e um trabalho incrível das baquetas de Turncrantz.

Vale dizer que o som aqui está perfeito e a banda consegue transmitir com perfeição o som de suas músicas, como se estivéssemos ouvindo a versão de estúdio. Logo em seguida veio "Harper Lewis", puxada por uma introdução muito boa de bateria onde o baixo de Brian Cook realmente brilha com seus graves. A sensação de terra desolada aqui é pungente em um instrumental impecável.

O Russian Circles não estava para brincadeira e lançava música após música. Incansável, a seguinte foi "Conduit", uma das excelentes do novo álbum "Gnosis", lançado em 2022, puxada pelas guitarras de Mike Sullivan, que faz um excelente trabalho delineando toda a música. O público ficou silencioso, apenas escutando a apresentação impressionante da banda, como que anestesiados pela apresentação.

Cada música carrega sua magia. "Quartered" vem com uma pegada bem potente da bateria, uma obra de arte que apresenta todas as nuances de Turncrantz. Mas é com "Gnosis" que a banda brilhou mesmo, acima de todas as outras. A música é mágica, como te transporta para um lugar distante, arrastada na medida certa, encantando o público presente.

Encaminhando para o final do show, a banda veio com a pancada "Deficit", com muita força nas guitarras. Som flerta um pouco com o progressivo sombrio e o black metal técnico, sem perder o que faz o Russian Circles uma grande banda. Logo em seguida a banda soltou "Youngblood", onde houve uma das pequenas interações do público com palmas e aplausos efusivos no final.

A produção incrível da Powerline com a Heart Merch tem que ser comemorada e exaltada. Anda rara a capacidade de exaltar as qualidades das bandas de uma maneira tão exemplar, levando aquilo que o público precisa e necessita. Um artista como o Russian Circles precisa de uma produção impecável para entregar um show de qualidade – e isso ocorreu com perfeição.

Setlist:
Intro: Ghost on High
Station
Harper Lewis
Conduit
Afrika
Quartered
Betrayal
Gnosis
Deficit
Youngblood
Mlàdek
Russian Circles:


















EATNMPTD:










Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Cinco grandes bandas de heavy metal que passarão pelo Brasil em 2026
System of a Down volta à América Latina em maio de 2026
O New York Times escolheu: a melhor música do ano de 2025 é de uma banda de metal
O artista que Bob Dylan e Neil Young concordam ter escrito as melhores canções
O que James Hetfield realmente pensa sobre o Megadeth; "uma bagunça triangulada"
O músico a quem Eric Clapton devia desculpas e foi ao show para fazer as pazes
O clássico do Guns N' Roses que Regis Tadeu detesta: "Muito legal, nota três"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
O solo de baixo heavy metal que, para Flea, é um grande momento da história do rock
Após aposentadoria, David Coverdale anuncia saída das redes sociais
Frase de Fabio Lione provoca burburinho e fãs veem indireta sobre insatisfação no Angra
Nile confirma retorno ao Brasil em março de 2026 com três apresentações
A música dos Beatles que tanto Elvis quanto Sinatra trataram como obra-prima
O álbum do AC/DC que era o preferido de Malcolm Young, e também de Phil Rudd
A mensagem curta e simbólica sobre o Sepultura que Iggor Cavalera compartilhou no Instagram


Molchat Doma retorna ao Brasil com seu novo álbum Belaya Polosa
Gloryhammer - primeira apresentação no Brasil em ótimo nível
Planet Hemp é daquelas bandas necessárias e que fará falta
Masterplan - Resenha e fotos do show em Porto Alegre
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente


