Leprous: técnica minuciosa e levada muito a sério
Resenha - Leprous (Carioca Club, São Paulo, 10/03/2019)
Por Diego Camara
Postado em 17 de março de 2019
Este parece ser um ano de grandes novidades para os fãs do rock progressivo. Após o Haken desembarcar na América do Sul, foi a vez dos noruegueses do Leprous fazerem sua estreia em nossas terras. A apresentação, que tinha tudo para ser outra excelente amostra de qualidade técnica da nova geração do progressivo – que vem crescendo e ganhando espaço especialmente no mercado europeu – realmente foi de cair o queixo para em torno das 600 pessoas presentes no Carioca Club. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
A apresentação não levou muitas pessoas para o Carioca Club no domingo, em um dia que acabou sendo dos mais trágicos dadas as grandes chuvas que assolaram São Paulo durante toda a noite. O show começou no horário para um público bastante tímido na casa, tanto pelo espaço vago no Carioca quanto para o humor mesmo dos fãs. O show, porém, iniciou bombástico com a abertura de "Boneville". O som estava incrível, com o excelente trabalho da equipe técnica da Overload, que ressaltou ainda mais a qualidade da banda.
A performance do vocalista Einar Solberg, em especial, ressaltava perante todos os integrantes da banda. Sua capacidade e técnica nos vocais é impressionante, e também o realismo da performance. Solberg não só canta como se estivesse ao vivo, mas parece inclusive ter uma performance ainda melhor ao vivo: o som da banda ganha novas cores com a performance no palco, e o dinamismo dos integrantes sai um pouco do progressivo e caminha para o rock, deixando o show mais animado.
O público do progressivo, mais contido no geral que de outros shows do gênero, foi levantado em algumas performances pela empolgação da banda. "The Valley" foi bastante aplaudida e gritada pelos fãs, como também foram diversas outras músicas. Solberg, com os vocais em dia, era o principal membro a arrancar aplausos dos fãs, mas também é possível destacar a performance nas guitarras de Ognedal e Suhrke, que preenchiam com seu som todos os espaços vagos, tornando a performance do Leprous cheia e consistente.
A banda sacou de toda sua técnica e tocou um repertório formado principalmente em cima de seus discos mais recentes. Quem foi para o espetáculo, assim, esperando um som cru e com um pé mais fincado no metal – a marca da banda no inicio de carreira – não teve a oportunidade de ouvir esse tipo de som.
Fechando a apresentação, a banda sacou de duas músicas do "The Congregation": "The Price" e "Third Law", que arrancaram suspiros dos fãs, tão bem recebidas que foram pelo público. A primeira sem dúvidas foi uma das melhores da noite: extremamente melódica e cheia de nuances, que mostram a qualidade do Leprous em fazer um som que não só e firme, mas também é muito mais do que só a pura técnica.
No bis, A banda fechou o show com "From the Flame", onde o muro de som das guitarras – unidas as baquetas de Kolstad – foi o grande destaque da apresentação. O show foi nota 10 e perfeito do início ao fim. A banda não tem grandes destaques, nem em sua formação, nem em sua música, mas apresentam uma formação e apresentação constantemente consistente durante o show inteiro, algo bastante raro atualmente no gênero.
Setlist:
1. Bonneville
2. Stuck
3. The Valley
4. Foe
5. The Flood
6. Acquired Taste
7. The Cloak
8. Illuminate
9. Golden Prayers
10. Angel (cover de Massive Attack)
11. The Price
12. Third Law
Bis:
13. Mirage
14. From the Flame
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