Glenn Hughes: Um passeio na década de 1970 em Porto Alegre
Resenha - Glenn Hughes (Opinião, Porto Alegre, 28/04/2018)
Por Guilherme Dias
Postado em 04 de maio de 2018
Fotos por: Liny Oliveira
A terceira visita de Glenn Hughes a Porto Alegre foi especial. Apenas 44 anos após sua estreia no Deep Purple (grupo britânico ao qual fez parte entre 1974 e 1976), o músico decidiu realizar a "Classic Deep Purple Live", uma turnê para revisitar o seu passado iluminado nas formações MK III e MK IV. O show aconteceu no caloroso sábado do dia 28 de abril. O local escolhido foi o bar Opinião.
O pano de fundo tinha o nome de Hughes com um desenho de chamas em fogo. No repertório músicas dos álbuns "Burn" e "Stormbringer" (ambos de 1974) e "Come Taste the Band" (1975), que não são mais tocadas ao vivo pelo Deep Purple e eventualmente tocadas por David Coverdale no Whitesnake, além de outros clássicos imortalizados no "California Jam" e "Made in Europe". Acompanhado por Soren Andersen (guitarra), Jay Bo Hansen (teclados) e Fer Escobedo (bateria), Glenn Hughes (voz e baixo), que está com cabelos longos novamente, foi o último a entrar no palco. As primeiras palavras dele para os gaúchos foram "te amo", antes do primeiro clássico da noite, "Stormbringer" (do álbum homônimo). Em seguida, "Might Just Take Your Life" e "Sail Away" ("Burn") foram capazes de transportar o público para a década de 1970.
"Olhe para mim, veja a minha felicidade, eu amo Porto Alegre, eu amo o Brasil. Nesse rosto eu mostro alegria, o que devemos ter nesse planeta" disse o personagem principal da noite, nitidamente emocionado, antes de emocionar os seus fãs com a intensa "Mistreated". "Como vocês estão? Eu consigo ver o olhar de todos vocês nesse local. Eu estou vendo "California Jam" agora, vocês querem voltar no tempo comigo?" disse Hughes ao introduzir "You Fool No One". Muito atenciosos, os fãs prestavam a atenção em cada detalhe do que era dito pelo seu mestre que continuou dizendo: "eu estou muito feliz, vocês não vieram ver Glenn Hughes, porque Glenn Hughes veio ver vocês", recebendo muitos aplausos. Do álbum "Come Taste the Banda" Hughes dedicou "This Time Around" para Jon Lord, "Gettin’ Tighter" para Tommy Bolin e mencionou que compôs "You Keep On Moving" com David Coverdale.

Anterior à sua entrada no Purple, porém tocadas muitas vezes no período ao qual fez parte da banda, Hughes tocou as lendárias "Smoke on the Water" e "Highway Star" ("Machine Head", 1972) da MK II. Destaque também para um trecho de "Georgia on My Mind", onde Glenn cantou de uma maneira impecável. O fim da apresentação não poderia ser diferente, uma aula de rock and roll com "Burn", que para muitos é a melhor música do Deep Purple.
Uma noite nostálgica, que realmente levou os mais de mil espectadores para a década de 1970. O show teve 2 horas de duração com poucas músicas executadas, porém com arranjos de duração prolongada, como acontecia regularmente na época. Pôde-se ver muitos solos e improvisações de grande qualidade. Era impossível olhar para o palco e não pensar em Ritchie Blackmore, Jon Lord, Ian Paice e David Coverdale. Os músicos escolhidos por Hughes foram competentíssimos e fizeram um trabalho perfeito. Hughes é dono de uma voz surpreendente e teve uma performance sem defeitos. Aos 66 anos de idade continua tocando, cantando e interagindo com o público como se fosse um guri. Ele se despediu dizendo: "O rock and roll está vivo. Tomem cuidado, sejam livres, amem suas famílias, seus irmãos e seus amigos. O amor é a resposta. Vejo vocês no próximo ano".

Set-list:
Stormbringer
Might Just Take Your Life
Sail Away
Mistreated
You Fool No One
This Time Around
Gettin' Tighter
Smoke on the Water / Georgia on My Mind
You Keep on Moving
Highway Star
Burn







Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Ingressos do AC/DC em São Paulo variam de R$675 a R$1.590; confira os preços
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
O melhor disco do Anthrax, segundo a Metal Hammer; "Um marco cultural"
Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
O guitarrista que Steve Vai diz que nem Jimi Hendrix conseguiria superar
Paisagem com neve teria feito MTV recusar clipe de "Nemo", afirma Tarja Turunen
Anitta: "Eu era roqueira. Comecei no funk por destino."
O significado do nome "Legião Urbana", segundo Renato Russo
O significado de "Vento no Litoral", o hit mais triste da história da Legião Urbana



Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Glenn Hughes revela ter sido convidado para a reunião do Rainbow, em 2015
Glenn Hughes retorna ao Brasil para 5 shows em novembro
Glenn Hughes não acredita que David Coverdale voltará aos palcos
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista



