Rolling Stones: POA entrou para o rol das melhores apresentações
Resenha - Rolling Stones (Beira-Rio, Porto Alegre, 02/03/2016)
Por Karen Waleria
Postado em 07 de março de 2016
Quando pisei no Beira-Rio em torno das 17h, a banda paulistana DOCTOR PHEABES já havia iniciado a sua apresentação, para minha surpresa. Como não assisti o show na íntegra, e a qualidade do som não estava boa, prefiro por esse motivo, não avaliar a banda. Confesso que não a conhecia, só de nome.
Fotos: Sônia Butelli
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Pontualmente às 19h a CACHORRO GRANDE começou a sua apresentação. Bairrismo à parte, essa sim foi a banda de abertura dos ROLLING STONES em Porto Alegre, que me desculpe a banda anterior. A banda de rock porto-alegrense, já consolidada nacionalmente, formada em 99, tocou aproximadamente 50 minutos. Fez um apanhado dos seus maiores sucessos como "Roda Gigante", "Sinceramente", "Sexperienced", "Lunático", entre outras. O público cantou e vibrou com a banda o tempo inteiro.
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Confesso que não segurei as lágrimas, assim como muitos, na hora que ouvi os primeiros acordes de "Sinceramente". Abre aspas, não parecia estarmos diante de uma banda de abertura. A qualidade do som, a iluminação, a qualidade da banda, impecáveis. Posso afirmar, sem titubear, que foi o melhor show de abertura que já presenciei em toda minha vida. Não posso deixar de citar a alegria que os integrantes da CACHORRO GRANDE demonstravam por estarem abrindo o show de uma das maiores bandas de rock do mundo. Aliás, parabéns pela escolha da banda, o público ficou satisfeito. Com certeza na cena gaúcha, não existe banda que pudesse cumprir essa função com total maestria como o quinteto fez. Retifico, somente a CACHORRO GRANDE poderia fazê-lo; nenhuma outra banda merecia tal incumbência. Parabéns, gurizada! Deu um imenso orgulho de ser gaúcha assistindo-os.
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Com uma pontualidade quase que britânica, a banda formada por Mick Jagger, Keith Richards, Ron Wood e Charlie Watts iniciou a sua apresentação exatamente às 21h02. Apresentação que encerrou a etapa brasileira da tour sul-americana da banda.
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O show iniciou com "Jumping Jack Flash" seguida de "It's only Rock'n'Roll", emendando uma sucessão de hits de diversas fases da discografia da banda e que enlouqueceu o público que quase lotava o estádio. Quase, por causa, acredito eu, da ganância de cambistas que ficaram com uma parte dos ingressos nas mãos, fato que deixou uma pequena parte do estádio desocupada, e que principalmente impossibilitou alguns fãs de assistirem ao show...mas voltando para o show que é o foco da resenha.
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Antes do show da CACHORRO GRANDE choveu muito, mas depois deu uma aliviada. Fiquei receosa que no horário do show principal, que alguns dos presentes, aguardavam por décadas, voltasse a chover forte e que o assim perdesse um pouco do seu brilho...Mas isso não ocorreu, o brilho dos ROLLING STONES é à prova de qualquer intempérie.
São Pedro não deu trégua, choveu praticamente o show inteiro. Em alguns momentos a chuva era extremamente forte. Fato que não interferiu em nada na performance do quarteto inglês. A banda parecia não estar se importando com a chuva. Poucas bandas teriam essa postura. Isso mostra o respeito dos músicos para com seus fãs e talvez seja um dos fatores que os tornaram uma das maiores bandas do mundo. E a plateia, estimada em 50 mil pessoas, retribuiu com um entusiasmo ímpar.
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Vários críticos afirmaram que o show na capital gaúcha foi o melhor entre os já realizados no país, isso incluindo não somente os shows da tour "Olé", assim como as apresentações dos Stones em anos anteriores.
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Na primeira interação de Mick Jagger com o público o vocalista não limitou-se a falar português, ele usou, sim, um bom "gauchês": "Olá, Porto Alegre! Tudo bem, gurizada?" falou. Não preciso dizer que a platéia surtou. E durante o show isso repetiu-se inúmeras vezes. O Frontman falou da beleza das gurias gaùchas, falou de um passeio que a banda teria feito no nosso ônibus turístico... É a primeira vez em Porto Alegre. "Capaz" que já vamos embora do Brasil?" Entre outras conversas pra lá de engraçadas.
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Foram um pouco mais de 2h10 de show. O que falar de Sir Mick Jagger, com seus 72 anos de idade e sua energia de um guri de 20 anos? Não, não estou exagerando. Quem compareceu no show da última quarta-feira, dia 02 de março, sabe disso. O frontman não parou um minuto. Ia de um lado para o outro do palco, dançando, requebrando, cantando sem parar, trocando de figurino inúmeras vezes. Ia e voltava na passarela que entrava dentro da pista premium para delírio dos presentes. E não só ele, a banda toda mostrava uma vitalidade assombrosa para uma banda que já contabiliza mais de 50 anos de estrada. Nessa hora me pergunto... Qual o segredo dos Stones?
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Abre aspas, depois de presenciar esse show, vou repensar a utilização do termo "Frontman". Poucos são os mortais que conduzem um show como ele, fato inegável. O público ficou meio que enfeitiçado durante a execução das 18 músicas que foram apresentadas. Público este composto pelas mais variadas faixas etárias.
Não posso deixar de falar na estrutura de 20 metros de altura do palco, equivalente a um prédio de sete andares, e 60 metros de comprimento, que garantiu boa visibilidade ao público que fica mais atrás. Ao redor do palco telões de LED de 208 metros quadrados também foram instalados. O som impecável. E a qualidade da banda de apoio e da dupla de backing vocals que se alia à banda durante às turnês? Também da mesma forma impecáveis, exímios músicos. Uma super produção poucas vezes vista no Brasil.
[an error occurred while processing this directive]Àpices do show? Inúmeros. Todos, para ser mais correta.
Pensando no meu gosto pessoal. "Let’s Spend The Night Together" a música escolhida pelos fãs da banda em votação feita no site dos Stones foi contagiante. Foi antes da execução dessa música que Sir Mick Jagger começou a conversar com o público. "Paint It Black" outro hit que eletrizou a plateia. Não dá para não citar na metade do show as duas faixas que Keith Richards interpreta. O estádio quase veio abaixo com "Start Me Up" seguida da emblemática "Sympathy for the Devil" Difícil mesmo dizer o àpice desse show.
O bis teve duas músicas. Iniciou com "You Can’t Always Get What You Want" que teve um plus aqui na cidade - A música contou com a participação de 24 integrantes do Coral da PUCRS, simplesmente foi de arrepiar esse momento.
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Após, eis que é ouvido o riff pra lá tradicional de "Satisfaction" e o público mais uma vez ensadece. E mais uma vez acompanha o quarteto tempo integral. O hit tradicionalmente encerra os shows da banda. Mesmo com o inevitável final do show o público era só alegria. Não se viu depois do show semblantes entristecidos, mesmo com o frio e com o vento que fazia no entorno do estádio. Todos estavam satisfeitos com o mega-espetáculo que acabaram de presenciar.
Foram mais de duas horas de show, um show memorável que transformou o gigante do Beira-Rio numa grande celebração ao rock n' roll. Um show que vai entrar para a história da capital gaúcha. A primeira vez que os Stones apresentaram-se em Porto Alegre. Dia em que 50 mil pessoas cantaram e dançaram na chuva sem perceber, sem se importar.
[an error occurred while processing this directive]Por fim os fogos preparados para simbolizar o fim da performance. Era nítida a satisfação da banda também, que era só sorrisos. Que durante o show abraçavam-se, felizes com a recepção calorosa em terras gaudérias. Com certeza o show aqui na cidade entrou para o rol das melhores apresentações da banda.
Vida longa aos ROLLING STONES, vida longa ao Rock N' Roll.
Setlist:
1- Jumpin’ Jack Flash
2- It’s Only Rock ‘N’ Roll (But I Like It)
3- Tumbling Dice
4- Out Of Control
5- Let’s Spend The Night Together (Música escolhida por votação)
6- Ruby Tuesday
7- Paint It Black
8- Honky Tonk Women
9- You Got The Silver (com Keith Richards nos vocais)
10- Before They Make Me Run (com Keith Richards nos vocais)
11- Midnight Rambler
12- Miss You
13- Gimme Shelter
14- Start Me Up
15- Sympathy For The Devil
16- Brown Sugar
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Bis:
17- You Can’t Always Get What You Want (com o Coral da PUCRS )
18- (I Can’t Get No) Satisfaction
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