Nashville Pussy: Show imperdível para os amantes do hard rock
Resenha - Nashville Pussy (Carioca Club, São Paulo, 17/11/2013)
Por Diego Camara
Postado em 22 de novembro de 2013
Simplesmente imperdível! Esse seria o resumo para qualquer amante do hard rock que tinha tempo vago no fim de semana de feriado prolongado de 15 de novembro. É difícil tecer comentários que não venham com uma dúzia de elogios quando se pode ter contato com um show do nível do NASHVILLE PUSSY, banda da nova geração do hard rock que anda colecionando fãs por onde passa com performances esplendidas e cheias de técnica.
O tempo estava bastante calmo na entrada do Carioca Club na hora marcada para o início do show. Nenhuma fila e poucas pessoas na porta já direcionavam que seria mais um show com pouquíssimo público na cidade. E realmente foi. Já dentro do Carioca, algumas mesas foram posicionadas na pista e o camarote estava fechado (ingressos para o setor não foram sequer vendidos no Clube do Ingresso). Foi assim que a banda SKIN CULTURE, que foi responsável pela abertura, começou seu show as 19h15m para um total de 46 pessoas.
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Com um som bastante firme e na pegada das guitarras, a banda animou o pequeniníssimo público que estava presente no show. Com sonoridade mais pesada e bem diferente do Nashville Pussy, sem dúvidas não era o som que muitos curtiam ali, mas valeu a pena pela ótima qualidade da banda. Já pareciam saber que o resultado do show em termos de vendas não foi nada satisfatório, e agradeceram ao público pela vontade de vir ao show apesar do feriado prolongado. Grande destaque da apresentação foi a música "Flames and Ashes", que teve em sua gravação a participação de Pompeu do KORZUS.
O show principal foi começar em torno das 20h40m. Muita gente chegou mais tarde para o show e veio para ver apenas o Nashville. No total, quando abriram as cortinas do Carioca Club, eram em torno de 250 pessoas no show, ainda um público bastante pequeno para um show deste porte – o pior público de um show no Carioca de metal neste ano, ouso dizer.
Puxados pelas ótimas guitarras e o carisma de Blaine Cartwright, a banda arrasou já na entrada com "Keep on Fuckin’". Se o público era pequeno e o barulho que faziam, claro, era proporcional a quantidade, não podemos dizer o mesmo sobre o show. Um som impecável, como poucas vezes se viu no Carioca marcaram todo o show dos norte-americanos. O resultado foi uma salva de palmas extremamente calorosa aos músicos da Atlanta.
Outros dois destaques da abertura do show foram a música "Strutting Cock" e a impressionante "Wrong Side of a Gun". A primeira viu o primeiro dos inúmeros grandes solos que a guitarrista Ruyter Suys daria durante o show. Como uma grande pancada na porta, levantou todos os fãs que gritaram com vontade a cada nota que saia de seu instrumento. A segunda, do álbum "High as Hell", era uma das queridinhas do público e foi recebida com gritos já nos primeiros riffs, além de um grande apoio da plateia no seu refrão.
O público também mostrou a mesma vontade quando Ruyter anunciou "Drunk Daddy", onde novamente ela chamou a responsabilidade para si. Com um feeling impressionante, e sendo acompanhada de perto pela baixista Bonnie Bruitrago, foi difícil não ser dominado pelas acrobacias que ela produzia com sua guitarra, especialmente ao ajoelhar na ponta do palco, para delírio dos fãs.
Para não dizer que o show foi de toda a maravilha, o destaque estranho foi o momento quando Blaine resolveu apresentar sua garrafa de Jack Daniels ao público brasileiro. Soou um pouco estranho pois pareceu dar a entender que o público não conhecia a bebida, que anda tão famosa que até gente que nunca soube o que é gosto de whisky anda carregando no peito a famosa arte da camiseta da bebida.
O espetáculo, porém, continuou ainda melhor em sua parte final. E o cover de "Milk Cow Blues", no melhor som do Southern rock, alegrou o público. Cada integrante fez sua parte e alavancou com um pequeno solo, para os gritos dos fãs. Sem se aventurar além dos seus limites – o solo de bateria, por exemplo, foi bastante simples – a banda mostra sua principal qualidade que é o calor que traz em suas apresentações.
Pra fechar o show, a banda tocou "Go Motherfucker Go", uma das melhores de sua carreira. O público ergueu os braços a saudou a banda, que em pouco mais de uma hora de espetáculo satisfez a todos os que gastaram seu domingo de feriado prolongado para curtir um bom e velho hard rock. Melhor ainda foram os que ganharam pedaços das cordas da guitarra de Ruyter, que foram quebradas no solo final da música, causando alvoroço nas pessoas grudadas no palco.
Após o fim da última música, o público ainda gritou o nome da banda e aguardava um bis, que não aconteceu. As luzes se acenderam e os fãs continuaram lá aguardando a descida da banda para autógrafos e fotos. A tristeza sem dúvidas ficou pelo pequeno público, em um show que merecia sem dúvidas mais participação, o público acabou se perdendo pelo grande número de shows na cidade e pelo feriado que espantou muitos fãs.
É de esperar que, caso a banda retorne, venha em um dia mais acessível e que conte com mais apoio da cena, pois com a qualidade que mostram no palco valem sempre o preço do ingresso.
Nashville Pussy é:
Blaine Cartwright – Vocal e Guitarra
Ruyter Suys – Guitarra
Bonnie Buitrago – Baixo
Jeremy Thompson – Bateria
Setlist:
1. Keep on Fuckin'
2. High As Hell
3. Strutting Cock
4. Wrong Side of a Gun
5. Rub It to Death
6. She's Got the Drugs
7. I'm So High
8. Everybody's Fault But Mine
9. Gonna Hitchhike Down to Cincinnati and Kick the Shit Outta Your Drunk Daddy
10. Up The Dosage
11. Go to Hell
12. Milk Cow Blues (cover de Kokomo Arnold)
13. Snake Eyes
14. I'm The Man
15. Why Why Why
16. Go Motherfucker Go
17. You're Goin' Down
Fotos: Fernando Yokota. Mais imagens nos links abaixo:
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