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Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de julho de 2024
Maurício Branco foi um dos grandes amigos da vida de Renato Russo, saudoso vocalista da Legião Urbana. Em entrevista ao Corredor 5, ele disse que poderia até mesmo ter se casado com o músico e explica as circunstâncias por trás da decisão dele de parar a medicação contra a AIDS.
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"Eu o chamava de Júnior, não de Renato. Todo mundo achava que éramos um casal porque ficávamos sempre juntos, abraçados. Eu era muito apaixonado por ele, Clemente. Todos que o conheciam se apaixonavam por ele. Meus amigos, que não tiveram a relação que eu tive, eram apaixonados por ele. Ele tinha uma presença, um carisma que conquistava todos.
Eu sou da primeira geração de Brasília, nascido em 1969, com 54 anos hoje. Vi uma pessoa que você, de outra geração, não viu. A mãe dele foi tão carinhosa, veio aqui, segurou minha mão. Esse resgate que você faz é importante, é algo que fica registrado para sempre. Minha irmã disse que não dava para termos um relacionamento, que não daria certo.
Minha irmã, ariana como ele, adorava Renato. Ela mora na França, é muito culta, falava de livros com ele, e quando começavam a conversar, eu me afastava. Ele era louco por ela também. Essa época me dá muita saudade porque é algo que nunca mais vou ter. Quando você perde um amigo, uma mãe... a dor vem muitos anos depois. A dor verdadeira veio quando me vi muito sozinho.
Foi difícil, sem ele foi muito difícil. Eu não o visitei pouco antes de ele falecer porque ele não queria que ninguém o visse no estado em que estava. Eu sabia o que estava acontecendo e queria enfiar os remédios nele porque ele parou de tomar. Ele desistiu por um amor. Não posso falar o motivo, na verdade, porque mexe com outras pessoas. Não queria me meter nisso. Foi por uma paixão. Ele não caberia no mundo de hoje, nem ele nem Cazuza. Eles não seriam resilientes como nós somos hoje, enfrentando tudo artisticamente".
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