Kiko Loureiro: Como foi a gravação do DVD "White Balance"
Resenha - Kiko Loureiro (Auditório Ibirapuera, SP, 14/06/2013)
Por Henrique Machado
Fonte: Troca o Disco Podcast
Postado em 14 de agosto de 2013
Para começar esta resenha, preciso dizer que apesar de não ser fã do Kiko Loureiro, reconheço seu valor como músico e guitarrista. Dizer ainda que, querendo ou não, ele e o Angra foram influência não só para mim, mas para uma porrada de garotos que ficavam enfiados em seus quartos treinando e palhetando desefreadamente os mesmos licks, dia e noite.
A promessa era de que Kiko iria gravar um DVD que se chamaria "White Balance", e a apresentação iria acontecer no Auditório Ibirapuera, aqui em São Paulo. Como eu aprecio a casa, o preço cabia no bolso e o som não é de se jogar fora, resolvi encarar essa e ir prestigiar o guitarrista brasileiro.
Kiko Loureiro - Mais Novidades
O show seria dividido em três atos com três formações diferentes. No primeiro, Kiko apresentaria suas músicas voltadas para o Jazz e à música brasileira, incluindo, em sua maioria, sons do álbum "Universo Inverso", que, por sinal, é o que eu mais gosto de sua carreira solo. No segundo ato, Kiko apresentaria um set somente no violão; e finalmente no terceiro, a banda completa novamente com a formação mais esperada, incluindo Felipe Andreoli no baixo e Virgil Donati na bateria.
Cheguei um pouco em cima da hora no local mas logo encontrei meu lugar. O pessoal da produção do show parecia agitado, ainda passando cabos e correndo de um lado para o outro em um "grita daqui" e "grita de lá" constante. Faltando apenas 10 minutos para começar o show, eu já estava me preparando para algum tipo de atraso, mas não foi o que aconteceu. O show começou às 21:10, apenas com 10 minutos de atraso, com a introdução de "Feijão de Corda", ainda com Kiko fora do palco, atrás das cortinas. Enquanto isso, o resto da banda ia entrando, se acomodando em seus lugares e se posicionando com seus instrumentos em mãos. Essa formação trazia Yaniel Matos no piano, Carlinhos Noronha no Baixo, Jonatas Sansão na bateria e Eduardo Cubano na percussão. Esta parte do show aconteceu sem muitos problemas técnicos, apenas algumas complicações com o som do baixo que estava quase inaudível no primeiro momento, mas que foi melhorando ao longo das músicas. Destaque para o baterista Jonatas que mandou muito bem, com viradas muito bem encaixadas e uma levada bastante confiante.
Tudo ia muito bem, obrigado, mas ao final deste set, depois de regravarem a música "Ojos Verdes", Kiko anuncia que iriam fazer um intervalo para ajeitar as coisas para o próximo set, que seria no violão. Aproximadamente 15 minutos depois, Kiko aparece com o violão em mãos e toca 3 sons sendo eles "Beautiful Language", "Choro de Criança" e "Giz", sozinho ao violão. Ao final desses sons, Kiko anuncia a pior escolha de música e participação de todos os tempos. Rafael Bittencourt sobe ao palco para gravar com Kiko o sucesso "Late Retemption", para o deleite dos "Angreiros" de plantão. O grande problema é que esta música é cantada, e nem Kiko e nem Rafael têm condições de alcançar algumas notas que a melodia vocal desta música exige, resultando assim em um gargarejo que teve de ser regravado 2 vezes. Depois de agredir os presentes com esta canção digna de uma "dança da chuva", Kiko anuncia que fará outro intervalo para voltar com a formação para o show mais pesado da noite.
Kiko deixa o palco, dando lugar assim para a equipe do áudio — que parecia transtornada com alguma coisa que não sabíamos. E ficamos ali, por aproximadamente 30 minutos, sem saber o que estava acontecendo. Os técnicos estavam visivelmente despreparados, e não sabiam o que fazer, iam pra lá e pra cá coçando a cabeça, segurando o violão que Kiko tocara o set inteiro na mão. Foi aí que começamos a temer o que já era de se esperar. Kiko retorna ao palco, visivelmente transtornado e sem jeito, anunciando que a música com Rafael Bittencourt não havia sido gravada e que eles teriam de) tocar novamente. Juro para vocês que a minha vontade naquele momento foi de sair correndo pelo auditório com as mãos na cabeça, pedindo a Deus que me perdoasse por todos os pecados que um dia cometi em toda a minha vida! Mas eu permaneci sentado, e por fim, queria ver até aonde tudo aquilo iria. Eles tocaram a tal "Late Retemption" mais umas vezes até que ela ficasse aceitável, porque não tinhamos até o dia amanhacer para que ela ficasse realmente boa.
Importante citar que Kiko parecia bastante confuso com o que estava acontecendo, e não entendia muito bem o que ele precisava fazer. Reflexo do mal preparo da equipe responsável pela produção do show, que mal explicou para o artista quais foram os problemas que realmente aconteceram com a gravação das músicas. Em alguns momentos Kiko dizia: "E agora? O que eu faço?", pouco antes de Rafael Bittencourt entrar pela segunda vez, Kiko pergunta: "Eu preciso falar tudo novamente? Eu nem lembro direito o que eu falei. Isso aqui não vai dar certo" — claramente emputecido com a situação toda.
Aos trancos e barrancos, e com um clima um pouco tenso, Kiko deixa o palco, agora sim com a promessa de voltar finalmente com o terceiro set. Lembrando que o show estava programado para terminar às 23:00, e foi nesse horário que o terceiro set começou.
Depois de passarem rapidamente o som de cada instrumento, os músicos entram. Virgil Donati senta em sua bateria, Felipe Andreoli conecta seu cabo no amplificador — pois nem isso os técnicos tiveram a competência de fazer—, e Kiko aparece, abrindo o set com a agitada "Conflicted", de seu álbum "Sounds of Inocence". Ainda não conseguíamos ouvir o som do contrabaixo de Felipe — o que só viria a ocorrer na terceira música, "The Hymm". Virgil Donati, com sua precisão clínica em cada nota, não fez feio, e entregou o que o público esperava: pancada na bateria. O show seguiu sem mais problemas técnicos e Kiko chamou ao palco seu irmão Zeca Loureiro para fazer a guitarra base em algumas músicas. Mais ao final do show Kiko convida o mestre Da Lua que, com seu berimbau, contribui para mais duas músicas, "Mãe d’água" e "Pau de Arara", encerrando assim o terceiro set e consequentemente a apresentação. Kiko então chama todos os músicos ao palco para agradecer ao público e se despede.
Acredito que as falhas que ocorreram específicamente neste dia prejudicaram os músicos, fazendo com que eles tocassem sob uma pressão e um clima bastante esquisito. Espero que o material gravado consiga ser aproveitado e que o DVD realmente seja lançado.
É uma pena... Infelizmente.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Bangers Open Air confirma Within Temptation, Feuerschwanz e Eluveitie para 2026
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Como "Welcome To The Jungle", do Guns N' Roses, soaria se gravada pelo Sepultura?
Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian


Kiko Loureiro posa para foto ao lado de músicos do Angra e seguidores se empolgam
O que exatamente Kiko Loureiro fez no "Dystopia" do Megadeth, segundo Chris Adler
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


