Noite do Metal IV: como foi o evento em Olinda
Resenha - Noite do Metal IV (Mercado Eufrásio Barbosa, Olinda, 25/05/2013)
Por João Dias
Postado em 30 de maio de 2013
25 de maio de 2013. Noite de lua cheia. Olinda estava para receber sem dúvidas uma verdadeira noite de arrepiar. O apocalipse, tão prenunciado, estava bem diante de nossos olhos. Um apocalipse ao som de muito metal, punk e metalcore. Uma celebração sem dúvidas fabulosa de um evento que chegou à sua quarta edição, com unidade da cena underground, as bandas foram sem dúvidas fabulosas em tudo, sem nenhum tipo de disputas entre si, nem nenhum atrito, nenhum conflito ou acontecimento ruim que pudesse comprometer o espetáculo. Dizendo tudo isso você me perguntará "o show foi ótimo, não?"
SIM! Muito ótimo! A produção, a cargo da Sacrament Productions (https://www.facebook.com/sacramentoprod?fref=ts) fez um ótimo trabalho, com uma aparelhagem de som ótima, bom espaço físico pro show, entre outros elementos básicos. Só faltou um pouco no lado visual para identificação do prédio onde estava rolando o evento. Outro problema foi o já repetitivo atraso comum em vários eventos assim, que estava programado pras 19 h mas só começou já pelas 21 h. Com isso, acabou causando um certo cansaço para acompanhar as apresentações das últimas bandas em muitos do público presente, mas isso de forma alguma tirou o brilho de tudo que foi apresentado ali.
A line-up do evento foi a melhor das quatro edições. Começou com a praticamente desconhecida ROYAL BLOOD, de Paudalho, zona da mata norte de Pernambuco. A banda definitivamente mostrou que veio com tudo pro evento, fazendo um show de tributo fabuloso, com covers de Bride, Stryper, King James e Narnia, além de outras, com um brilhantismo fabuloso que certamente encantou a todos. Espero sinceramente que apareçam mais vezes na capital, juntamente com seus conterrâneos da Kannibale, sem dúvidas o interior de Pernambuco tem muitos talentos no cenário metal e nada, absolutamente NADA a dever pras bandas da capital.
Logo a seguir, tenho que consertar uma TREMENDA injustiça que eu cometi, a mais de um ano atrás, quando fiz a review da Noite do Metal II. Naquela review eu fui MUITO infeliz ao comentar sobre a apresentação da SEVENTY TIMES SEVEN na época. Pois, quando os vi e ouvi, lá, bem perto do palco, vi que eu realmente me equivoquei muito sobre eles. A apresentação deles foi muito boa, tocando grande parte do seu repertório, além do cover da The Devil Wears Prada "Hey John, What's Your Name Again" (que eu não conhecia ainda, mas depois disso decidi sacar o som dessa) e das recentes "Prólogo: A Teoria do Semeador" e "Nunca Mais pt. 2". Na hora do maior sucesso do grupo, "Golias no Chão", a galera instigou muito. Tirando um ou outro erro, especificamente um problema no microfone do segundo vocal, que mal deu para ouvi-lo nos momentos que ele solou em "Nunca Mais pt. 2", foi uma apresentação ótima de verdade.
A F.M.I. passou as duas semanas que anteciparam o evento prometendo uma apresentação simplesmente arrasadora. E, ainda bem, eles não são políticos, nem do Fundo Monetário Internacional! Promessa com essa banda de punk/HC é dívida e mostraram em seu espaço que o gênero deles merece mesmo aparecer em eventos como a Noite do Metal (ainda que o nome "metal" pra muitos pareça restritivo). Lucas Miguel "desceu a mão" na bateria como nunca antes, sem falar na qualidade demonstrada pelos guitarristas Carlos Alexandrino e Clivson David, pelo baixista Carlos Morais e pelo vocalista Eudes Sousa. Espero que esses caras cada dia mais cresçam e logo logo lancem seu material pra galera poder conferir sempre o trabalho deles.
Logo a seguir começou o liquidificador supersônico da banda SOTERION, com seu (un)black metal brutal, a banda tocou músicas clássicas e novas trilhas, sempre mantendo sua raiz clássica e sem piedade alguma pros ouvidos de ninguém. É mais uma que aguardo ansiosamente por mais um material urgentemente.
A pancadaria tinha que continuar, e ela veio no nome da IMPLEMENT. O trio, que no ano passado completou seu primeiro decênio de vida, mais uma vez veio fazendo o que fazem de melhor, sem dúvidas, que é um death metal brutal e consistente. Manter isso, após anos de estrada e nesses tempos de tanta "mudança sonora", é sem dúvidas uma coisa maravilhosa. Afora a palavra compartilhada pelo vocal/baixista Ivan, extremamente positiva e conscientizadora da necessidade que temos do Nosso Deus.
Chegada a primeira banda principal da noite, DIVINE SYMPHONY, de Manaus/AM. Quem conhece o som deles sabe que é um symphonic black metal de respeito. E ouvir o som deles de perto foi uma experiência única. Foi o momento do show que eu realmente parei para somente ouvir e admirar a obra deles. Cada som, extremamente bem executado, foi como uma verdadeira viagem a um front de batalha. Ouvir de perto "Reform" foi algo que transcendeu tudo que eu imaginava ser possível, sem dúvidas que foi uma das melhores bandas da noite.
Pra fechar a noite, foi a vez dos mineiros da KRIG. Ainda que Däniell Cørpse tenha dito que não estava com seu vocal 100% devido a um problema alérgico, o que se viu foi um show soberbo, com clássicos como "Global Warning", "Narcisism Mechanicism", "Rotten MTV", "Bastard Boss", "Fatality Brutality", "Mercenary Pastor", "777", "You Will Be Hated", "God Is Alive", a nova "Decay's Beholder" e duas vezes a suprema "G.L.O.B.O.", o grupo mostrou porque é uma das mais reconhecidas bandas desse país e tem que ir cada dia mais longe, pois qualidade e atitude eles têm, de sobra, além de carisma, muito carisma.
O que tenho a dizer é que sem dúvidas o evento foi muito bom, contando com a presença de caravanas de Natal/RN, Campina Grande/PB e alguns de João Pessoa/PB e Fortaleza/CE, mostrando a unidade da cena underground cristã no nosso país. HAIL TO THE ROCK!
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