Overkill: Espetáculo intenso e de pouco descanso para os fãs no RS
Resenha - Overkill (Opinião, Porto Alegre, 22/08/2012)
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 26 de agosto de 2012
Os norte-americanos do OVERKILL podem até não integrar o big four do thrash metal, mas possuem praticamente a mesma importância do METALLICA, SLAYER, ANTHRAX ou o do MEGADETH para a música. Com três décadas dedicadas ao estilo e dezessete discos de estúdio, a banda retornou a Porto Alegre para iniciar a curtíssima turnê de duas datas do seu mais recente álbum, intitulado "The Electric Age" (2012), no Brasil. O Opinião recebeu um surpreendente número de fãs – para assistir uma boa performance de pouco mais de 1h30 – e mostrou que a capital gaúcha ainda respira o ar do thrash metal old school.
Foto da chamada: Pierre Cortes
Fotos do show por Liny Oliveira (http://www.flickr.com/linyrocks)
Mais fotos podem ser vistas no link abaixo:
A abertura da noite ficou por conta da banda gaúcha – também de thrash metal – ONE OF THEM. O grupo formada por G.G. Mussi (vocal), Jeff Witt (guitarra), Leo Jamess (guitarra), Alexandre Guterres (baixo) e Z. Ace (bateria) subiu ao palco do Opinião às 21h45 para iniciar o seu trabalho. Os caras executaram boa parte das músicas da sua primeira demo, intitulada "I Am One of Them" (2009), e um pouco das faixas que devem aparecer no seu próximo registro, ainda sem data de lançamento. Embora tenha dividido opiniões, a ONE OF THEM mostrou muita competência em uma performance vibrante de pouco mais de trinta minutos. O resultado foi positivo e reposicionou o quinteto entre os principais representantes do gênero na capital gaúcha.
Com o palco montado e pronto, o OVERKILL entrou em cena pontualmente às 23h para o seu segundo show em terras gaúchas. Na primeira apresentação, em 2001, cerca de apenas trezentas pessoas compareceram ao mesmo Opinião para conferir o grupo em ação. Os anos se passaram e finalmente parece que Bobby "Blitz" Ellsworth (vocal), Dave Linsk (guitarra), Derek Tailer (guitarra), D.D. Verni (baixo) e Ron Lipnicki (bateria) conquistaram o devido reconhecimento por aqui. O público praticamente encheu a casa – em uma semana que ainda teria apresentação do DREAM THEATER dois dias depois – e comprovou que o OVERKILL vive realmente um bom momento em sua carreira. A prova pode ser dimensionada através das faixas de "The Electric Age" (2012), que foram muito bem recebidas pela plateia. A música "Come and Get It" funcionou perfeitamente como abertura e impulsionou "Brig Me the Night", do elogiado "Ironbound" (2010), como um dos melhores momentos da noite inteira.



O espetáculo proporcionado pelo OVERKILL é intenso e de pouco descanso para os fãs entre as músicas. Com uma performance extremamente enérgica, Bobby "Blitz" Ellsworth cantou praticamente no limite da sua voz durante todo o show. O quinteto realmente se doa aos fãs em cima do palco e o resultado atingido é acima da média, sobretudo quando despontam músicas do quilate de "Elimination", do álbum "The Years of Decay" (1989). A faixa fez muito sucesso na época – inclusive no Brasil – e era integrante assídua do finado programa televisivo Fúria MTV. Em seguida, a pesadíssima "It Lives", de "From the Underground and Below" (1997), recheou com ainda mais brilho o show dos norte-americanos.
O único pecado cometido pelo OVERKILL sobre o palco foi realizar um show de poucas surpresas e novidades. A banda é competente – mas mostra um repertório retinho demais e contornado pelas mesmas influências do início ao fim. O que falta é um pouco mais de ousadia para Bobby "Blitz" & Cia. De qualquer modo, o quinteto tirou da cartola uma boa sequência de faixas após a performance de "It Lives". O primeiro single de "The Electric Age" (2012) – "Electric Rattlesnake" – é uma das poucas músicas do OVERKILL que possui uma pegada diferente. A música funcionou muitíssimo bem ao quebrar o clima repetitivo do espetáculo, assim como a clássica "Hello from the Gutter", que até de um episódio do desenho Beavis and Butt-head fez parte na década de noventa. O público gaúcho estava na mão do frontman Bobby "Blitz" Ellsworth em momentos como esses.



Os bangers ocupavam boa parte da pista do Opinião e funcionaram como o termômetro perfeito para dimensionar o quanto o show do OVERKILL transcorria excepcionalmente bem. As faixas "Ironbound" e "Save Yourself" mostraram que a velha fórmula do thrash metal perdura e ainda constroi coisas boas nos dias de hoje. Entretanto, a resposta conquistad pelos anos dourados do OVERKILL precisa ser mencionada e melhor destacada. A música "Wrecking Crew" – do álbum "Taking Over" (1989) – foi um momento à parte da noite. A plateia gaúcha foi literalmente ao delírio no instante em que uma parcela dos clássicos do thrash metal oitentista era relembrada no palco do Opinião. A pesadíssima "Necroshine" e a sugestiva e quase punk "Old School" deram sequência ao show que já se encaminhava para a sua parte final. O desgaste de Bobby "Blitz" & Cia. era visível até mesmo de longe.



A clássica "In Union We Stand" encerrou a primeira parte do espetáculo. Para o bis, "Deny the Cross" e "Rotten to the Core" apenas reafirmaram o compromisso do OVERKILL em reproduzir ao vivo um apanhado de toda a sua carreira, sobretudo com músicas dos discos mais antigos, como "Taking Over" (1987) e o debut "Feel the Fire" (1985). Entretanto, foi com o cover do THE SUBHMANS "Fuck You" que Bobby "Blitz" & Cia. que se despediram de Porto Alegre. Os fãs deixaram o Opinião certamente satisfeitos com o que viram. Por outro lado, a banda embarcou para a capital paulista, onde se apresentaria na noite seguinte, com o espírito revigorado. A experiência de presenciar um show do OVERKILL é indispensável para todos aqueles que admiram e acompanham o cenário thrash metal, porque são pouquíssimos os grupos que se doam com tanto afinco para os seus fãs.
Set-list:
01. Come and Get It
02. Bring Me the Night
03. Elimination
04. It Lives
05. Electric Rattlesnake
06. Hello from the Gutter
07. Ironbound
08. Save Yourself
09. Wrecking Crew
10. Necroshine
11. Old School
12. In Union We Stand
13. Deny the Cross
14. Rotten to the Core
15. Fuck You
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