Joe Bonamassa: Apresentação majestosa no Rio de Janeiro
Resenha - Joe Bonamassa (Vivo Rio, Rio de Janeiro, 31/05/2012)
Por Vitor Bemvindo
Postado em 03 de junho de 2012
De 2010 pra cá, Joe Bonamassa lançou três ótimos discos solos de estúdio, dois grandes registros com o Black Country Communion, um bom álbum com Beth Hart, além de discos ao vivo e participações especiais em trabalhos de nomes como Leslie West, Don Airey e Europe. Isso já seria o suficiente para cravar o nome do guitarrista como um dos melhores e mais criativos músicos da atualidade. Se isso não fosse o bastante, Bonamassa fez uma apresentação majestosa no último dia 31, no Rio de Janeiro, para que não houvesse dúvidas do quão talentoso ele é.
Sim, mesmo com todas as produções em série o guitarrista ainda arruma tempo para sair em turnê. É inacreditável!
Joe Bonamassa - Mais Novidades
Pela primeira vez no Brasil, Bonamassa só surpreendeu mesmo quem não conhecia minimamente a obra do músico – o que parecia ser o caso de boa parte da plateia que compareceu em bom número ao Vivo Rio. Um grande show era o mínimo que alguém que acompanha a carreira do guitarrista nos últimos anos esperava.
E por incrível que pareça, ele conseguiu superar qualquer expectativa.
Desde a primeira canção – Slow Train – ele desfilou riffs, solos e melodias vocais que deixaram todos os presentes de queixos caído. O arsenal de talentos de Bonamassa parece inesgotável... Não me surpreenderia se no meio do show ele fizesse uma performance de sapateado ou de malabarismos. Se o fizesse, certamente o teria feito de forma magistral.
Bonamassa é um daqueles músicos que nos ensinam que para ser bom não basta ter uma técnica impecável... Muito mais importante que isso é tocar com sentimento. E é isso o que ele faz. Sua dedicação ao instrumento é tocante e sua forma de cantar parece ter relação direta com o pulsar de suas vísceras.
Isso pode explicar a incrível facilidade com que ele passa por diversos gêneros musicais, como se estivesse montando um quebra-cabeça de duas peças. No show ele passou pelo blues, com a maestria que nos fazia lembrar Robert Johnson, B. B. King, Eric Clapton, entre outros. Isso ficou claro quanto ele executou, com um toque inapelável de sua personalidade musical, faixas que já passaram pelo crivo Gary Moore ("Midnight Blues"), Howllin´ Wolf ("Who’s Been Talking"), Freddy King ("Look Over Yonders Wall") e Jeff Beck ("Blues Deluxe").
A passagem pelo rock foi igualmente impecável, com menções ao The Who ("Young Man Blues"), ZZ Top ("Just Got Paid") e Led Zeppelin ("Dazed and Confused"). As
referências, longe de soarem como covers, ganham sempre a sua forma de tocar e cantar e, por incrível que pareça, sempre crescem com isso.
Mas se engana que Bonamassa faz um show de só de reinterpretações. A parte autoral da apresentação é ainda mais interessante. "The Ballad of John Henry", por exemplo, já merece um carimbo de clássico. Ao vivo, a faixa ganha ainda mais vida, arrancando urros da plateia.
A sensibilidade do músico está expressa em lindas baladas como "Sloe Gin" e "Driving Towards the Daylight" (que dá nome ao mais recente trabalho do guitarrista). Fora isso, o blues rock de "Last Kiss","Dust Bowl" e "Lonesome Road Blues"são capazes de deixar até o mais tímido dos senhores animados. Para completar, não poderia ficar de fora uma referência ao seu trabalho com o Black Country Communion. Todos ficaram surpresos e felizes com a execução de "Song of Yesterday".
Por último, gostaria de gastar algumas linhas e elogios aos dotes vocais de Bonamassa. É quase óbvio falar bem dos dotes "guitarrísticos" do músico. Muitos foram os que o compararam com Paul Kossoff, Clapton, Beck, Page... Não preciso repetir isso. Mas poucos são os que falam sobre como canta bem Joe Bonamassa. Sim, ele canta muito. E aí fica difícil arrumar paralelos. Sua voz tem uma personalidade bem única. Compará-la a de nomes como Paul Rodgers seria um pouco injusto com o próprio Bonamassa, mas posso afirmar que o que sai daquelas cordas vocais não deixa nada a desejar a grandes nomes do blues e do rock. É realmente impressionante o vigor da voz de Bonamassa ao vivo. Arrisco-me a dizer que os discos de estúdio ainda não foram capazes de registrar com justiça a sua potência e talentos vocais.
Poderia usar alguns clichês como "impecável", "magistral", "fantástico" para definir a apresentação. Mas como já o fiz em demasia durante o esse texto, prefiro poupar o leitor de tal rasgação de ceda.
O único que posso fazer é recomendar a todos que não conhecem o trabalho desse grande músico que utilizem os recursos disponíveis para conhecer. E quando tiverem a oportunidade de assisti-lo ao vivo não pensem duas vezes: garanta o seu ingresso com a urgência que lhe for possível.
Set list:
"Slow Train"
"Last Kiss"
"Midnight Blues"
"Dust Bowl"
"Who's Been Talking"
"Sloe Gin"
"The Ballad Of John Henry"
"Lonesome Road Blues"
"Song Of Yesterday"
"Look Over Yonders Wall"
"Blues Deluxe"
"Young Man Blues"
Bis:
"Driving Towards The Daylight"
"Just Got Paid" / "Dazed And Confused"
Outras resenhas de Joe Bonamassa (Vivo Rio, Rio de Janeiro, 31/05/2012)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Hellfest terá 183 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
Angra posta mensagem enigmática no Instagram; "Foi bom enquanto durou"
Para alguns, ver o AC/DC é um sonho. E sonhos não têm preço
O álbum que rachou o Deep Purple: "O Jon gostou da ideia, mas o Ritchie não"
O disco que une David Gilmour e Steve Vai na admiração pela genialidade de seu autor
Duff McKagan elege as músicas do Guns N' Roses que mais gosta de tocar ao vivo
Rob Halford fala sobre a importância de estar há quase quatro décadas sóbrio
Roxette anuncia dois shows no Brasil em 2026
O hit do Nirvana sobre Whitesnake, Guns N' Roses, Aerosmith e Led Zeppelin
O "vacilo" que levou Nicko McBrain a achar que fosse passar no RH do Iron Maiden
O músico que Jimmy Page disse que mudou o mundo; "gênio visionário"
Linkin Park compartilha fotos incríveis de show realizado no MorumBIS
Soundgarden prosseguirá atividades? Baixista Ben Shepherd responde
Festival Beyond The Gates anuncia as primeiras 21 bandas da edição de 2026
A curiosa opinião de Axl Rose sobre o fim do Led Zeppelin em 1980
A atitude de Gene Simmons que fazia Scorpions sentir nojo quando abria shows do Kiss
Brian May: "Eu não sabia que Freddie Mercury era Gay"

O único que pode ser tão reconhecível quando B. B. King, segundo Joe Bonamassa
Os melhores guitarristas com os quais Glenn Hughes trabalhou
Joe Bonamassa exalta talento de Ozzy Osbourne para descobrir guitarristas
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!



