Joe Lynn Turner: parte do Deep Purple, Rainbow e Sunstorm
Resenha - Joe Lynn Turner (John Bull Pub, Curitba, 14/05/2010)
Por Rafael Correa
Postado em 23 de maio de 2010
Caminhando porta adentro do John Bull Pub de Curitiba, certamente um único pensamento permeava a cabeça de todos os presentes: ambos estávamos prestes a presenciar mais uma apresentação de Joe Lynn Turner, referência absoluta de Hard Rock. Para dimensionar isso, seria o mesmo que presenciar, de certo modo, uma parte de Deep Purple, Rainbow e Sunstorm no mesmo palco: só essa constatação já o suficiente para deixar um largo sorriso no rosto de cada um.
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E, a cada passo, os quadros que adornavam o ambiente preparavam cada vez mais o espírito de todos os presentes, afinal, seria sob o olhar de benção de Jimmy Page, Hendrix, Pink Floyd, dentre tantos outros, que iríamos firmar pé na frente do palco, balançar cabeças e punhos gritando em plenos pulmões cada frase cantada por Turner. Antes do início do show, todos tinham a certeza de que a simplicidade intimista do ambiente seria um aliado na consolidação de uma apresentação memorável, o contrário do que bradavam os pessimistas em alto e bom tom, dizendo que Turner chegava ao fundo do poço por tocar em "botecos" de diversos países. Todos sabiam que tais acusações eram levianas, e apenas esperávamos o início do show para nos certificarmos disso.
Os ânimos já se exaltaram quando a banda florianopolitana Fred Lee subiu ao palco e destrinchou clássicos do Van Halen, Whitesnake e Deep Purple da era Hughes/Coverdale. Extremamente técnicos e beirando a insanidade, os músicos catarinenses aqueceram o John Bull Pub pulando de um lado para o outro e esbanjando bom humor. Um começo e tanto para uma noite que, cada vez mais, parecia se tornar eterna. Quando o Fred Lee desceu do palco, já foi possível perceber a movimentação da trupe de Turner: a preparação do palco foi rápida e, cerca de 30 minutos depois, os músicos estavam a postos.
Quando os primeiros acordes de "Death Alley Driver" começaram a soar, a exaltação era palpável. Como perfeito complemento, Joe Lynn Turner saltou para o palco e prontamente começou a entoar os primeiros versos, acompanhados por toda platéia. Ao fim da canção, não houve tempo para respiração: "Perfect Strangers" tomou conta do ambiente, mostrando a versatilidade de Turner em dominar perfeitamente cada fase do Purple como se tivesse sido sua. Cordial como sempre, Turner saudou o público antes de executar três canções do Rainbow: "I Surrender", "Street of Dreams" e "Man On the Silver Mountains", talvez em uma homenagem inconsciente a Ronnie James Dio que, apenas 36 horas depois do show de Turner em Curitiba, nos deixaria para sempre.
Sempre dialogando com a plateia, Tuner mostrou entusiasmo juntamente com o brilhante grupo que o segue: Betovani comandou muito bem suas seis cordas, assim como Garry King mostrou sua virtuose atrás de seu kit explosivo. Mas o destaque vai para o baixista Andy Robbins, que alternou muito bem palhetadas e slaps durante o show, e para o tecladista brasileiro Bruno Sá, que esbanjou originalidade nos solos de seus teclados, protegidos curiosamente por um retrato da personagem "Dona Clotilde", do antigo Chaves.
"Cant't Happen Here" e "Highway Star" incendiaram a platéia já incandecente, assim como em "Blood Red Sky" e "Stargazer", que pulsaram e fizeram o chão do pub literalmente tremer. Mas o ponto alto do show certamente foi com "Long Live Rock n' Roll". A canção por si só já seria forte candidata à "música da noite", mas Turner e sua banda a deixaram ainda mais interessante: além de fazer a platéia berrar com toda a força cada vez que ocorria o refrão, Turner fez um medley interessantíssimo da canção com "Lazy" e "Black Night" do Deep Purple, ante de retornar para "Long Live...". Em mais de dez minutos, Joe Lynn Turner apresentou o que o Rainbow e o Purple tinham de melhor, e a platéia respondeu ovacionando-o merecidamente.
Antes do bis, Bruno Sá e Garry King ofereceram aos presentes um extasiante dueto de teclado e bateria, que anunciavam o que ainda estava por vir. Após, Turner cantou a orquestral "Gates of Babylon", do disco "Long Live Rock n' Roll" do Rainbow, mais uma canção da era Dio executada com maestria. Por fim, foi o dueto explosivo de "Spotlight Kid" (também do Rainbow) e "Burn" que encerrou a noite, deixando a platéia pedindo mais canções. A banda saudou o público e, como não poderia ser diferente, partiu, não sem antes de Turner alçar para si uma bela loira e, finalmente, deixar o recinto.
No fim das contas, todas as expectativas haviam se concretizado. Apenas uma interrogação pairava no ar: "Stone Cold", clássico do Rainbow e que constava no set list original, ficou de fora da apresentação. Nada que desabone o show, mas era óbvio que todos também esperavam por essa música. Mas, de fato, Joe Lynn Turner silenciou todos aqueles que haviam insinuado que ele havia chegado ao limite da carreira ao tocar em lugares pequenos. Foi um show intimista, vibrante, denso e de qualidade: retratou a cada pincelada a importância que o hard rock ainda possui sobre todos nós. E sempre continuará a ter. Ao Mr. Turner, nosso muito obrigado.
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