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Tuska Open Air: Review e galeria de fotos do festival finlandês

Resenha - Tuska Open Air (Helsinki, Finlândia, 27 a 29/06/2008)

Por Petri da Costa
Postado em 13 de agosto de 2008

O Tuska Open Air é sem sobra de dúvida o maior festival de metal na Finlândia e também um dos mais reconhecidos e respeitados festivais de metal do circuito europeu. Como era de esperar, os três dias do festival foram sold out, cerca de 36.000 fãs de metal estiveram presentes, e esse ano foi o mais "pesado" de todos os anos do Tuska, já que o destaque eram em bandas que tocam thrash, death ou black.

Sexta-Feira (27/06)

O primeiro dia começou com filas gigantes e muito calor. Boa parte do público foi entrando rápido a tempo de ver a banda que deu o pontapé inicial do Tuska 2008, o Mokoma, no palco principal. O set list executado foi basicamente o mesmo do Sauna Open Air, assim como a performance dos membros da banda. Logo em seguida, nos palco secundários, vieram outras figuras conhecidas do Sauna Open Air, o Tracedawn e o Kypck. E em ambos casos, o mesmo set list e a mesma competência. O porém foi que dava aquela sensação de "mais do mesmo", afinal a Finlândia está cheia de bandas, por quê não dar uma mudada e não repetir as mesmas bandas de outros festivais?

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Voltando pro palco principal era a hora da primeira atração internacional do dia, os suecos do Amon Amarth. E agora sim o público parecia mais empolgado, até aqueles não muito chegados ao som desses vikings. O show comecou com "Valhall Awaits Me" e "Runes To My Memory", que os fãs cantavam junto com o vocalista Johan Hegg. O resto do show foi bom. No set list músicas como "Death In The Fire", "Across The Rainbow Bridge" e "The Pursuit of Vikings" agradaram em cheio aos fãs, e eles conseguiram manter boa parte do público agitado.

Fim da tarde e nos palcos secundários o Stam1na e o The Sorrow tocavam. O Stam1na foi quem atraiu mais público, mas já que vi muito deles nos últimos anos fui dar um conferida no show do The Sorrow. Esses jovens austríacos não são conhecidos pelo público daqui, e talvez por isso o público passou boa parte do show só olhando. A banda acabou se saindo bem com seu metalcore e no final eles pareciam ter conseguido alguns fãs.

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E finalmente chegava a hora de uma das bandas mais aguardadas do festival, o Carcass. A banda dispensa apresentações ou comentários sobre sua história, e era claro que muitos ali estavam ansiosos para finalmente vê-los ao vivo. Ao entrar no palco, a banda foi ovacionada e mandaram de cara "Inpropagation". Mantiveram os fãs felizes num set list bem escolhido, que teve entre outras "Carnal Forge", "No Love Lost" e "Genital Grinder". Apesar de ter sido um dos nomes mais chamativos do Tuska desse ano, o Carcass realizou um show um tanto regular, que teve seus momentos bons e alguns razoáveis. Quase no final do dia, e nos palcos secundários os suecos do Entombed e o The Scourger. Realmente não esperava que o show do Entombed fosse tão "bombástico" assim, a galera já gritava o nome da banda muito antes deles entrarem no palco e não pararam de agitar durante os 60m de show. No set list, "Chief Rebel Angel", "Stranger Aeons", " Left Hand Path" e etc. O vocalista LG foi extremante carismático e manteve o público nas suas mãos durante todo o show, que terminou ao som de "Night of the Vampire". O The Scourger não conseguiu chamar tanta atenção como o Entombed, mas a banda agradou os fãs presentes.

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O primeiro dia terminou com o Dimmu Borgir no palco principal. Dessa vez os noruegueses foram muito melhores do que se comparado ao show deles aqui no Tuska de 2005 e até ao show deles de 2007 no Sauna Open Air. As músicas tocadas foram em sua maioria do álbum "In Sorte Diaboli", como "The Serpentine Offering", "The Chosen Legacy", "The Sinister Awakening" e "The Fundamental Alienation". A banda tocou de forma precisa e acrescentando mais peso nas músicas, terminando o primeiro dia de Tuska de uma maneira muito boa.

Sábado (28/06)

O segundo dia começou mais cedo e no palco principal tocava o Kalmah. Apesar da área do festival ainda estar um tanto vazia, já que muitos estavam fora bebendo ou encarando a fila pra entrar, o Kalmah em seus 45m de show agradou o público e deu um bom início ao segundo dia. Logo em seguida, nos palcos secundários, era a vez do Kiuas e do Sotajumala. De um lado, o Kiuas com seu power metal que levou seus fãs a cantarem junto com a banda durante todo o show. Do outro lado, o Sotajumala, uma das revelacões daqui nesses últimos anos e um nome a ser seguido, destruiu todos com seu brutal death metal, mostrando o por quê da banda estar crescendo a cada ano por aqui.

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A atencão voltou ao palco principal minutos antes do Behemoth subir ao mesmo. A devastação musical dos poloneses foi mais uma vez intensa e extremamente poderosa. Cinco anos atrás eles foram um dos destaques do Tuska e esse ano não foi diferente. Num momento durante o show deles, o vocalista/guitarrista Nergal rasgou uma bíblia em finlândes que encontrou no quarto do hotel e jogou-a para o público pedindo que a queimassem ou destruissem. Apesar de não saber se os atos pedidos por Nergal foram cometidos, o público ficou em êxtase depois dessa. No fim das contas, 60m pareceu ser pouca coisa, mas pelo menos foi o suficiente. O Behemoth fez um dos melhores shows desse Tuska.

Nos palcos secundários tocavam os finlandeses do Ghost Brigade e os indonésios do Noxa, ambos novidades não só no Tuska como também para muitos dos presentes. O som doom do Ghost Brigade atraiu os mais fãs da banda, que fizeram um show mediano. Do outro lado, o Noxa teve a seu favor o fato dos caras serem da Indonésia, fator que atraiu muitos curiosos que queriam ver como a banda soava e se portava ao vivo. Apesar de parecerem um pouco nervosos ao decorrer do show, seu primeiro fora da terra natal, os rapazes do Noxa foram extremamente humides e simpáticos, algo que contagiou o público, fora o seu grindcore demolidor que abriu rodas e deixou a galera no fim gritando por mais.

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Se teve uma escolha inusitada para o Tuska esse ano foi o Fields Of The Nephilim, que tocou no palco principal no meio da tarde. O público não recebeu muito bem a banda inglesa. Eles pareciam estar no lugar errado, mas os poucos fãs não pareciam dar muita atencão e aguentaram uma hora de gothic rock desses veteranos ingleses. Logo em seguida era a hora do Dream Evil e do Discard atrairem os fãs para os palcos secundários. Ambos shows foram bons. O Dream Evil empolgou a todos com seu power metal, especialmente quando tocaram "Fire! Battle! In Metal!" e "Made Of Metal". Enquanto o Discard, outra nova banda finlandesa, proporcionou rodas e muito peso durante o show deles.

Quase final do segundo dia e outra banda grande no Tuska, o Kreator. O massacre sonoro comecou com "Violent Revolution" e depois as clássicas "Pleasure To Kill" e "Enemy of God". A banda realmente estava em excelente forma, esbanjando muito carisma e acrescentando mais peso em todas as músicas do set list, que teve ainda "People of the Lie", "Reconquering the Throne" (que foi dedicada ao Fields of the Nephilim), "Flag of Hate" e "Tormentor", que fechou um dos melhores shows do festival. As últimas bandas nos palcos secundários foram o Diablo e o Primordial. Já que o Diablo tocou no Sauna Open Air, preferi dar uma conferida no show dos irlandeses do Primordial. A banda, que faz uma mistura de black metal com folk e rock, fez um show comum, que teve alguns bons momentos, mas quase ao fim a galera ia indo pra frente do palco principal ver a última banda do dia.

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E a banda para fechar o segundo dia foi nada mais que o Morbid Angel. A banda causou uma das recepções mais calorosas desse Tuska e a galera não parou de agitar do começo ao fim. O set list foi um ’best of’ da banda, que teve "Lord of All Fevers & Plague", "Maze of Torment", "Chapel of Ghouls", "Evil Spells" e uma nova música: "Nevermore". A banda soou muito bem ao vivo e realmente matou as saudades de muitos fãs antigos. O show terminou com "Where the Slime Live" e "God of Emptiness".

Domingo (29/06)

Sol forte e duas más notícias para os fãs. O dia começaria com o Job for a Cowboy e o Korpiklaani nos palcos secundários, mas o Korpiklaani cancelou o show de última hora por que o equipamento da banda foi perdido em algum lugar da Europa, e para o lugar deles foi chamado o Before the Dawn. Já o Job for a Cowboy teve que se apresentar sem o vocaista Jonny Davy, que teve uma infecção na garganta. Foi um tanto estranho ver a banda sem o vocalista, mas a galera aplaudiu o esforço do grupo, que exibiu muita técnica e o melhor peso do death metal, e prometeu ao final do show voltar a tocar aqui em melhores circustâncias.

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Agora com mais público presente, o festival continuou com o Killswitch Engage no palco principal. A banda se mostrou bem energética no palco durante todo o show, agradando em cheio os fãs. Mas também foi irritante aguentar as piadas sem graça do guitarrista Adam Dutkiewicz. Para surpresa de muitos, eles tocaram o cover "Holy Diver" do Dio, que levantou até aqueles que não estavam curtindo o show. Depois era hora do Dying Fetus e do Shade Empire nos palcos secundários. Enquanto o Shade Empire fez um show correto, sem muita empolgação, do outro lado o Dying Fetus fez uma apresentacão destruidora. "Schematics" abriu um dos shows, ou talvez o show, mais explosivo e barulhento da história do Tuska. A quantidade de rodas e walls of death que aconteceram em "Killing on Adrenaline", "We Are Your Enemy", "Grotesque Impalement", "Pissing on the Mainstream" e "Kill Your Mother/Rape Your Dog" foi inacreditável. Sem dúvidas o melhor show do dia.

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Quase no fim do dia e no palco principal tocava o Sonata Arctica. A banda fez um show similar àquele do Sauna Open Air do ano passado e desse ano, e a banda parecia um pouco deslocada no domingo. As últimas bandas do festival nos palcos secundários foram o Nile e o Tyr. O Nile já tem um público fiel aqui e minutos antes a galera que se amontoava para o show gritava o nome da banda sem parar. No set list destaque para "Laying Fire Upon Apep", "Annihilation of the Wicked" e "Lashed To the Slave Stick", e para todos os músicos da banda que realmente soam ótimos ao vivo. Os franceses do Tyr também fizeram um grande show, que atraiu os poucos fãs fiéis da banda.

Por fim era vez da última banda do Tuska 2008, e quem foi chamado para fechar? Slayer. O festival nunca pareceu tão lotado como nesse último dia. Obviamente o fato do Slayer estar fechando o festival trouxe tantos fãs nesse dia, e após um pequeno atraso a banda entra e toca "Disciple" e, sem muita conversa, clássicos como "Chemical Warfare", "War Ensemble", "Hell Awaits", "Dead Skin Mask", "Postmortem" e algumas novas como "Cult", "Jihad" e "Eyes of the Insane", que abrem rodas gigantes no público e muito mosh. Apesar da competência de sempre, às vezes fica a impressão de que quem viu o Slayer uma vez já sabe o que está por vir. Até o modo como Tom Araya apresenta algumas músicas é sempre o mesmo. Para o fim, sem muita surpresa, a banda toca "South of Heaven", "Raining Blood" e "Angel of Death".

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E assim acabava mais uma excelente edição do Tuska Open Air, agora só aguardar que nomes vão estar tocando no próximo ano!

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Sobre Petri da Costa

Fanático por cinema e música, colaborou como correspondente na Finlândia para a RockHard-Valhalla de 2002 até 2008, escrevendo reviews de shows e cds. Tem colaborado com a whiplash desde 2007.
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