Ser simples, ser poderoso: Lição que os grandes nomes do Metal ensinam
Por Augus LF
Fonte: Portal Jokenpo
Postado em 24 de outubro de 2016
Existem músicas incríveis por aí. Solos sensacionais, letras tocantes, instrumentos exóticos criando grandiosas experiências sonoras. Mas uma música complexa é uma música boa?
Escute o Temple of Shadows (2004) completo do ANGRA e tente notar como cada trilha, cada instrumento serve para completar algo maior. É uma produção conceitual notável, mas qual refrão é o primeiro que vem à sua cabeça quando pensa nesse trabalho? São 12 faixas complexas, profundas, que não foram feitas para cantar com os amigos numa mesa de bar ou assobiar distraidamente numa caminhada pelo bairro.
Ainda falando de power metal, desde o início HELLOWEEN trabalhava com composições feitas por uma ampla diversidade de ritmos, vozes e riffs, escute novamente a música Twilight of the Gods se tiver alguma dúvida.
No mesmo CD dessa música, temos também Future World, um dos hinos da banda e do estilo. Compare a diferença entre a escolha de acordes e a melodia entre as duas músicas.
Enquanto a primeira tem um conjunto de ambientes até difícil de acompanhar, Future World tem em seu riff principal um dos conceitos mais básicos da guitarra, que é o pedal point, o solo-base em pentatônica e a troca de acordes em power chord de 6°grau, para 7° e voltando para a tônica. E é muito mais conhecida. Essa sim foi feita pra cantar com os amigos.
Saindo do Power e entrando no Heavy, a mesma descrição usada para Future World serve para dois terços das músicas do IRON MAIDEN. Não é à toa que até hoje alguns fãs acusam uma certa cópia do lick de Fear of the Dark presente na Eagle Fly Free. Mesmo assim Iron é uma das bandas mais populares do Heavy, especialmente aqui no Brasil.
Será que quanto mais simples os arranjos, quanto mais previsível a sonoridade, maior o sucesso?
Eu não acredito plenamente nisso. Existe muito em questão para saber se uma música será bem sucedida, mas preciso lembrar ao leitor que em todas as vertentes temos como 'hino' músicas que grudam na cabeça. Ace of Spades do MOTÖRHEAD, Fighting the World do MANOWAR, Breaking the Law do JUDAS PRIEST e como algum de nós poderia esquecer o riff de Walk, PANTERA. Essas são as músicas mais mainstream, são as músicas feitas para ficar na cabeça, porém não são menos importantes que as outras menos conhecidas.
Por fim, uma música boa depende de questões complexas como a época, o local e o público alvo para quem foi lançada. Como está o cenário do estilo, como foi sua produção, qual a publicidade e qual a fama dos músicos participantes... São muitas variáveis.
Às vezes nós, fãs e músicos, queremos ousar com abordagens fora do padrão, queremos ouvir e tocar algo novo, usar instrumentos diferentes e melodias heterodoxas, mas em todos os outros momentos uma música organizada, com um solo bem feito, um refrão que dê para cantar e bases fáceis de cantarolar são a fórmula de sucesso para captar de imediato a atenção de novos e talvez duradouros ouvintes.
Escute a música 247 de banda UDO e tente não pensar nesse riff e cantar o refrão por 24 horas por dia durante os 7 dias da semana.
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