Ministry lança 'Animositisomina' longe da eletrônica
Fonte: Folha Online
Postado em 04 de janeiro de 2003
SHIN OLIVA SUZUKI
da Folha de S.Paulo
Acostumado a não se preocupar em preencher expectativas, seja de gravadoras ou dos próprios fãs, o Ministry se prepara para soltar um novo disco de inéditas no próximo mês, em que segue economizando nos sintetizadores e samples que justamente consagraram o grupo como patrono do som industrial.
Em "Animositisomina", a música apocalíptica e caótica da dupla formada por Al Jourgensen e Paul Barker ainda é construída por guitarras altas e distorcidas, mas joga o eletrônico para o papel de coadjuvante, bem quando a sonoridade vive sua ascensão e expansão criativa.
E mais, como frisou o multiinstrumentista Jourgensen à Folha, o Ministry não está nem um pouco interessado no que está surgindo por aí. "Nós somos a nossa própria inspiração. Não precisamos de outras pessoas para tirar o nosso som." O músico abre exceções, mas de forma surpreendente. "Não ouço nada que não seja jazz e country antigo: Miles Davis, Charlie Mingus, Buck Owens...", afirma Jourgensen. "E isso aparece na minha música. Se você olhá-la mais de perto [risos"."
Relações musicais inusitadas estão na gênese do Ministry, protagonista de uma das mais incríveis transmutações já vistas no rock. O álbum de estréia, "With Sympathy" (1983), apresentava um tecnopop flamboyant, que se encaixaria muito bem em um disco de sobras do... Erasure.
"Simpathy" é realmente muito ruim. Mas eu não me arrependo de nada. Ele me fez perceber o que realmente queria tocar", diz.
Só mais propriamente a partir de "The Land of Rape and Honey" (1988) é que o verdadeiro Ministry iria aparecer, para atingir seu pico de popularidade com "Psalm 69: The Way to Succeed & the Way to Suck Eggs" (1992), cujas músicas tiveram, à época, alta rotação na MTV e rádios universitárias norte-americanas.
Jourgensen é cubano de nascimento -o sobrenome nórdico é de seu padrasto-, mas o músico não compartilha da mesma opinião de boa parte da comunidade de seu país de origem nos Estados Unidos.
"Eu acho que [o ditador cubano] Fidel Castro fez o que deveria ter sido feito", diz. Mas e as restrições à liberdade na ilha? "Acredite, aqui [nos EUA" também temos o mesmo tipo de reclamação."
Naturalmente, não vê a administração George W. Bush com bons olhos. "Ah, não deixa eu começar. Eu odeio esse cara. Quer manter todos com medo e construir uma grande base de apoio para se tornar "king George"."
Após ter sido dispensado pela "major" Warner, o Ministry escolheu o caminho da independência e lança "Animositisomina" pelo pequeno selo Sanctuary.
Além da nova casa, o disco marca 15 anos de parceria com o baixista e produtor Paul Barker (que se tornou membro a partir de "Land of Rape").
"Musicalmente, nós confiamos muito um no outro. É uma coisa meio Lennon e McCartney. Claro, é como um casamento, sempre há altos e baixos, mas estamos juntos até hoje, não é?"
Diferentemente do que era alardeado no passado, as drogas não estiveram presentes no estúdio. "É, eu casei, serei pai pela segunda vez em breve, acho que não dava mais para levar aquele tipo de vida", afirma.
O Ministry cai na estrada já no final do mês que vem com um show na Holanda -"esperamos também passar pela América do Sul". Conhecido por não ser muito afeito a turnês, a nova fase mudou o gosto de Jourgensen. "A diferença é que hoje eu consigo me lembrar do que acontece nos shows."
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