O Thrash 'contaminado' dos paulistas do Mad Dragzter
Fonte: AOL Música
Postado em 29 de abril de 2005
Por Thiago Cardim, da Redação AOL
Você sabe o que é um dragster? Tudo bem, a gente explica: trata-se de um tipo de carro de corrida muito popular nos Estados Unidos, que pode chegar a 600km/h e precisa de um pára-quedas para frear. Você deve se lembrar deles naquelas imagens de capotagens espetaculares do programa "Os Vídeos Mais Incríveis do Mundo". Se um dragster já é alucinante, o que dizer de um...mad dragzter? Rápido, brutal, visceral, quase maníaco. Ou seja: encaixa perfeitamente com o som da banda que carrega o mesmo nome.
Este quarteto paulistano, formado por Tiago Torres (guitarra e vocal), Armando Benedetti (baixo), Gabriel Spazziani (guitarra) e Eric Claros (bateria), surgiu no final de 1998, ainda com o nome de Dragster - que também foi a alcunha adotada na primeira demo, "New Times", de 2001. Em 2002, o grupo assumiria de vez o nome Mad Dragzter - sim, com "Z" na grafia - para evitar problemas com direitos autorais. O primeiro CD oficial dos caras, "Strong Mind", sairia no final de 2003, ganhando elogios rasgados da imprensa especializada e agraciando o grupo como "banda revelação" de 2003 em diversas revistas e sites.
"Acho que alguns fatores levaram o Mad Dragzter a esse patamar", tentam explicar eles. "O fato da banda ser independente e trabalhar de maneira profissional, desde o CD, o marketing, contato com a imprensa, shows etc. A qualidade da gravação e produção do CD também foi um fator que pesou bastante. Trabalhamos muito para fazer um álbum com qualidade competitiva em relação aos CDs gringos". No entanto, os quatro são unânimes quando asseguram que a música foi o principal fator de seu sucesso, agradando fãs de todos os estilos de metal - e até aqueles que não são exatamente apreciadores do gênero. "Claro que a grande maioria é de fãs de thrash, mas temos contato com a galera do death, tradicional e até melódico que curtem a banda".
É verdade que a base do som destes sujeitos é mesmo a sujeira e porradaria sonora thrash que deu notoriedade às bandas da chamada "Bay Area", em São Francisco, que aceleraram e misturaram o punk à sonoridade das bandas de metal surgidas na cena inglesa. Desta bagunça, viriam o Metallica, o Megadeth, o Exodus... Mas o Mad Dragzter não pára por aí. "Na verdade ,temos influências que vão do Rock'n'Roll ao Death Metal, passando pelo Hard Rock, Metal Tradicional e Prog Metal". Usando um termo que os críticos adoram: o thrash metal do grupo é cheio de concessões.
"No Mad Dragzter não temos medo e nem preconceito de colocar passagens e referências de outros estilos, mesmo porque o que mais queremos é encontrar o som do Mad Dragzter e ter uma identidade", revelam eles, sem medo dos fãs mais radicais. "Existem bandas que você coloca o CD e já sabe quais são - e é justamente isso o mais difícil. Não ficamos pensando 'não vamos pôr isso ou aquilo porque não vai soar dentro do estilo...'. Queremos que a música seja a melhor possível. O resultado final é o mais importante". E sem preconceitos, pedem eles. Afinal, por que a molecada não pode gostar de Angra e Slayer? "Lá fora é assim. Nós, particularmente gostamos de música boa, seja The Cult, Deep Purple ou Cannibal Corpse. Nós temos que parar com esse negócio de rótulos, de ficar presos a isso. Vamos escutar e prestigiar música boa!"
Para eles, a profissionalização das bandas brasileiras tem colaborado para acabar com a hostilidade que abatia os headbangers brazucas que, convocados para abrir os shows de bandas gringas, eram recepcionados pelos fãs com arremessos de latinhas de cerveja e garrafas d'água. "Temos notado que a galera tem corrido mais atrás das bandas nacionais agora. Não o ideal, mas tem crescido. Compram CDs, camisetas das bandas, vão mais a shows, participam mais". Mas eles admitem: o caminho para o coração dos fanáticos tupiniquins ainda deve ser o mesmo seguido pelos mineiros do Sepultura, ganhando reconhecimento internacional antes de ser aclamados pelos brazucas. "Aconteceu não só com o Sepultura, mas com Krisiun, Angra e Shaaman também".
Um dos primeiros passos foi uma apresentação que o Mad Dragzter fez, no ano passado, na cidade paraguaia de Assunção. "Foi animal, a galera de lá é insana. O show foi lotado e a recepção da galera até nos assustou. Eles tinham camisetas do Mad Dragzter pintadas à mão, tinham a demo, CDs, muito legal"! Para 2006, após o lançamento do novo álbum, o plano é estender a turnê brasileira pela América Latina e, quem sabe, também dar os primeiros passos na Europa. Ainda mais se as boas notícias se concretizarem: "Temos recebido boas propostas de gravadoras para relançarmos o CD, inclusive com o clipe da faixa 'Break Down' multimídia inclusa. Devemos fechar algo nas próximas semanas".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A categórica opinião de Regis Tadeu sobre quem é o maior cantor de todos os tempos
As cinco músicas dos Beatles que soam muito à frente de seu tempo
O álbum que David Gilmour vê como uma continuação de "The Dark Side of the Moon"
A melhor música de rock lançada em 2025, segundo o Loudwire
Max Cavalera diz ser o brasileiro mais reconhecido do rock mundial
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Alter Bridge abrirá para o Iron Maiden apenas no Brasil
Os 20 álbuns de classic rock mais vendidos em 2025, segundo a Billboard
É oficial! Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026; confira as informações
Guns N' Roses confirma novo local para show em Porto Alegre
Steve Harris e Bruce Dickinson comentam tour do Iron Maiden pela América Latina
Pink Floyd - Roger Waters e David Gilmour concordam sobre a canção que é a obra-prima
O ícone mundial da música que Paul McCartney não conheceu; "quase consegui uma ou duas vezes"
O rockstar que não tocava nada mas amava o Aerosmith; "eles sabiam de cor todas as músicas"
O que James Hetfield realmente pensa sobre o Megadeth; "uma bagunça triangulada"
Bill Hudson: "No Brasil, se você não tocar com ex-membro do Angra, ninguém vai ouvir"
Van Halen e a música festeira com temática sombria que mudou sua trajetória
A brutal diferença de tocar com Paul Stanley, Pink e Christina Aguilera, segundo brasileiro






