John Lennon, o herói da classe trabalhadora
Fonte: UOL Música
Postado em 08 de dezembro de 2005
Por Dean Goodman
LOS ANGELES (Reuters) - O tempo foi bondoso com John Lennon, o ex-Beatle assassinado há exatos 25 anos.
Apesar de algum trabalho solo irregular e de alianças políticas questionáveis, Lennon vem sendo canonizado pelos fãs como um compositor cuidadoso, um ativista corajoso e um pai devotado -- pelo menos para um de seus dois filhos.
Seu parceiro de composições, Paul McCartney, viveu o bastante para ser consagrado cavaleiro, mas a santidade tem sido mais esquiva. McCartney é visto por alguns como a metade peso-pena da dupla e conseguiu o feito quase impossível de fazer seu calvário, a viúva de Lennon, Yoko Ono, parecer simpática.
Credite o desequilíbrio a um punhado de canções que nunca vão sair de moda, pelo menos enquanto existir guerra e injustiça. Hinos como "All You Need is Love" e "Give Peace a Chance" e "Imagine".
McCartney pode ter vendido mais discos, ter sido tão politicamente ativo quanto Lennon e ter escrito "Yesterday", "Helter Skelter" e "Let It Be", mas Lennon é o herói da classe trabalhadora.
Para o editor da revista Rolling Stone Jann Wenner, que colocou Lennon na capa da publicação em 1967, a briga Paul vs. John já tem um vencedor.
"Você vai se lembrar do que?", perguntou, citando algumas das canções de ambos. "'Silly Love Songs' ou 'Give Peace a Chance'? 'Band on the Run' ou 'Imagine'? 'Helen Wheels' ou 'Whatever Gets You Thru the Night?"'
"CANTOR EXTRAORDINÁRIO"
Outros assumem uma postura mais diplomática, talvez conscientes de que sua música "Forgive Me (My Little Flower Princess)" ou o álbum "Two Virgins" não são exatamente clássicos.
"Se John estivesse vivo, ele poderia estar dizendo, 'Bobagem, é tudo um punhado de boas músicas", disse o cantor do Aerosmith Steven Tyler, cuja banda tocou um cover de "Come Together" em 1978.
Uma boa voz também ajuda, e Lennon era sem dúvida a maior do rock 'n' roll, disse o presidente da Interscope Records Jimmy Iovine, que ajudou a gravar os álbuns de Lennon "Walls and Bridges" e "Rock 'n' Roll".
Lennon não tinha medo de colocar nas canções os tumultos internos, cantando sobre capítulos dolorosos de sua vida como a morte de sua mãe, a separação dos Beatles ou sua relação turbulenta com Yoko Ono.
Influenciado por Bob Dylan, Lennon também achou que poderia usar seu talento para tentar mudar o mundo. Depois que os Beatles se separaram em 1970, Lennon e Ono foram para a cama para promover a paz. O governo Nixon começou a espioná-lo e tentou deportá-lo.
Suas canções pacifistas deram lugar a músicas mais estridentes como "Power to the People". Mas nem todo mundo estava comprando. Seu álbum de 1972, "Sometime in New York City", com o single irônico "Woman is the Nigger of the World", foi um fracasso.
Se ele estivesse vivo hoje, "aposto que gostaria de hip-hop", disse Iovine com uma risada, "por causa do potencial das canções. O que surgisse na sua cabeça, em sua vida, na vida de alguém, ele cantava".
Para Iovine, poucas estrelas do rock atuais seguiram a trilha de Lennon. Ele cita Bono do U2, Trent Reznor do Nine Inch Nails e Jack White da dupla de blues-rock White Stripes como os cantores que costumam colocar honestidade em suas canções.
"(O rapper) Eminem é, pela atitude, mais próximo de John Lennon do que a maior parte dos cantores de rock de hoje", disse. A Interscope representa o U2, Nine Inch Nails e Eminem.
O último álbum de Lennon, "Double Fantasy", lançado pouco antes de ele ser morto a tiros em frente de seu apartamento em Manhattan aos 40 anos de idade, mostra um artista mais reflexivo, enfrentando de forma otimista a meia-idade ("Watching the Wheels") e cantando sobre seu amor por Ono ("Woman") e o filho de ambos, Sean ("Beautiful Boy").
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Pistas a distâncias diferentes e com mesmo preço no show do AC/DC? Entenda
Meet & Greet com Dave Mustaine, que custa mais que um salário mínimo, está esgotado
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
Jon busca inspiração no Metallica para shows de reunião do Bon Jovi
Ingressos do AC/DC em São Paulo variam de R$425 a R$1.590; confira os preços
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Por que Angra não chamou Marco Antunes de volta, segundo Rafael Bittencourt
O hino do metal moderno cuja introdução nasceu de forma "telepática"
Candidata a Miss Mundo Chile leva death metal ao concurso de beleza
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Robert Plant conta como levou influência de J. R. R. Tolkien ao Led Zeppelin
Gus G explica por que Ozzy ignorava fase com Jake E. Lee na guitarra
Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
O clássico da Legião Urbana que foi inspirado na Xuxa
A atitude de Gene Simmons que fazia Scorpions sentir nojo quando abria shows do Kiss
Scott Ian conta como foi o dia que Dave mustaine foi demitido do Metallica


Paul McCartney morreu mesmo em 1966? O próprio - ou seu sósia - responde
O hit de Paul McCartney que John Lennon queria ter cantado: "Eu teria feito melhor"
A música que Paul McCartney não toca ao vivo por ter sido "deturpada" em sua ideia original
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
O megahit dos Beatles que Mick Jagger acha bobo: "Ele dizia que Stones não fariam"
Geddy Lee compara "Give It Away" do Red Hot Chili Peppers a uma canção dos Beatles
O maior rockstar que existiu para David Bowie, que pensava a canção como gesto e atitude
A banda mais influente da história do rock, na opinião de Regis Tadeu
Quando Michael Jackson traiu a amizade que tinha com Paul McCartney



