Ídolos do Metal nacional saúdam David Lee Roth
Por Thiago Sarkis
Postado em 02 de outubro de 2006
Andre Matos (SHAAMAN), Andreas Kisser (SEPULTURA), e Kiko Loureiro (ANGRA), três dos maiores nomes da história do Heavy Metal nacional, comentaram esta semana a importância que David Lee Roth (ex-VAN HALEN), atração principal do Live ‘N’ Louder Rock Fest 2006, exerceu em suas vidas.
O líder do Shaaman recordou seus tempos de garoto: "Quando eu tinha uns 11 ou 12 anos, estava naquela idade da eterna busca de uma identidade musical, escutava de tudo, além da música clássica, que comecei cedo. Os colegas de escola ouviam Rock nacional de rádio e eu particularmente já me atraía por um som mais pesado, mas ainda não havia definido muito bem o que escutar". O início do encontro desta "identidade musical" sobredita viria com um acontecimento curioso, como ele próprio nos relata: "Um belo dia, ao acompanhar meu pai a uma loja de discos, recebi um presente: poderia escolher o que quisesse! Pedi então a um vendedor cabeludo, do qual me lembro até hoje, que me desse uma dica:
- Quero o melhor disco de rock que você tiver aí!
- Só um minutinho! – ele me disse.
Pouco depois ele voltava com um LP na mão avisando:
- Pode levar! Esse eu garanto!
A capa era um tanto estranha, de cor ocre com figuras meio surreais, cenas bizarras. O título? ‘Fair Warning' do Van Halen".
O impacto do disco foi tamanho que ele afirma: "Isso mudou minha vida de tal maneira que eu poderia classificá-la em ‘antes’ e ‘depois’ de Van Halen. Acho que este vendedor me deu o maior presente depois do meu primeiro piano. Foi o passo inicial numa estrada que, em seguida, me levaria a conhecer AC/DC, Queen, Black Sabbath, Deep Purple, Iron Maiden".
O estilo de David Lee Roth impressionava, já naquela época, o hoje renomado vocalista: "A voz dele me fascinava tanto quanto a guitarra do Eddie ou a batera do Alex; eu ficava tentando imaginar como o cara conseguia cantar com aquela voz incrível. Também a espontaneidade que ele passava nas músicas, creio que seja algo comparável apenas ao Freddie Mercury".
Apesar da admiração imediata, Matos não pôde acompanhar o Van Halen no Brasil em 1983, o que lhe gera ainda mais expectativas para o Live ‘N’ Louder: "Creio que agora, pelo menos em parte, vou poder matar a curiosidade de vê-los (N. do E.: Van Halen) ao vivo. Espero um David Lee Roth vibrante e irreverente, como ele sempre foi". Categórico, ele conclui: "Gosto muito do Sammy Hagar no Van Halen também, mas se fosse para escolher entre o show solo de um ou do outro, sem dúvida nenhuma ficaria com o David. Acho que o Live ‘N’ Louder acertou em cheio no artista headliner, e isto certamente reunirá os fãs de todas as idades, estilos e lugares. Com certeza nos veremos por lá!".
Kiko Loureiro, por sua vez, estará no Japão para a turnê do álbum "Aurora Consurgens" do Angra justamente quando o ex-vocalista do Van Halen chegar na América do Sul. "É uma pena perder o show dele. David é o real frontman. Tenho muita curiosidade de ver sua performance hoje em dia. Nunca assisti nada dele ou do Van Halen ao vivo. Seria um sonho", lamenta ele que tinha apenas onze anos de idade quando da única passagem de David Lee Roth, Michael Anthony, Alex e Eddie Van Halen pelo nosso país.
Seu gosto pela banda se iniciou através dos estudos: "O Eddie foi um dos primeiros guitarristas do qual meu professor me passou uns licks. Ouvi muito ele tocar, vi vídeos, etc.". No entanto, o músico brasileiro acredita ter escutado até mais os trabalhos solo de David Lee Roth do que o próprio Van Halen: "Eu era alucinado pelos dois álbuns com Steve Vai e Billy Sheehan. Foi bem na época que eu estava estudando bastante guitarra. Sei detalhes de ‘Eat ‘Em And Smile’ e ‘Skyscraper’. Porém, o Van Halen ouço até hoje. A banda era muito perfeita com aquela formação. Foram revolucionários, alavancaram toda a febre Hard Rock dos anos 80".
Andreas Kisser tem uma história similar: "Para mim, a primeira impressão de impacto (no som deles) veio com a guitarra". No entanto, as coisas mudaram com o tempo: "Aos poucos fui reparando mais o resto da banda. Quando vi os primeiros vídeos foi que percebi a presença de palco e carisma espetaculares do David Lee Roth. Além de grande vocalista, com um grave na voz único no Rock 'N' Roll, ele era um grande dançarino, um showman". Essas qualidades levaram o guitarrista do Sepultura a também seguir a carreira solo de Diamond Dave, da qual fala com entusiasmo: "Gosto pra caralho do primeiro disco solo dele (N. do E.: ‘Eat ‘Em And Smile’) com o Steve Vai, Billy Sheehan, e Gregg Bissonette! Muito foda!".
Apesar disso, assim como Matos e Loureiro, Kisser também não conseguiu ver o Van Halen no Brasil, e sorri ao lembrar da situação: "Queria muito ter ido, mas eu era muito novo, minha mãe não deixou". Vinte e três anos depois e ele terá a oportunidade de tocar no mesmo festival que David Lee Roth, uma sensação descrita por ele da seguinte maneira: "É a primeira vez que o assisto ao vivo, e vai ser classe A tocar com ele".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps