Ex do Midnight Oil prefere política ao rock
Fonte: Último Segundo
Postado em 11 de dezembro de 2006
CANBERRA (Reuters) - O ex-líder da banda Midnight Oil Peter Garrett estreou na segunda-feira em uma nova função, a de promover políticas ambientais alternativas, para ajudar o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, a pôr fim a uma década de domínio dos conservadores na Austrália.
Garrett apresentou-se diante de multidões no mundo todo durante 26 anos, à frente do Midnight Oil, e tornou-se um grande opositor da indústria nuclear, além de um defensor do meio ambiente e dos aborígines australianos.
Depois de dois anos no Parlamento australiano, Garrett foi promovido a porta-voz dos trabalhistas sobre o meio ambiente, e diz que a política é "mais divertida" que uma turnê de rock.
"Gostei muito do meu tempo na estrada com o Oil", disse Garrett a uma rádio australiana na cidade de Bundaberg, onde faz campanha junto com o líder do partido, Kevin Rudd.
"Poder passar um tempo aqui na comunidade, como membro da linha de frente do Partido Trabalhista (...), é um tremendo privilégio."
Uma de suas ações mais conhecidas foi um show de protesto que ele deu em um caminhão na frente da sede da gigante do petróleo Exxon, em Nova York, e um concerto antinuclear na mina de urânio de Jabiluka, numa zona remota do norte da Austrália.
Analistas políticos elogiaram a promoção de Garrett, afirmando que a imagem dele pode ajudar os trabalhistas a vender políticas ambientais para os eleitores.
Mas há quem acredite que a postura antinuclear de Garrett seja prejudicial ao partido, que incentiva as exportações de urânio pela Austrália e defende a energia nuclear como uma solução pragmática para o aquecimento global.
O meio ambiente é um dos assuntos principais das eleições australianas, programadas para o segundo semestre de 2007.
Os trabalhistas prometeram assinar o Protocolo de Kyoto, mas o governo, forte aliado dos Estados Unidos, recusa-se a ratificar o acordo ou a estabelecer tetos para a emissão de gases poluentes.
As pesquisas de opinião mostram que os eleitores querem que o governo tome mais providências para conter a emissão de gases-estufa; 79 por cento da população quer que a Austrália ratifique o Protocolo de Kyoto.
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