Regis Tadeu: "Dia Mundial Do Rock não tem importância!"
Por Emanuel Seagal
Fonte: Yahoo Música
Postado em 13 de julho de 2009
Regis Tadeu, editor das revistas Cover Guitarra, Cover Baixo, Batera, Teclado & Piano e Studio, escreveu em sua coluna no Yahoo! a respeito do Dia Mundial Do Rock.
Confira um trecho do artigo:
"Em 2009, o rock brasileiro está em uma encruzilhada de um único caminho
Hoje comemora-se o Dia do Rock, uma data sem qualquer significado prático, que tem o mesmo valor que o Dia do Quiroprático e o Dia do Pasteleiro. E a data não tem a menor importância justamente porque não há motivo para comemoração, principalmente se levarmos em conta o que anda acontecendo no rock brasileiro.
E não escrevo isso por conta de uma hipotética ausência de bons nomes dentro do cenário nacional - pelo contrário, algumas bandas andam fazendo trabalhos muito interessantes -, mas por causa do absoluto desinteresse das pessoas em saber o que anda acontecendo no rock brasileiro.
É isso mesmo o que você acabou de ler. A grande maioria das pessoas acha que bandas razoavelmente antigas - Titãs, Paralamas, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaíi - ainda servem de parâmetro para o cenário nacional. Infelizmente, não servem mais, principalmente pelo fato de que estas mesmas bandas não conseguiram renovar o seu público - o único dos grupos remanescentes do chamado 'BRock' dos anos 80 que conseguiu tal proeza foi o Capital Inicial, muito menos por sua música e muito mais por conta do apelo do vocalista Dinho Ouro Preto com a mulherada adolescente, que transborda progesterona. Também é estarrecedor perceber que essa massa de pessoas pensa que o rock brasileiro atual resume-se a meia dúzia de bandas emos, com 'destaque' para os pavorosos NxZero, Fresno, o sumido CPM 22 e outros menos votados.
O mais incrível é que o desinteresse das pessoas por aquilo que rola hoje em dia acontece no momento em que toda e qualquer informação musical está disponível a todos na Internet. Não há mais desculpa para alguém dizer que não teve a oportunidade de conhecer um determinado disco de uma banda brasileira. Tudo está à disposição. Mesmo assim, bandas nacionais novas e bacanas ainda tem que penar, se submetendo a tocar em condições precárias nas pouquíssimas casa de shows existentes nas grandes metróples, o que também é um contrasenso inacreditável. Além disso, não há mais o apoio '$incero' das rádios, já que as gravadoras não têm mais 'verba de divulgação' para seus artistas, e nem mesmo a MTV tem hoje o importante papel que desempenhou no passado.
O que resta às bandas? Divulgar os seus trabalhos como puder, tocando em festivais de qualidade sofrível, disponibilizando imagens de shows e clipes no YouTube, rezando para serem notados, e contar com o interesse de uma molecada cada vez mais ávida pela quantidade e não pela qualidade. Hoje, tudo envelhece muito rápido. Uma banda relevante do mês passado já é considerada ultrapassada no mês seguinte.
É claro que tem muita gente fazendo porcaria, mas isso acontece em qualquer segmento musical, seja ele brasileiro ou internacional. Mas isso não pode ser usado como desculpa para alimentar o desinteresse por um cenário que cada vez mais se transforma em uma 'operação de guerrilha', em que bandas bacanas tentam conquistar corações e mentes de modo lento e gradual.
Sabe a tal 'encruzilhada' que cito no título deste artigo? Ela se refere às duas opções que o rock brasileiro em geral têm nos dias atuais: sair de sua 'zona de conforto' e buscar novas alternativas de divulgação na internet ou cativar novos públicos com shows incessantes. Só que a tal 'encruzilhada', na verdade, é um caminho único, pois uma coisa depende e, ao mesmo tempo, complementa a outra. E isso vale tanto para bandas já estabelecidas como para aquelas que ainda estão restritas às garagens e estúdios cheirando a mofo."
A matéria completa pode ser conferida no link abaixo.
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