Financiamento coletivo: onda conquista veteranos do rock
Postado em 14 de julho de 2011
Para sair da garagem e do anonimato, muitas bandas estão entrando na dança do crowdfunding ou financiamento coletivo. Pela internet, elas pedem contribuições dos fãs para por o pé na estrada das casas de espetáculo ou gravar os primeiros CDs e clipes. Em troca, oferecem recompensas várias, entre entradas para shows, camisetas exclusivas e CDs e DVDs autografados.
O crowdfunding, no entanto, está deixando de ser exclusividade das bandas surgidas neste início de século, nascidas e criadas na internet. Essa modalidade de financiamento também vem caindo no gosto de quem está na ativa desde os tempos em que se ouvia música apenas por rádio, toca-discos ou walkman.
O consagrado e rodado quinteto Marillion é uma referência no assunto. Os tiozões têm praticado o financiamento coletivo para realizar shows e gravar CDs desde 1997, quando o termo crowdfunding sequer existia. Apenas para as pré-encomendas de seu último álbum, o duplo Happiness on the Road, veio do bolso dos fãs a bagatela de US$ 725 mil. Outro caso de sucesso no crowdfunding foi a recente aterrissagem dos Misfits no Brasil. O badalado show de abril, no Rio, aconteceu graças a 250 cidadãos, que contribuíram com R$ 200 cada.
Velhas Virgens, novos costumes
Veteranos nacionais seguem a mesma trilha de seus pares gringos, puxados pela sempre surpreendente Velhas Virgens. A banda está pedindo ao respeitável público contribuições para a produção do DVD em comemoração aos seus 25 anos de rock independente. O projeto, hospedado no recém-fundado ComeçAki, já recebeu um trocado de mais de 130 adeptos, atingindo quase R$ 10 mil dos R$ 25 mil de que precisa – e isso a mais de 50 dias do fim do prazo de arrecadação.
Entre os mimos para os colaboradores, está uma verdadeira peça de colecionador: uma música que vai ser gravada especialmente para quem colaborou, com seu nome incluído na letra. O atrativo desse prêmio, que é o "top de linha", se reflete na arrecadação: a maior parte das contribuições feitas pelo ComeçAki está na faixa máxima (de R$ 80 para cima).
Novas gerações, velhas dificuldades
É engraçado notar que no mesmo ComeçAki figura, pertinho do Velhas, uma banda caloura, a Sersônica. Esse ainda desconhecido trio curitibano está pedindo uma força dos fãs para gravar seu primeiro clipe. No texto de apresentação do projeto, um discurso que ninguém pode contestar: "fazer um videoclipe, ou montar um CD não é algo muito fácil para uma banda independente. Os custos são muito altos e o meio é bastante fechado."
Ciente disso, o site hospedeiro da Sersônica e das Velhas dá uma forcinha extra para os artistas, usando uma tecnologia recente para um antigo recurso: o patrocínio por empresas, que podem exibir suas marcas num espaço de destaque, em cada página de projeto – seja este da área artística/musical, social, ambiental ou de qualquer outra das oito categorias que o ComeçAki abriga. Também traz uma espécie de FAQ que mostra o caminho das pedras para quem quiser montar o seu próprio projeto.
A liberdade nunca é tardia
A experiência de Marillion e Velhas Virgens mostra que o financiamento coletivo é uma alternativa consistente para bandas e cantores experientes seguirem firmes e fortes, num mercado em que novos talentos surgem praticamente da noite para o dia.
O crowdfunding contribui para que cada vez mais músicos proclamem a independência de gravadoras e produtores e possam imprimir um tom mais autoral aos seus trabalhos. Do lado dos fãs, facilita o acesso a música de qualidade, nova e mais barata, além de fazer acontecer shows que nenhum peixe grande da área de eventos teria interesse em promover.
Por todos esses aspectos, o financiamento coletivo soa, enfim, como música para os ouvidos de músicos e admiradores – e como um desafiador grito de independência, para aquela que ainda insiste em se posicionar como a todo-poderosa indústria fonográfica.
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