Engenheiros do Hawaii: veja a Twitcam de junho
Por André Nascimento
Fonte: 1bertoGessinger
Postado em 10 de junho de 2012
Humberto Gessinger no último dia 06/06 deu sequência a série de Twitcam temáticas a um álbum dos ENGENHEIROS DO HAWAII e desta vez o álbum a ser revisitado foi "Várias Variáveis"- álbum lançado em 1991 e que sucedeu "O Papa é Pop", trabalho que até hoje é o disco mais bem sucedido comercialmente na trajetória da banda.
Ainda sobre o Varias Variáveis, Gessinger escreveu um texto, em seu blog, sobre as gravações deste álbum e que pode ser lido abaixo:
"A gravação do VÁRIAS VARIÁVEIS tinha tudo para ser um saco. Estávamos num estúdio de ponta, no Rio de Janeiro, mas os técnicos ainda não dominavam bem o equipamento, que havia recém chegado. Eram os primórdios da digitalização das mesas de som. Tudo demorava alguns minutos a mais... e quando se está com os dedos a milímetros das cordas do baixo, prontos pra atacar, um instante é uma eternidade.
Engenheiros Do Hawaii - + Novidades
Reconheço que falo sem muito conhecimento de causa. Me interesso pelos equipamentos, mas arbitrei uma linha que separa o músico do técnico e faço questão de não ultrapassá-la. Minha atitude vai contra o espírito dos tempos, eu sei. Bons pilotos sacam de mecânica, também sei. Mas já vi alguns músicos se perderem no curto trajeto entre um clique de mouse e uma nota musical. Fisicamente a distancia é ínfima. Espiritualmente pode ser intransponível.
Quem já leu o PRA SER SINCERO sabe que havia um vaso no canto do estúdio no qual, num fim de sessão, joguei a erva do chimarrão (na melhor das intenções de adubar). O assistente do estúdio ficou maluco: a tal planta fazia parte de um ritual (não sei de que religião) de uma diva da MPB que estava gravando durante o dia.
Havia um piano muito bacana no estúdio. Deixei para gravar Piano Bar numa das últimas sessões. Quando cheguei, me surpreendi com um monte de fita crepe envolvendo o instrumento e vários cartazes com letras berrando: NÃO TOQUE! O piano estava afinado para Tom Jobim gravar no dia seguinte (uma participação no disco da diva, eu acho). O assistente (aquele mesmo), mais realista do que o rei, era o guardião das teclas sagradas. Não tínhamos outra data (pra variar, cronograma apertado). O caso foi resolvido com um telefonema. Piano liberado, pois quem realmente importava não se importava que eu tocasse nele.
Nós, 3 gaúchos estranhos, entrávamos no estúdio às 21h e saíamos Deus sabe quando. Íamos e voltávamos juntos. Sim, é meio nerd isso... mas pô, nada mais nerd do que viver intensamente sua arte, né? No fim da ultima sessão, comemoramos: às 7 da matina, tomando uma média com pão com manteiga, de pé, no balcão da padaria ao lado do estúdio. Nada muito glamoroso, eu sei... mas nossa força estava em outro lugar, por vezes distante do glamour. Vai aqui meu abraço ao Carlos e ao Augusto com a esperança de que tomemos outro café sem glamour numa hora dessas.
A exemplo do FILMES DE GUERRA CANÇÕES DE AMOR, gravei a demo do VÁRIAS VARIÁVEIS em Gramado, deixando a vista se perder na mesma janela que aparece na capa do NAS ENTRELINHAS DO HORIZONTE. Gravei tudo com a doubleneck Steinberger preta (exceto as parceiras com Augusto - ele mandava as bases, eu colocava a voz). Usei um mesmo gravador (TASCAM - gravava 4 canais numa fita K7) para gravar as demos do OUÇA O QUE EU DIGO: NÃO OUÇA NINGUÉM (1988) até o GLM (1992). Parceiro que teve uma bela jornada, aquele portastudio. Ainda mais se considerarmos que já era velho e antiquado no início dela.
O que me vem à mente quanto penso em VÁRIAS VARIÁVEIS: cobras, bombacha, São Paulo e o arrependimento de, na logomarca, não ter alongado a linha superior do "s" para que ele ficasse simétrico ao "v".
Na verdade, mais do que o disco, me vem à mente a tour. Foi a melhor daquela formação. Se eu quisesse fazer bandeira dos meus trapos, papaguearia que a tour culminou num show no Maracanazinho lotado. E não era show coletivo: no palco, só aqueles 3 gaúchos estranhos. Coincidentemente, num dia 11. Em Julho de 1992.
Foi por esta época que entendi um padrão que se repetia: quanto mais sucesso fazíamos, mais um seguimento do jornalismo cultural nos criticava. Entendi que, no fundo, as críticas não eram à nossa música. Eram verbalização do medo de que nos tornássemos a banda hegemônica. E nisso tinham razão. Hegemonia não era a vocação daqueles 3 gaúchos estranhos. Se chegamos perto ou chegamos lá, peço desculpas. Podem ficar tranquilos, senhores donos da verdade, não voltará a acontecer.
Depois de viver mais e trabalhar com outras pessoas, fui aprendendo do que falam quando falam em inteligência social, networking, RP, brodagem, compadrio, jabáfetivo... é uma escada que vai da santidade ao baba-ovismo. Me divirto analisando em que degrau cada um está".
Sobre a próxima Twitcam , Gessinger revelou que a edição de Julho não será de um álbum específico mas uma compiliação, pois contará com músicas inéditas dos álbuns "10000 Destinos", "10001 Destinos", "Acústico MTV" e "Novos Horizontes"- trabalhos no formato ao vivo e acústico que foram lançados pela banda entre 2000 e 2007.
A Twitcam de Junho pode ser vista no link abaixo:
http://twitcam.livestream.com/abl7i
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
Dave Mustaine fala sobre "Ride the Lightning" e elogia Lars Ulrich: "Um excelente compositor"
Wolfgang Van Halen diz que as pessoas estão começando a levar seu trabalho a sério
Dave Mustaine cutuca bandas que retomaram atividade após turnês de despedida
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O que Max Cavalera não gostava sobre os mineiros, segundo ex-roadie do Sepultura
Motörhead "salvou" baterista do Faith No More de ter que ouvir Ted Nugent
Os trabalhos do Guns N' Roses que Slash evita rever; "nem sei o que tem ali"
A melhor música do AC/DC de todos os tempos, segundo o ator Jack Black
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
O padrão que une todos os solos da história do Iron Maiden, segundo Adrian Smith
Dave Mustaine não pensou no que fará após o fim do Megadeth
A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025
Clemente segue no CTI, informa novo boletim médico
Fãs debatem qual dos nove integrantes do Slipknot é o mais inútil de todos
O nojento episódio nos EUA que marcou a relação de João Gordo com o Sepultura
Metallica: Hetfield elege as suas dez músicas favoritas de outras bandas

A piada de Humberto Gessinger sobre Porto Alegre que muitos acharam bairrista
A expressão artística que Humberto Gessinger acha covardia: "Não tenho paciência"
O clássico que Engenheiros do Hawaii gravou errado e ouviu do produtor: "Estamos F*!"
O trecho de hit do Engenheiros que banda faz homenagem às avessas a Humberto Gessinger
O comportamento de Nando Reis que fez Titãs e Engenheiros do Hawaii se afastarem de vez



