Nando Perlati: No dia do Rock, músico lança EP virtual
Por Paloma de Paula
Fonte: garagem aberta
Postado em 13 de julho de 2012
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Hoje é muito mais do que uma sexta-feira 13, é também o dia do rock! Comemorado desde 1985, data do festival Live Aid, que ocorreu simultaneamente em diversos países, com o intuito de arrecadar fundos em prol dos famintos da Etiópia. E sendo assim, não haveria dia mais oportuno para o lançamento de "O silêncio entre as linhas", um EP do músico jundiaiense, Nando Perlati.
Nando, também integra o Coletivo Garagem Aberta e nos conta desde o processo de formação das músicas até o atual momento, ao divulgar um trabalho diferente dos que havia sido feito anteriormente. Leia abaixo a entrevista completa:
Na pré-divulgação você comenta sobre um mundo paralelo na história do rock. Mas, como é definido isso?
O dia do rock é comemorado basicamente lembrando daqueles que construíram a história do mesmo. O rock independente, aquele feito sem ajuda de grandes gravadoras, é um mundo acontecendo em paralelo, tanto da história passada quando da história que hoje acontece pelas mãos das bandas contratadas atualmente. Para o bem ou para o mal.
O mundo paralelo que acontece na história do rock pelos esforços isolados de seus músicos faz com que o rock esteja vivo, e o melhor, vivo através das ideologias mais originais e significativas desse estilo musical: O amor a arte e a arte como expressão extrema, não uma simples máquina de fazer dinheiro.
O que é "o silêncio entre as linhas" tão mencionado nos vídeos já lançados?
"O silêncio entre as linhas" é o nome que leva o que na verdade será um EP virtual.
Serão seis (6) músicas disponibilizadas aos poucos tanto para audição quanto para download.
Esse é o nome para uma das partes do site, um lugar que funciona como uma espécie de diário onde eu vou falar da rotina dos shows, gravações, composições, ou qualquer outra coisa que sentir ser interessante para dividir com as pessoas.
O nome é muito próprio deste trabalho, porque há tanta coisa sendo dita por trás do que está escrito, ou até mesmo a maneira que as palavras podem vir significar coisas diferentes a cada um como um segredo pessoal. Um silêncio, uma ideia escondida nas pausas do que é cantado, tocado.
Quais os objetivos iniciais do projeto?
Não vejo esse projeto com objetivos iniciais, mas sim com uma intenção conclusiva digamos. É uma vida batalhando para tentar obter êxito, e isso em cada parte que envolve o trabalho, seja na busca de desenvolver uma melhor linha vocal, letra ou uma linha de guitarra específica. Fazer tudo se encaixar de forma interessante.
Esse projeto não foi idealizado, foi concebido, gerado ao longo da minha vida. Todos os resultados de meus esforços se encontram aqui.
Não sei se é o meu melhor, mas é o melhor que consegui reunir até agora.
Como surgiu a ideia de unir a música eletrônica junto a essência do rock'n'roll?
Sinceramente eu me preparei para ser um vocalista de banda e banda na maneira convencional. O formato que proponho não é uma crítica silenciosa ao formato já conhecido.
O que aconteceu foi que precisei me adaptar a minha própria realidade.
Eu não consegui formar de maneira sólida uma banda interessada em produzir material autoral e quando consegui foi um martírio manter as pessoas juntas, coisa que nunca funcionou.
Tantas foram as tentativas que decidi por abrir mão de banda e seguir solo e no formato folk rock, voz e violão. Mas algumas pessoas me encorajaram a tentar mais uma vez apenas para desistirem mais tarde. Foi ai que em uma conversa com meu grande camarada André Bode, vocal do Gasoline Special, ele me questionou sobre fazer meus sons com música eletrônica e mostrou algumas bandas que já usavam este formato.
Então reduzi a formação da banda no menor número de pessoas possíveis e hoje as únicas coisas orgânicas fora o vocal, é guitarra e piano.
A ideia veio da necessidade que se fez para conseguir concluir um trabalho. O engraçado foi que o que começou por uma questão de necessidade, hoje é parte fundamental das músicas, do arranjo. Eu que era contra qualquer coisa "não Humana" hoje sou apaixonado pela abertura criativa que essa junção possibilita.
A música eletrônica com o rock se transformou em uma característica muito forte do trabalho como um todo.
Você começou a atingir o público pelas redes sociais e pretende lançar o álbum pela internet. Então, de que forma você vê essa modernização, da música gratuita e sem o formato físico?
Sou um grande fã do formato físico e prefiro colocar que não tenho o CD físico AINDA. Uma questão de falta dinheiro mesmo pra ser bem direto, mas o formato digital é uma forma esplêndida de divulgação.
É tudo uma questão de objetivo e se o objetivo é tornar as músicas conhecidas, que as pessoas tenham acesso as composições, a falta de grana para a prensagem não vai impedir isso.
O CD físico é muito mais uma questão de ter um material concluído da maneira que você como artista idealizou, qualidade sonora, encarte, capa... Mas os preços altos de um CD original e a pirataria acabaram por tornar a disponibilização gratuita das músicas em algo nada prejudicial. Esses "bandidos" independente de quem gerou quem, transformaram a possibilidade de ganhar dinheiro com venda de CD praticamente impossível porque tudo acaba ficando gratuito não importa o quanto você lute contra. CD é coisa de colecionador, cara muito fã.
Não acho nada muito definido sobre essa modernidade, apenas que foi o curso natural para os acontecimentos ao longo das décadas.
Como o Coletivo Gagarem Aberta auxilia ou pode auxiliar a banda?
O CGA com essa proposta de mudar o cenário da arte independente já é uma grande ajuda por si só. Imaginem nem que seja apenas uma única cidade acostumando-se a consumir arte autoral? Isso não apenas ajudaria o artista, mas traria uma gama muito ampla de cultura pra essa cidade.
Mas o CGA já me ajudou e essa ajuda será apreciada hoje, dia 13, na forma do clip oficial para a música "Antes que eu me perca" filmado e dirigido pelo Guilherme Sai, membro do CGA.
Essa ajuda foi o máximo que eu poderia esperar, porque possibilitou lançar meu trabalho do jeito que imaginei fazer. Ajudas futuras? Apenas espero poder dividir os palcos com as outras bandas que fazem parte do coletivo nos eventos futuros do CGA.
Completando...
Gostaria que as pessoas que venham a conhecer esse trabalho soubessem que o formato em que as músicas foram gravadas e a forma como os shows serão executados, como um trio, sem bateria e baixo, não é um formato definitivo. Guardo a liberdade de experimentações.
Os trabalhos futuros podem ser completamente diferentes. E serão muito provavelmente.
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