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Vinil: saiba como os adolescentes reafirmam o formato no mercado

Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 23 de outubro de 2013

Depois de anos de declínio, as vendas dos discos de vinil estão em ascensão, graças à demanda de pessoas menores de 25 anos. O jornalista de negócios ANDY RICHARDSON compartilha algumas memórias pessoais de um formato que, mais uma vez, movimenta a indústria musical.

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"Eu nasci a uma consoante de distância de uma das capitais musicais do mundo.

Manchester o lar das bandas que eu mais amava quando adolescente. THE SMITHS, JOY DIVISION, NEW ORDER e THE FALL, mas a maior glória musical de minha cidade natal, Lanchester, foi ter produzido Mike Dunphy, guitarrista e compositor da banda indie CUD.

Não importa o quão bom fosse o Cud, e eles gravaram alguns clássicos, não havia como escapar do fato de que eu havia crescido em um cafundó do condado de Durham.

Os discos de vinil e os shows ofereciam uma passagem para um mundo mais descolado.

Foi só com a presença tranquilizadora de meu irmão mais velho, Tony, que minha mãe se convenceu a me deixar ver o show do THE JAM naquela que seria a turnê derradeira deles.

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Nós conseguimos encontrar a banda na coxia depois do show. Eu me lembro de esperar na fila pelo vocalista PAUL WELLER e ver um cara com todos os LPs do Jam sob seu braço.

Enquanto ele conseguia que Weller autografasse todas as capas, Tony e eu vasculhávamos nossos bolsos por algo que o ‘o cara’ pudesse assinar para nós. Tudo o que tínhamos eram nossos ingressos e um lenço.

O fato de nossa mãe concordar com uma viagem no meio de uma semana letiva era uma coisa, mas não havia nenhuma chance de que ela nos deixasse sair de casa sem um lenço recém-lavado.

Weller, que conste aqui, assinou o imaculado quadrado de tecido.

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Aquele louvado item permaneceu preso à parede de nosso quarto por anos. A luz do sol eventualmente dissipou a assinatura feita com tinta preta até um tom sépia que deixou o lenço parecendo uma miniatura do sudário de Turim.

O incidente do camarim fora um grande alerta para que abandonássemos os lenços e começássemos a colecionar discos, para aumentar nosso crédito nas ruas.

Os discos eram relativamente caros nos anos 80, custando até 2 Libras [7 Reais pelo câmbio de hoje] por um compacto e algo entre 5 a 10 libras [17 a 34 Reais] por um álbum, o que fazia deles um grande investimento para moleques durangos.

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A menos que você fizesse sua pesquisa através do programa de rádio de JOHN PEEL, da imprensa musical ou encarasse as opiniões desvanecedoras de um dono de lojas de discos, você corria o risco de acabar com algumas porcarias.

Uma aposta mais certeira era pegar discos emprestados era transferi-los para uma fita cassete C90, o que era ilegal: "As Gravações em Fitas Domésticas Estão Matando a Música", era a mensagem impressa no alerta dos encartes. Havia até lugares onde, por uma irrisória taxa, você podia alugar discos por um período curto de tempo. Nestes tempos de compartilhamento de arquivos, isso soa como algo da era Vitoriana.

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O charme do vinil não tinha como protegê-lo dos formatos mais portáteis. DJs, e fãs de hip-hop e house music mantiveram-se fiéis ao vinil, mas o mercado de massa deu as costas para os discos de 45 e 33 rotações em favorecimento aos CDs.

Em 2001, o surgimento dos primeiros iPods sugeria que o jogo havia finalmente acabado. Porque abarrotar suas prateleiras com fileiras de imãs de poeira feitos de papelão quando uma coleção inteira podia caber em um aparelho do tamanho de um Kit-Kat?

Em 2007, as vendas anuais de discos de vinil no Reino Unido haviam despencado para 200 mil unidades. Compare isso com a era dourada, quando 250 mil cópias de ‘Sgt. Peppers’’, dos BEATLES foram vendidas no Reino Unido só na primeira semana de lançamento.

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Ao longo dos últimos 25 anos, 90 por cento das lojas independentes de discos fecharam e nomes da High Street como a Our Price, as Megastores da Virgin, Zavvi e Music Zone desapareceram.

Mas o vinil fez o mais improvável dos ressurgimentos.

As vendas são as maiores nos últimos 10 anos e os adolescentes estão arrastando os aparelhos hi-fi de seus pais de dentro do sótão para reencenar o antigo ritual de levantar-se após seis faixas e virar o disco para o lado B.

A última pesquisa sobre o tema revela que os jovens com menos de 25 anos tem sido a força motriz por detrás do estouro de vendas ao longo dos últimos cinco anos. Por que é que eles se incomodam com isso quando serviços de streaming como o Spotify fornecem uma quantidade infindável de músicas talhada de acordo com suas preferências pessoais?

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"Meu pai me disse que os discos soavam melhor, e ele estava certo", diz Tessa, 17 anos, que está dedilhando as prateleiras na loja Sound It Out, de Stockton, a última loja independente em Teeside. Ela está comprando uma cópia do compacto de sete polegadas de "Union City Blue" do BLONDIE, enquanto sua amiga Steph, de 17 anos, escolheu "Back In Black", do AC/DC em LP preto. Os dois discos foram lançados há mais de 30 anos. Ambas as colecionadoras adolescentes tem toca-discos herdados de membros da família e falam amorosamente sobre o ‘som quente’ que você obtém com o vinil.

Essas duas jovens mulheres claramente sabem do que falam e são amostras típicas dos clientes que visitam a loja de Tom Butchart na Yarm Street. Tessa pergunta se ele tem alguma coisa de JEFF BUCKLEY, e ele sai pra procurar uma cópia do maior álbum do cantor e compositor, "Grace".

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"Recebemos gente de todas as idades", diz Tom. "Mas principalmente molecada. Nós temos um freguês assíduo que tem 13 anos e curte rock dos anos 50", ele emenda.

Os discos novos de DAVID BOWIE e DAFT PUNK elevaram as vendas de vinil em 2013.

"Vendemos 50 cópias de ‘Random Access Memories’ [do Daft Punk] em vinil antes de qualquer CD sair", diz o assistente de Tom, Stuart Willoughby, atrás do balcão.

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A Sound It Out também tem os últimos lançamentos em estoque e abriga apresentações de bandas em turnê com frequência. É um tesouro de local amado por todos seus fregueses e que atrai visitantes de longe, como dos EUA e da Europa.

O órgão-mor da fonografia bretã, o BPI, prevê que 700 mil discos de vinil serão vendidos esse ano, o que seria o melhor ano para o formato desde 2001.

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O Record Store Day tem sido um catalisador para as gravadoras que prensam vinil usando a celebração anual das lojas independentes para lançar singles colecionáveis.

Perversamente, são as falhas no design do vinil que o tornam tão sedutor.

Os discos são coisas delicadas, suscetíveis a riscos e arranhões, então eles exigem que você os trate com amor e respeito.

O som que estampe nos falantes quando a agulha encontra o sulco induz a uma emoção de ansiedade que o aperto do botão de ‘shuffle’ no seu iPod não consegue equiparar.

Não obstante, a quantidade limitada de música que os dois lados de plástico podem acomodar forçavam os artistas a serem mais sucintos, enquanto os 80 minutos disponíveis nos CDs os tentou a parir 10 faixas fortes com ideias mal-acabadas e mixagens prolongadas.

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Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

Na Sound It Out eu comprei o último disco do LANTERNS ON THE LAKE, banda de Newcastle. È o primeiro vinil novo que eu compro em mais de uma década. Agora está na hora de tirar meu antigo hi-fi do quarto de despejo.

O revival do vinil me oferece uma última chance de tentar ser descolado."

Para saber mais sobre a atual ascensão do vinil no Reino Unido e o perfil dos compradores do formato, clique no link abaixo.

http://tinyurl.com/pltk33v

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Sobre Nacho Belgrande

Nacho Belgrande foi desde 2004 um dos colaboradores mais lidos do Whiplash.Net. Faleceu no dia 2 de novembro de 2016, vítima de um infarte fulminante. Era extremamente reservado e poucos o conheciam pessoalmente. Estes poucos invariavelmente comentam o quanto era uma pessoa encantadora, ao contrário da persona irascível que encarnou na Internet para irritar tantos mas divertir tantos mais. Por este motivo muitos nunca acreditarão em sua morte. Ele ficaria feliz em saber que até sua morte foi motivo de discórdia e teorias conspiratórias. Mandou bem até o final, Nacho! Valeu! :-)
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