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Sagrado Inferno: entrevista com pioneiros do metal nacional

Por Mário Pescada
Postado em 17 de setembro de 2020

O site 80 Minutos bateu um papo com os mineiros do SAGRADO INFERNO, pioneira banda do metal nacional.

Formada em 1983, a banda viveu a pioneira cena de Belo Horizonte ao lado de SEPULTURA, SARCÓFAGO, OVERDOSE e outras bandas fundamentais do que viria a ser o metal nacional.

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Para falar mais sobre a história da banda e como, enfim, chegaram ao aguardado disco de estreia, o bom "Bíblia do Diabo" (2019) lançado pela Cogumelo Records, Mário Pescada (MP) bateu um papo com o baterista, líder e único membro da formação original, Marcos Rodrigues (Marquinhos MR).

MP: Oi Marquinhos, tudo bem? Obrigado por atender ao 80 Minutos, seja bem-vindo e parabéns pelo bom disco "Bíblia do Diabo"!

MR: Salve brother, tudo ótimo! Eu que agradeço a oportunidade de participar do 80 Minutos.

MP: O SAGRADO INFERNO surgiu em 1983 na rica cena metal que Belo Horizonte vivia, ao lado do SEPULTURA, SARCÓFAGO, OVERDOSE e outras bandas fundamentais do que viria a ser o metal nacional. Como surgiu a ideia de formar a banda e como era a relação com esses outros grupos?

MR: A relação do SAGRADO INFERNO com as outras bandas daquela época sempre foi muito amistosa, éramos parceiros em muitas coisas, compartilhávamos equipamentos, principalmente com o SEPULTURA, frequentávamos os mesmos espaços, trocávamos ideias. Posteriormente, sei que houveram algumas rixas entre algumas bandas, mas não com o SAGRADO INFERNO, sempre fomos amigos de todos.

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MP: A banda chegou a gravar uma demo já em 1984, com 3 músicas (Sagrado Inferno, Vida Macabra, Perseguição). Como foi gravar esse material naquela época, com recursos tão precários em comparação aos disponíveis hoje?

MR: Realmente era muito difícil naquela época, não tínhamos experiência nenhuma e muito menos dinheiro para bancar gravações em estúdio. No máximo fazíamos pequenas gravações em gravadores de fita cassete. A oportunidade de gravarmos em estúdio surgiu quando o pai de um amigo nosso, conhecia o dono do Estúdio HR que nos concedeu um desconto de 50% em duas horas de gravações. E assim foi feito, gravamos três músicas em um único período. Logico que a qualidade não é das melhores, mas com certeza foi um marco para o início do metal nacional.

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MP: Em 1987 ocorreu o falecimento do guitarrista Silvinho, com apenas 18 anos e a banda se desfez. O término das atividades foi uma decisão unânime, chegou-se a cogitar um substituto, como foi esse processo?

MR: Nunca se cogitou em manter o SAGRADO INFERNO com um substituto para o Silvinho. Após a sua morte, o SAGRADO INFERNO entrou em um processo de hibernação. Alguns dos membros como eu e meu irmão, continuamos no mundo da música, mas o SAGRADO INFERNO permaneceu por um longo tempo adormecido.

MP: Apesar de não ter lançado um registro completo até então, o nome da banda foi preservado no underground todos esses anos, despertando a curiosidade das novas gerações e saudosismo de quem viveu o começo, algo cult mesmo. A que você credita isso?

MR: Realmente. O SAGRADO INFERNO sempre permaneceu na mente e no coração daqueles que curtem o metal pesado, apesar dos escassos registros. Mas, tenho que abrir um parêntese aqui e agradecer e creditar aos brothers do WITCHHAMMER, amigos de infância que viveram aqueles tempos comigo e sempre mantiveram viva essa lembrança.

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MP: Da formação Rogério (vocal), Dilsinho e Silvinho (guitarras), Marquinho (baixo) e Ronaldo (batera), você é o único membro original do atual SAGRADO INFERNO. Os demais, porque não se juntaram a você?

MR: Após o término da banda, cada um buscou seu próprio caminho, fiquei muitos anos sem notícias do Rogério, só recentemente entrei em contato com ele que está morando em São Paulo. Apesar de não estar trabalhando com música, ainda curte um som pesado. O Ronaldo, infelizmente nunca mais tive notícias e meu irmão, raramente o vejo. Tentamos várias formas de encontrá-los e manter contato, até para que talvez fizéssemos um som juntos, mas não aconteceu. Sendo assim, acredito que não seja do interesse deles continuar tocando em uma banda de metal, afinal de contas, já se vão mais de 30 anos.

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MP: E essa formação "familiar", foi mero acaso? Nota: para quem não sabe, Markin (vocal e guitarra) e Lucas (baixo), são filhos do Marquinhos.

MR: Ah cara, como eu tenho dito, esses meninos já escutam esse som desde a barriga da mãe, procurei não correr nenhum risco (risos). Desde muito novos sempre foram interessados em instrumentos musicais, rock’in roll e metal, às vezes levava os meninos para algum ensaio do WITCHCHAMMER e assim, com o passar do tempo, as coisas foram acontecendo, começamos a tocar juntos, tirar umas músicas e ai não teve erro!

Para continuar lendo mais desse bate-papo, acesse a entrevista completa no site do 80 Minutos.

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FONTE: 80 Minutos
https://80minutos.com.br/interview/82

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Sobre Mário Pescada

Mineiro, leitor compulsivo, ouvinte de todas as vertentes do rock - do blues ao grindcore. Valoriza mais a honestidade e entrega em cima do palco do que a técnica. Guarda os flyers dos shows que vai como se fossem relíquias.
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