Rainbow: o curioso método de teste para entrar na banda de Ritchie Blackmore

O tecladista David Rosenthal fez parte do Rainbow entre os anos de 1981 e 1984. Com a banda liderada pelo guitarrista Ritchie Blackmore, o músico gravou os álbuns "Difficult to Cure" (1981) e "Straight Between the Eyes" (1982), além de ter feito as respectivas turnês de divulgação.

Rainbow - Mais Novidades

Em entrevista à Rolling Stone, Rosenthal revelou alguns detalhes curiosos sobre sua passagem pelo Rainbow. Apesar da má fama de Blackmore no que diz respeito ao relacionamento interno com os músicos de suas bandas, o tecladista não percebeu nada de anormal por parte do colega.

A entrada de David Rosenthal rolou após um amigo do tecladista contar a ele que Ritchie Blackmore estava procurando por um novo integrante. "Enviei uma fita para ele. Era minha banda cover tocando vários covers de rock de um lado. Do outro, era meu recital de piano clássico, onde toquei várias coisas insanas. Eu sabia que ele curtia música clássica. Ele ouviu e me chamou para um teste em Long Island", afirmou.

A audição foi composta, basicamente, de várias jams com base em músicas dos álbuns anteriores do Rainbow. "Muito do que Richie buscava era alguém tipo: 'Posso me conectar com ele musicalmente? O quão rápido ele consegue aprender'. Não lembro quais músicas tocamos", disse o músico, que garante não ter ficado intimidado pelo teste, pois sentia que estava preparado.

"Se vira!"

Porém, um momento crucial - e bem curioso - do teste chamou a atenção de David Rosenthal.

"Roger Glover (baixista) estava realizando as audições. Ele chegou para mim e falou: 'vamos supor que você está no palco em frente de 20 mil pessoas e uma corda da guitarra de Ritchie quebrou, nada está acontecendo no palco, e você precisa encher espaço - faça!'. Eu apenas toquei algo no órgão, fiz alguns riffs no Minimoog, pulei para o clavinete, que era de Ritchie", afirmou.

Muito do equipamento usado por Rosenthal no teste era, na verdade, do próprio Rainbow. "Eu era um estudante, não tinha dinheiro, então eles falaram para tocar naqueles teclados. Havia aprendido muito sobre eles na teoria, mas nunca tocado neles de fato. Mas eu apenas toquei, sem pensar", declarou.

Um ano depois de entrar para a banda, David Rosenthal soube de Roger Glover qual foi o grande diferencial dele no teste. "Roger Glover me disse que de todas as pessoas que ele fez aquele pedido, eu fui o único que apenas comecei a tocar. Ele disse que todos os outros falaram coisas do tipo 'não se preocupe, estarei preparado' ou 'vou trabalhar em alguma coisa para essa situação'. Todos se explicaram, mas só eu toquei algo", pontuou.

A passagem pelo Rainbow foi de bastante aprendizado para Rosenthal, que buscou absorver o máximo que poderia, mesmo sendo ainda bem jovem - em torno de 20 anos de idade. "Ritchie viu que eu era fascinado e adorava aprender. Ele me deixava ficar na sala de controle a maioria do tempo, sendo que ele nunca deixava ninguém ficar lá. Eu ficava calado, mas fiz amizade com o engenheiro de som, Nick Blagona, que me ensinou tudo sobre os equipamentos em estúdio", afirmou.

Fim do Rainbow

O tecladista deixou o Rainbow em 1984, quando, na verdade, a banda foi encerrada para que Ritchie Blackmore voltasse para um reformado Deep Purple. O músico contou que ninguém desconfiava de uma possível reunião do Purple naquele período.

"Acho que nem Ritchie sabia que aconteceria. Fizemos 'Street of Dreams', que era um hit. Excursionamos pelo mundo na época. [...] Ao fim da turnê, ninguém sabia que havia aquela reunião do Deep Purple se formando. Sabíamos que daríamos uma pausa, mas um ou dois meses depois, o empresário disse que o Rainbow havia acabado e que o Deep Purple seria reformado. Se tivesse continuado, eu teria tocado em mais um álbum e feito mais uma turnê, mas eu também queria ver o que mais poderia acontecer em minha carreira. E eu não culpo Ritchie por querer voltar ao Deep Purple, era uma banda lendária. De minha parte, estava tudo bem", comentou.

Com o passar dos anos, David Rosenthal se tornou um requisitado músico de estúdio, tocando com Billy Joel, Bruce Springsteen, Steve Vai, Cyndi Lauper, Yngwie Malmsteen, Enrique Iglesias, entre vários artistas. A entrevista completa com ele pode ser lida, em inglês, no site da Rolling Stone.

Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

Blackmore já chamou Led Zeppelin de "copiões" na cara de Bonham, que ficou puto

Adrian Smith: sem saber, Ritchie Blackmore quase o fez parar de pescar

Ritchie Blackmore: "era estressado, cínico e fazia o que queria", afirma Glover

Ritchie Blackmore: como Roger Glover se deu bem com ele por anos, no Purple e Rainbow