Marcelo Barbosa: por que seria complicado estar no Almah sem outra fonte de renda
Por Igor Miranda
Postado em 01 de julho de 2021
O guitarrista Marcelo Barbosa, hoje integrante do Angra, relembrou alguns de seus projetos anteriores em entrevista ao canal de Thales Queiroz no YouTube. O músico comentou, especialmente, a respeito do período em que integrou o Almah, banda do vocalista Edu Falaschi (ex-Angra), durante boa parte de sua existência, nas décadas de 2000 e 2010.
Conforme transcrito pelo Whiplash.Net, Barbosa declarou que tanto o trabalho no Almah quanto com sua banda anterior, o Khallice, era viabilizado pelo fato de ele ter uma carreira consolidada como professor de guitarra e dono de escolas de música em Brasília. Caso contrário, seria mais complicado dedicar-se a projetos que nem sempre eram tão rentáveis financeiramente.
Por outro lado, ele apontou que a situação pode variar para cada músico. "Isso varia. O Paulo (Schroeber, guitarrista do Almah entre 2008 e 2011 e falecido em 2014), por exemplo, era mais velho que eu, mas devido a uma condição genética que ele tinha no coração, ele ainda morava com a mãe, não tinha filhos, não era casado. Do jeito que eu vivia, já tendo a minha casa e sustentando filho, complicaria se eu não tivesse uma fonte de renda mínima para que eu pudesse me ausentar com o Almah", afirmou.
Marcelo, então, admitiu que já fez turnês com o Almah que "não foram positivas do ponto de vista financeiro". "Se eu entrasse em uma de ficar um mês viajando para voltar para casa com menos dinheiro do que eu eu tivesse ficado... entende? Então era muito no amor. Mas foi possível fazer muita coisa no amor porque eu já tinha esse background (de professor e dono de escolas de música)", declarou.
Isso não significa, evidentemente, que o Almah tenha causado apenas prejuízo aos seus envolvidos. "Claro, não estou dizendo que não ganhamos dinheiro nenhum com o Almah. De forma alguma. Houve momentos em que sim. Mas houve muitos momentos em que não. Era uma banda que estava investindo para construir uma carreira mais sólida", explicou.
Shows vazios?
Em dado momento do bate-papo, o entrevistador mencionou que nem sempre o Almah fazia shows lotados. Marcelo Barbosa, então, explicou que isso estava ligado a uma mecânica bem específica de se organizar turnês em âmbito nacional.
"Como qualquer banda que tenta organizar uma turnê nacional... vamos supor: havia um show legal em, por exemplo, Belo Horizonte, daí como já estaríamos por lá, valia a pena fazer em uma cidade próxima, como, sei lá, Uberlândia. E nem sempre você sabe o que vai acontecer nesses shows que 'circulam' os principais. Muitas vezes, dá bom, mas às vezes, dá ruim. Mas se você não faz, não vale a pena, porque você já está na estrada com cinco pessoas, mais equipe técnica, alimentação... então acaba valendo a pena fazer, mesmo que não seja um show grande, para viabilizar os outros. É uma equação meio complexa", disse.
O guitarrista apontou que mesmo o Angra, que tem uma carreira mais consolidada, precisa adotar essa tática em alguns momentos. "Isso me lembra o próprio Angra. Fizemos uma turnê gigante nos Estados Unidos onde tocávamos basicamente todo dia - às vezes, só não tocava na segunda-feira. E é um país de dimensões colossais. Às vezes, tinha shows do c***lho na sexta e no sábado e os próximos na próxima quinta, sexta e sábado. Você tinha que ir de ônibus para chegar no outro lugar, então, você toca terça e quarta-feira nas cidades que estão no caminho, porque você paga pelo ônibus por dia. Cada dia que você está na estrada sem show, é uma grana saindo sem entrar nada", afirmou.
Por fim, ele pontuou: "São nuances dessa parte do showbusiness que às vezes as pessoas não conhecem, mas fazem parte de uma banda - mesmo uma banda grande como o Angra, imagina uma de médio porte, como o Almah".
A entrevista, em vídeo, pode ser conferida no vídeo a seguir.
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