Para irmão de Jimi Hendrix, a música do guitarrista derrubou barreiras raciais
Por André Garcia
Postado em 26 de agosto de 2022
Jimi Hendrix nasceu em 1942 nos Estados Unidos, onde passou toda sua infância e adolescência. Naquela época, por lá ainda imperava um alarmante e estrutural racismo, com espaço públicos ainda segregados, como os famigerados bebedouros separados para negros.
Quando desembarcou na Inglaterra, em 1966, já em seu primeiro show deixou de boca aberta uma plateia formada por nomes como Mick Jagger, Pete Townshend, Eric Clapton, Jeff Beck e Paul McCartney. Ao conquistar a cena londrina, se tornou o primeiro e único astro negro do rock britânico.
Dotado de habilidades revolucionárias, Hendrix dominava tanto o blues original, o americano, quando sua versão branca, feita na Inglaterra. Dessa forma, é inegável que sua obra derrubou barreiras raciais e culturais, contribuindo para que o rock se moldasse como uma música mais inclusiva e tolerante.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, Leon, o irmão caçula do lendário guitarrista, corrobora a importância social que ele teve: "Ele estava entre o mundo negro e o mundo branco, sabe? Então ele meio que os uniu. A soul music e o rock, combinados com sua cara e sua personalidade, deram em seu estilo único. Ele era muito tímido e sossegado fora do palco; ele só pirava sobre o palco."
Carlos Santana, que assim como Hendrix se apresentou no lendário Woodstock em 1969, em entrevista anos atrás também falou de sua importância no combate ao racismo.
"[Jimi Hendrix] representa a consciência da revolução, como os Panteras Negras, Martin Luther King… Toda aquela era, os anos 60, foi a mais importante deste século porque foi quando nós dissemos 'Nós não toleraremos mais'. Não dá para separar Jimi Hendrix do que estava acontecendo com Malcolm X, os Panteras Negras, [a Guerra do] Vietnã e aquela coisa toda"
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps