Marky Ramone comenta sobre o Dust, sua banda antes dos Ramones
Por André Garcia
Postado em 07 de agosto de 2022
Marky Ramone recebeu esse nome ao se juntar aos Ramones em 1978, substituindo o co-fundador Tommy Ramone. Marky logo dominou e até mesmo aprimorou a já tradicional batida, marca pessoal do quarteto. No entanto, antes daquilo ele já havia tocado numa banda cujo som estava mais para Led Zeppelin e Cream do que para o punk.
Marc Bell, como ele assinava na época, integrou o Dust entre o final dos anos 60 e o começo da década seguinte. Pauleira, lançou dois álbuns considerados pelo baterista como pioneiros do heavy metal nos Estados Unidos. Conforme publicado pela Classic Rock Revisited, em entrevista para Jed Wright, Marky relembrou sua antiga banda e comentou sobre sua transição para os Ramones.
Jeb Wright: Quero que saiba que sou fã dos Ramones, mas eu sou fã do Dust também. Eu consegui o [álbum] "Hard Attack" na coleção de um amigo por volta de 1978, e adorei ele.
Marky Ramone: Aquele é um grande álbum! O primeiro era mais pesado, mas aquele foi melhor produzido. Eu tinha 17 anos na época. Richie Wise, Kenny Aaronson e eu formávamos a banda, Kenny foi tocar baixo com todo mundo, e Richie produziu o primeiro álbum do Kiss — ele tinha 19 anos. Quando eu entrei para a banda, eu tinha 15 anos, quando gravamos o primeiro disco eu estava com 16 anos e meio, e no segundo eu tinha 17. O que mais você poderia fazer sendo do Brooklyn, Nova Iorque, e ainda estando no ensino médio? Sabe?
Jeb Wright: Eu queria abordar aquela era. Fiquei preocupado de você ter virado a página da época do Dust. Fico feliz que você não tenha feito isso.
Marky Ramone: De jeito nenhum! Nós fomos uma das únicas cinco bandas de heavy metal nos Estados Unidos na época. A Inglaterra estava um ano à nossa frente. As músicas do Dust foram escritas antes de a gente ouvir falar do Black Sabbath — o Black Sabbath chegou aqui em 1970. Eu entrei para o Dust em 1969, e as músicas já estavam escritas. Nós assinamos com a gravadora em 1970, e o disco saiu em 71.
Jeb Wright: O Dust mostrou sua habilidade como baterista — o Ramones era bem diferente. Você teve que desaprender a tocar para entrar no Ramones?
Marky: Bem… tecnicamente, sim. Mas para manter o ritmo no chimbal, prato e surdo, enquanto Johnny e Dee Dee palhetavam param baixo por 1 hora e 20 minutos… Eu daria uma medalha para quem fizesse aquilo como nós fazíamos. Se você botar um profissional para fazer o que a gente fazia, eu duvido muito que ele consiga.
Eles não conseguiam tocar como Eddie Van Halen, mas aquele era o charme dos Ramones. Era uma malhação! A gente não fazia pausas entre as músicas. A gente só fazia a contagem, não dava tempo nem para beber um copo d'água! Muita banda tem garrafas de água, toalhas e essas coisas, sabe? Com a gente não tinha disso.
A gente achava que parecia que a banda estava ficando cansada. Quando começam a falar com a plateia, você já sabe que eles estão aproveitando para descansar. A gente não tinha aquele tipo de consideração que alguém estava cansado, e é por isso que falavam, que bebiam água. Com a gente não tinha essa.
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