Bob Dylan revela como conhecer seu maior ídolo o fez deixar de venerar pessoas
Por André Garcia
Postado em 24 de setembro de 2022
Desde seu surgimento nos anos 50 com nomes como Little Richard, Chuck Berry e Elvis Presley, está presente no mundo do rock a cultura da idolatria — algo que chegou ao extremo com a beatlemania. Até hoje, mais de meio século depois, é muito comum entre roqueiros (e fãs de música popular como todo) idolatrar e defender seus ídolos com fervor, como se fossem verdadeiras divindades.
Bob Dylan sempre foi notório por caminhar na contramão, e nesse âmbito não foi diferente. Conforme publicado pela Cheat Sheet, já no começo dos anos 60, antes mesmo dos Beatles lançarem seu álbum de estreia, o trovador americano decidiu deixar de venerar pessoas como messiânicos ídolos.
O último artista que Dylan teve como ídolo foi Woody Guthrie, um dos grandes nomes da música folk, e sua maior inspiração no começo de sua carreira. Dylan o conheceu o visitando no hospital em suas últimas semanas de vida.
"Ver Woody Guthrie foi uma das principais razões que eu vim para o leste", contou ele em entrevista ao New Yorker em 1964 — ele era um ídolo para mim. Há uns anos, depois que conheci ele, eu passei por umas mudanças ruins. Eu fui visitar Woody como se fosse alguém indo se confessar. Mas eu não podia me confessar a ele. Aquilo era uma bobeira. Eu fui e conversei com ele (o tanto quanto ele conseguia conversar), e a conversa me ajudou. Mas, basicamente, ele não estava em condições de me ajudar em nada. Eu finalmente entendi aquilo. Então Woody foi meu último ídolo."
Admiração e consideração de Bob Dylan por Woody Guthrie era tamanha que em 1968 ele saiu de um período de reclusão de mais de um ano só para tocar em um show em homenagem a seu ex-ídolo.
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