Jello Biafra (Ex-Dead Kennedys): "De certa forma, o punk precisa morrer"
Por André Garcia
Postado em 27 de dezembro de 2022
Vocalista e principal compositor da formação do Dead Kennedys que fez história no começo dos anos 80, Jello Biafra é uma lenda viva do punk. Portanto, entre os vivos, poucos têm mais condições que ele de falar sobre o assunto.
Em entrevista de 2013 para o site francês Télérama, disponível no YouTube, ele respondeu a perguntas dos fãs. Uma delas fez um questionamento que vem gerando intermináveis discussões desde o começo dos anos 80 até hoje: "O punk ainda vive?"
"Esse é obviamente o tipo de pergunta intangível dos críticos", brincou o entrevistado. "De certa forma, ele deveria morrer, porque assim ele poderia renascer, mas acho que chegamos a um ponto onde o punk sempre vai existir de um jeito ou de outro. A sonoridade e a imagem do punk não é mais necessariamente parte dele. Pode ver que boy bands parecem Johnny Rotten ou Sid Vicious, e bandas de pop punk soam como boy bands."
"Mas a atitude punk é algo proveniente dos hippies anti-guerra, o pessoal que fez a revolta de 68 na França, os poetas beatniks, os primórdios do rock n roll... é um espírito, basicamente. Você o encontra até em filmes, mesmo as pessoas que fizeram não parecendo com punks", concluiu.
Dead Kennedys
Formado em 1978, os Dead Kennedys encabeçaram a segunda geração de bandas punk, percussoras do hardcore, ao lado de nomes como Black Flag e Bad Brains. O próprio nome da banda já entregava que seu negócio era botar o dedo na ferida para tratar de sensíveis temas políticos e sociais, como guerra e fascismo, com extrema acidez.
No começo de 1980, lançou o single "Holliday in Cambodia" e, no segundo semestre seu álbum de estreia "Fresh Fruit for Rotting Vegetables". Provocando um impacto imediato, chegou a #33 nas paradas de sucesso do Reino Unido. No ano seguinte, com "In God We Trust, Inc." seu som ficou ainda mais hardcore.
Em 1985, sua popularidade caiu com seus novos rumos musicais, adotando coisas como instrumentos de sopro e sintetizadores. Para piorar, a banda foi parar nos tribunais. Acusada de obscenidade e distribuição de conteúdo impróprio a menores através de suas músicas, teve seus álbuns banidos de muitas lojas.
Sob intensa pressão de todos os lados, em janeiro de 1986 a banda se separou após lançar "Bedtime for Democracy" e fazer o último show da formação original em 21 de fevereiro. Por anos, aquilo foi o fim, até em 2001 Ray, Peligro, e Flouride retomaram o Dead Kennedys com Brandon Cruz no lugar de Jello Biafra.
Desde então, o ex-vocalista e seus antigos colegas jamais se entenderam. O constante conflito entre eles inclusive já foi parar até na justiça. Em passagem pelo Brasil em 2019, a banda provocou polêmica com um cartaz que fazia críticas ao então presidente Jair Bolsonaro.
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