Jello Biafra sobre o Dead Kennedys atual: "Apenas uma banda cover bem ruim"
Por André Garcia
Postado em 01 de janeiro de 2023
Quando surgiu, Dead Kennedys provocou um impacto que mudou para sempre o punk rock e o hardcore, influenciando o que pinta nesses gêneros até hoje. No entanto, desde seu retorno em 2001, muitos dizem que, sem seu vocalista e principal compositor Jello Biafra, a banda faz cover de si mesma. Um dos que acham isso é o próprio Jello.
Em entrevista de 2013 para o site francês Télérama, disponível no YouTube, Biafra respondeu a perguntas dos fãs. Ao ser questionado sobre o legado do grupo, ele deu sua opinião sincera sobre sua versão atual.
"Eu tenho muito orgulho do que fizemos, mas, como vocês sabem, os outros membros da banda viraram o que podemos chamar de republicanos [aponta para a cabeça]. Eles me processaram porque eu não queria botar música em comercial da Levi's, e roubaram os direitos autorais. Agora as músicas estão em selos [fonográficos] em que não confio e nem respeito, o empresário deles parece achar que é meu empresário... Eu não falo com ele, não confio nele, não tenho respeito por ele."
"Portanto, se alguém vier para Paris dizendo ser o Dead Kennedys, tenha cuidado! Pode ser apenas uma banda cover bem ruim [risos]. Mas do espírito [punk] e das músicas (a maioria delas escritas por mim) eu ainda tenho muito orgulho. As pessoas ainda curtem, mesmo depois de tanto tempo."
Dead Kennedys
Formado em 1978, os Dead Kennedys encabeçaram a segunda geração de bandas punk, percussoras do hardcore, ao lado de nomes como Black Flag e Bad Brains. O próprio nome da banda já entregava que seu negócio era botar o dedo na ferida para tratar de sensíveis temas políticos e sociais, como guerra e fascismo, com extrema acidez.
No começo de 1980, lançou o single "Holliday in Cambodia" e, no segundo semestre, seu álbum de estreia "Fresh Fruit for Rotting Vegetables". Provocando um impacto imediato, chegou a #33 nas paradas de sucesso do Reino Unido. No ano seguinte, com "In God We Trust, Inc." seu som ficou ainda mais hardcore.
Em 1985, sua popularidade caiu com seus novos rumos musicais, adotando coisas como instrumentos de sopro e sintetizadores. Para piorar, a banda foi parar nos tribunais. Acusada de obscenidade e distribuição de conteúdo impróprio a menores através de suas músicas, teve seus álbuns banidos de muitas lojas.
Sob intensa pressão de todos os lados, em janeiro de 1986 a banda se separou após lançar "Bedtime for Democracy" e fazer o último show da formação original em 21 de fevereiro. Por anos, aquilo foi o fim, até em 2001 Ray, Peligro, e Flouride retomaram o Dead Kennedys com Brandon Cruz no lugar de Jello Biafra.
Desde então, o ex-vocalista e seus antigos colegas jamais se entenderam. O constante conflito entre eles inclusive já foi parar até na justiça. Em passagem pelo Brasil em 2019, a banda provocou polêmica com um cartaz que fazia críticas ao então presidente Jair Bolsonaro.
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