Gene Simmons relembra como passagem pelo Brasil levantou o Kiss em 1983
Por André Garcia
Postado em 01 de dezembro de 2022
Após ter queimado o filme junto aos fãs e críticos no final da década de 70 ao abraçar o pop e abandonar o rock, o Kiss chegou ao fundo do poço com "Music From the Elder" (1981). O disco nem sequer justificou a realização de uma turnê, de tão pouco que vendeu.
Seu retorno triunfal ao rock pesado foi o "Creatures of the Night" (1982), mas além de ter vendido poucas cópias, teve shows tão vazios nos Estados Unidos que nem houve uma excursão europeia. Parecia o fim da linha para a banda até que ela fez sua primeira turnê pela América do Sul — com passagem pelo Brasil —, onde foi recebida por uma multidão fanática.
Por aqui, eles tiveram os maiores públicos de sua história. Segundo Gene Simmons em recente entrevista para a Guitar World, aquilo foi fundamental para os reerguer.
"Depois de gravar o 'Creatures', o Kiss estava em uma encruzilhada. Não sabíamos o que seria da banda, e [para piorar] os tempos estavam mudando — o hair metal estava chegando com tudo, bandas mais jovens que nós. Quando saiu, o 'Creatures' não vendeu nada bem, mas nós gostamos do disco, e ficamos do lado dele."
"Tínhamos um grande show de palco com um tanque, que chamávamos de Tank Tour, mas vendemos pouco ingressos nos Estados Unidos. Estranhamente, quando fomos para a América do Sul, lugares como o Brasil, onde tocamos para alguns dos maiores públicos que já tivemos!
"Fizemos um show onde tocamos para 135 mil pessoas, depois fizemos outro para 200 mil. Depois daquilo, olhamos um para o outro e finalmente conseguimos ver alguma esperança. Sabíamos que ainda tínhamos público, e sabíamos também que precisávamos mudar", concluiu.
Os shows no Brasil foram por muito tempo os últimos de sua fase mascarada. Poucos meses depois, quando saiu 'Lick It Up" (1983), elas já haviam sido abandonadas.
Kiss
Concebido e formado por Gene Simmons e Paul Stanley, o Kiss lançou seu álbum de estreia, autointitulado, em 1974, com Peter Criss e Ace Frehley completando a formação. Anônimo, o quarteto para chamar atenção do público adotou maquiagens, salto plataforma e roupas de couro.
O sucesso chegou com "Rock and Roll All Nite" emplacando em "Alive!" (1975) e o lançamento de "Destroyer" (1976), reconhecido como uma obra-prima.
A fama, no entanto, não fez bem à banda, provocando tensão entre seus membros e levando sua sonoridade por rumos mais pop que derrubaram sua popularidade. O fundo do poço foi "Music From the Elder" (1981), que vendeu tão pouco que nem sequer teve uma turnê.
No começo dos anos 80 a banda, abalada por mudanças na formação, amargou um novo fracasso comercial em "Creatures of the Night" (1982), apesar do hit "I Love It Loud". Em "Lick It Up" (1983), Gene e Paul partiram para o all-in ao abandonar as máscaras, sua marca registrada. A partir dali, embarcaram em uma fase mais hair metal, seguindo os passos de nomes como Mötley Crüe.
Em meados dos anos 90, o Kiss retornou às máscaras e a sua formação original, mas a reunião não durou muito. No começo dos anos 2000, com Eric Singer e Tommy Thayer no lugar de Peter e Ace, a banda chegou a sua formação mais estável, que permanece junta até hoje.
Sua turnê de despedida passou pelo Brasil no primeiro semestre de 2022.
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