Roger Waters explica porque deixou o Floyd, porque regravou o DSOTM e porque ele é assim
Por Bruce William
Postado em 09 de fevereiro de 2023
Nos últimos tempos, Roger Waters tem estado nas manchetes pelas polêmicas causadas por suas opiniões políticas, com turnês onde exibe mensagens contra líderes mundiais, incluindo o atual presidente norte-americano Joe Biden, e se envolvendo em questões espinhosas como o conflito entre a Rússia e Ucrânia. E conforme apontou o Ultimate Classic Rock, Waters revelou que tem uma boa razão para não fazer a mínima questão de esconder o que pensa: "Porque eu sou quem eu sou. Se eu não fosse essa pessoa com fortes convicções políticas, não teria escrito 'Dark Side of the Moon', 'The Wall', 'Wish You Were Here', 'Amused to Death' e todas as outras coisas", disse em conversa com a Berliner Zeitung.
Em outro ponto da entrevista, Waters condenou o single lançado no ano passado sob o nome do Pink Floyd, "Hey Hey Rise Up", cuja arrecadação foi destinada a auxiliar a Ucrânia: "Isso encoraja a continuação da guerra", diz. Com isso, Polly Samson acusou Waters de ser anti semita e apoiador de Putin, dentre outras coisas, e depois foi apoiada pelo marido, David Gilmour. Como se não bastasse, Roger discursou ao Conselho das Nações Unidas a pedido de Moscou, onde pediu um cessar-fogo imediato. E embora ele tenha condenado a decisão de Putin de invadir o país vizinho, ele também teceu críticas à Ucrânia. Portanto, política não é um assunto que Waters deixará de lado tão cedo.
Na verdade, a política sempre esteve inserida na obra de Waters: "Senhoras e senhores, por favor ocupem seus lugares, o show está pra começar. Mas antes vamos a dois comunicados públicos. Em primeiro lugar, por consideração aos que estão aí em volta, por favor desliguem seus celulares. E em segundo lugar, se você for um daqueles que diz 'Eu amo o Pink Floyd mas não suporto as visões políticas do Roger', bem, vai se fuder... e se dirija para o bar agora. Obrigado, por favor sente-se e aprecie o show", diz o cartaz que é exibido no início dos shows da turnê "This is not a Drill".
Até mesmo quando conta que vai regravar o "Dark Side of the Moon", um dos discos mais importantes da história da música e cujas letras são de sua autoria, Waters dá uma alfinetada: "Poucas pessoas reconheceram do que se trata, o que eu estava dizendo na época". Ele também demonstra que sente como se o DSOTM fosse um filho único: "Eu escrevi 'The Dark Side of the Moon'. Vamos parar com essa coisa de 'nós'! Claro que éramos uma banda, haviam quatro de nós, todos contribuímos - mas o projeto é meu e fui eu que escrevi. Então... blah!".
Voltando à entrevista com o Berliner Zeitung, em outro trecho Waters enfatiza sua crença de que ser músico significa não abrir mão de suas crenças. "Se você tem princípios políticos e é um artista, então as duas áreas estão irremediavelmente conectadas", disse ele. "Esse é um dos motivos que me levou a deixar o Pink Floyd, inclusive: eu tinha esses princípios, os outros não tinham ou tinham outros princípios". E ao ser questionado se ele se vê como um "músico e ativista político em partes iguais", Waters respondeu: "Sim, mas às vezes me inclino para um, às vezes para o outro".
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