Cinco erros que o Metallica cometeu durante a sua carreira
Por Mateus Ribeiro
Postado em 19 de maio de 2023
Fundado no início dos anos 1980 pelo baterista Lars Ulrich e pelo guitarrista/vocalista James Hetfield, o Metallica é um dos maiores nomes da história da música pesada. Além de ter lançado alguns clássicos imortais do thrash metal, o quarteto já tocou em todos os cantos do Planeta Terra e arrasta multidões por onde passa.
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Apesar de todo o sucesso e respeito que o Metallica alcançou ao longo dos anos, a trajetória do grupo também conta com alguns deslizes, como você pode conferir na lista abaixo. Aperte o play e confira cinco erros que o Metallica cometeu durante a sua carreira.
O baixo ausente em "...And Justice For All"
O quarto álbum de estúdio do Metallica marca a estreia do baixista Jason Newsted, que teve a difícil missão de substituir Cliff Burton, falecido em setembro de 1986. Lançado no segundo semestre de 1988, "...And Justice For All" é um ótimo disco, que é técnico e apresenta grandes hits da banda, como "One", "Harvester Of Sorrow" e "Blackened".
"...And Justice For All" tem apenas um defeito, que envolve o (então) novato Jason: o som do baixo é praticamente inaudível. E segundo Jason, foi Lars o responsável por isso.
"Eles mixaram como deveria ser mixado: tem o baixo e tem a guitarra. Mas Lars não queria isso porque bagunçava sua bateria de alguma forma, então quando ele enviou a demo para a porra da gravadora, [sua instrução foi]: ‘Abaixe o baixo antes mesmo de ouvir isso’. Antes mesmo de começar, basta abaixar o baixo. Desde o início. Antes mesmo de começar. É o que ele tem feito toda a sua maldita vida, então por que seria diferente com ‘...And Justice For All’?", disse o baixista em setembro de 2022, em entrevista concedida à Metal Hammer.
Não que "...And Justice For All" seja ruim, longe disso. Mas um trato melhor no som do baixo deixaria a audição mais agradável.

A forma como Jason Newsted foi tratado
A mixagem de "...And Justice For All" não foi a única situação ruim pela qual Jason passou enquanto foi integrante do Metallica. O baixista foi alvo de bullying por parte de James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett desde o início de sua passagem pela banda.

"Há uma sensação de abuso de todos. De todos, não são apenas os caras da banda (...). A equipe, a produção, as pessoas, todo mundo, eles estão sempre me deixando nervoso, mas eu passei a esperar isso e aprendi a lidar com isso... então é legal. Não é grande coisa, o grande problema é que quando eu os retribuo, eles não conseguem lidar com isso (...).
Bem, estou esperando, está melhorando, no começo foi muito difícil, mas agora está tudo bem", disse o baixista em uma entrevista concedida no longínquo 1986.
Os outros membros do Metallica admitiram que pegavam pesado com Jason. Infelizmente, o baixista não aguentou mais o tranco e em 2001, o Metallica perdeu um integrante que fez tudo o que poderia ter feito durante 15 anos.
"Low Man's Lyric"
A partir de seu álbum autointitulado que foi lançado em 1991, o Metallica tirou o pé e começou a escrever músicas mais lentas e menos pesadas. Até aí, não há nenhum problema, afinal de contas, mudar é preciso. Mas o que se ouve em "Low Man's Lyric" é constrangedor.
"Low Man's Lyric" é uma música melancólica e perturbadora, que poderia ter ficado fora do controverso "Reload". A canção, uma espécie de folk/country depressivo, só não é a pior obra da história do Metallica por conta do disco que aparece no tópico seguinte.

"St. Anger"
O fã de Metallica se acostumou a defender as presepadas cometidas pela banda, mas fica difícil tecer qualquer tipo de comentário quando o assunto é "St. Anger", o oitavo disco de estúdio do quarteto, lançado em junho de 2003.
Gravado durante um dos períodos mais turbulentos da história do Metallica, "St. Anger" flerta com o nu metal, estilo que estava em alta na época e até hoje deixa muitos headbangers com a pulga atrás da orelha. A sonoridade diferente se mostrou um verdadeiro desastre, como pode ser ouvido em músicas como a faixa-título, "Frantic" ou "Some Kind Of Monster".
Como se a falta de solos e de inspiração não fossem razões suficientes para transformar "St. Anger" em uma desgraça completa, a produção do disco é uma das coisas mais tenebrosas da história do metal. O som de bateria em "St. Anger" é mais irritante do que encontrar bêbado na madrugada.
Se você já ouviu o disco, sabe do que estou falando. Se nunca ouviu, passe longe.
A versão acústica de "Blackened"
Não contente em escrever músicas questionáveis no Século XXI, o Metallica decidiu vasculhar o passado para ver se conseguia destruir alguma obra, missão que foi concluída com sucesso. Em 2020, durante a pandemia, o grupo gravou uma versão acústica da faixa de abertura de "...And Justice For All", que ficou tão legal quanto tomar chuva em uma manhã de segunda-feira.
Mesmo com todos os deslizes, o Metallica se mantém como um titã do heavy metal, que merece todo o respeito do mundo. Afinal de contas, não é nada fácil passar mais de três décadas no topo, lugar que o Metallica ocupa até hoje.
Com erros e com acertos, o Metallica continuará sendo uma força da natureza. Vida longa ao grupo que transformou e transforma tantas vidas!
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